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Leiagora
Cenas da cidade de Melgao, cerca de 16 horas de barco da cidade de Belm do Par
Foto: Jonne Roriz / VEJA
Relatrio de Desenvolvimento Humano de 2019 mostra que o pas teve sucesso no controle de certas desigualdades (expectativa de vida e renda mdia), mas ser confrontado por novos desafios. O Brasil caiu para a 79 posio global - mesmo ranking de 2018 -, empatado com a Colmbia. Na Amrica Latina, ocupa a 4 posio, atrs do Chile, da Argentina e do Uruguai. O crescimento no ndice foi de 0,001 ponto em relao ao ano anterior.
“O que importante notar o crescimento no IDH. O ndice relativo e sofre alteraes tambm dos outros pases, que podem subir ou descer. O que importante notar a evoluo. A nota que dou positiva. O Brasil continua a fazer progresso, apesar de a economia ter sido pior que o esperado. O crescimento do Brasil slido, positivo e sustentado”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Humano da ONU, Pedro Conceio.
O estudo deste ano apresenta algumas novidades. Entre elas, mudanas na metodologia de avaliao da qualidade de vida dos cidados dos 189 pases analisados. “O Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) est apresentando novas ideias para [medir] o desenvolvimento. Isso significa romper paradigmas. Queremos mudar a viso do progresso e do desenvolvimento pela tica da renda, pela tica das mdias, e que possvel esperar at o ltimo momento para tomar decises. O desenvolvimento multidimensional, e as mdias podem esconder desigualdades. Isso atravanca o progresso”, explicou a coordenadora do relatrio, Betina Ferraz Barbosa.
O IDH calculado com base em trs pilares considerados fundamentais pela Organizao das Naes Unidas (ONU).
Considerado um pas de Alto Desenvolvimento Humano, o Brasil tem tido sucesso na melhora da expectativa de vida e no aumento da renda mdia per capita ao ano. O aumento do IDH tem sido constante nas ltimas trs dcadas. De 1990 a 2018, o pas cresceu 24%, nmero superior mdia latina (de 21%) e mdia global (de 22%). A expectativa de vida de um brasileiro ao nascer foi aumentada em 9,4 anos. Nesse mesmo perodo, a renda mdia da populao cresceu 39,5%.
Mas nem todas as novidades do relatrio so positivas. Segundo o PNUD, o o a estruturas de cincia, tecnologia e inovao so novos focos de desigualdade social. A desigualdade de gnero tambm representa um obstculo para as polticas pblicas. O relatrio cita ainda mudanas climticas como possveis causas de desigualdades sociais. “A primeira mensagem-chave deste relatrio que ele fala sobre desigualdades emergentes e aspiraes de pessoas que esperam viver vidas dignas no sculo 21. Isso se reflete no que estamos chamando de ‘nova gerao de desigualdades’. O relatrio revela o progresso que houve em muitas dimenses, principalmente nas conquistas bsicas [de direitos]. Temos fazer uma busca profunda sobre a nossa economia, nossa sociedade, e nas nossas polticas para descobrirmos as origens dessas novas desigualdades”, revelou o economista portugus Pedro Conceio.
Ainda h espao para um crescimento significativo do Brasil. Mas ainda que o IDH dispare nos prximos anos, possivelmente no teremos resolvido as “desigualdades arraigadas”, como aponta Betina Ferraz Barbosa, coordenadora que apresentou o relatrio. “O Brasil j bem classificado, e pode caminhar para um outro nvel. Mas resolvemos o problema? No. Apenas aumentamos o que est na pequena cesta de desenvolvimento que forma o ndice. Esse o ponto [da nova metodologia]”, explicou.
Mas a realidade do Brasil est distante da categoria de pases que tem o IDH exemplar. Eles so considerados pases de Desenvolvimento Humano Muito Alto, de acordo com o caderno. O Brasil citado no estudo como o pas que mais perde posies no ranking, atrs apenas de Camares. A Venezuela, que a por profunda crise poltica e econmica, aparece em 96.
Pedro Ivo de Oliveira - Agncia Brasil
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