O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem (30), durante transmisso semanal ao vivo em sua pgina no Facebook, que a sua tendncia vetar o dispositivo que determinou a gratuidade no despacho de bagagens areas em voos operados dentro do pas. A volta da franquia de bagagem foi aprovada na semana ada pelo Congresso Nacional, na anlise da Medida Provisria (MP) 863/2018, que permite 100% de participao de capital estrangeiro em empresas areas que atuam no Brasil. O texto agora precisa ser sancionado pelo presidente da Repblica para entrar em vigor. O prazo para a sano vai at o dia 17 de junho.
"A minha tendncia vetar esse dispositivo", disse o presidente. Durante a declarao, ele estava acompanhado de duas parlamentares do PSL: a deputada federal Aline Sleutjes (PR) e a senadora Soraya Thronicke (MS). O presidente disse tambm querer ouvir a opinio de seus seguidores sobre o assunto, mas que a deciso estaria praticamente tomada.
"Da eles falam que quando l atrs ou a cobrar, no diminuiu [o preos das agens]. Mas, naquela poca, por coincidncia, aumentou o preo do petrleo l fora, o dlar variou tambm de preo. E, no adianta, no final das contas, voc vai pagar a conta. No momento, eu digo para vocs, estou convencido, [mas] posso mudar, a vetar o dispositivo".
Votaes
O presidente tambm saiu em defesa das duas parlamentares aliadas em votaes recentes no Congresso Nacional, como a aprovao da Medida Provisria 870, que estabeleceu a nova estrutura de governo. Tanto Aline Sleutjes quanto Soraya Thronicke estariam sendo criticadas por apoiadores do presidente por no terem participado da votao para manter o Conselho de Controle de Atividades (Coaf) sob o Ministrio da Justia e Segurana Pblica. Ao final da votao da MP no Congresso, o Coaf voltou para o Ministrio da Economia.
"Ns no podemos ganhar tudo na Cmara e no Senado. Isso no existe. at bom que no ganhe, se no aria a ser um presidente que no seria presidente, seria um ditador, em que tudo que ele manda aprovado, como acontece no Parlamento cubano", afirmou. O presidente explicou que, durante a votao da MP na Cmara, a deputada Aline Sleutjes estava acompanhando a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, em viagem oficial na sia, por isso no participou. J no caso da senadora Soraya Thronicke, no houve o registro de seu voto, durante a votao da medida na Casa, na noite da ltima tera.
"Quem est atacando ela, no procede isso da, no justifica esse ataque. A MP foi pro Senado. Deciso do governo, minha. Falei ao pessoal, no criem problema, no apresentem destaques, deixa aprovar a MP como chegou da Cmara. Deixa o Coaf longe do Moro e perto l do ministro Paulo Guedes. E digo mais, ningum perdeu nada com isso no", reafirmou Bolsonaro, ao explicar que se uma mudana na verso da MP fosse aprovada no Senado, o texto teria que voltar para Cmara e a medida perderia validade, obrigando o governo a ter que recriar a estrutura ministerial do governo anterior, de Michel Temer, como 29 pastas, pondo em risco a reforma istrativa em vigor.
"O Coaf continua com o governo ou algum acha que o Paulo Guedes vai ser uma pessoa que, em precisando dados l na Justia, no vai fornecer. Vai fornecer", acrescentou.
Previdncia
No incio da transmisso, Bolsonaro citou investimentos de empresas multinacionais no Brasil, como montadoras e redes de supermercados, para argumentar a retomada da confiana dos setores empresariais, e voltou a defender a reforma da Prfevidncia.
"Ns s podemos sonhar com dias melhores na economia essa reforma. Ns temos de demonstrar para o investidor do mundo e aqui de dentro que estamos preocupados, sim, e fazendo a nossa parte, porque o Brasil gasta muito mais do que arrecada. Vindo a reforma da Previdncia, um Nova Previdncia, o Brasil tem tudo para deslanchar", disse.
Direto de Braslia, Pedro Rafael Vilela, Agncia Brasil