O vaqueiro Jos Bonfim Alves de Santana ser julgado em sesso do Tribunal do Jri na cidade de Vila Rica (a 1.259km de Cuiab), dias 6, 7 e 8 de agosto, pelo duplo homicdio de pai e filho, Saint Clair Martins Souto e Saint Clair Diniz Martins Souto, respectivamente. O crime aconteceu em setembro de 2016, na Fazenda Santa Luzia, localizada na zona rural do municpio. O ru era gerente da propriedade desde setembro de 2007 e, conforme a denncia do Ministrio Pblico de Mato Grosso, teria matado o procurador aposentado do Distrito Federal e seu filho, procurador do Rio de Janeiro, por medo de ser descoberto como autor do furto de cabeas de gado do patro.
Elizabeth Diniz Martins Souto, viva e me das vtimas, atuar como assistente de acusao durante o julgamento. O promotor de Justia Eduardo Antnio Ferreira Zaque se manifestou favoravelmente ao pedido de habilitao em 8 de julho de 2019, tendo em vista que a solicitao encontra respaldo no artigo 268 do Cdigo de Processo Penal, segundo o qual “em todos os termos da ao pblica, poder intervir, como assistente do Ministrio Pblico, o ofendido ou seu representante legal”.
Jos Bonfim Alves de Santana foi denunciado em outubro de 2016 e pronunciado ao Tribunal do Jri em maio de 2017. Aps a interposio de recursos o processo chegou ao Superior Tribunal de Justia (STJ). Com o retorno dos autos 1 instncia, o julgamento do ru pelo tribunal popular foi agendado em maio deste ano. O acusado ser julgado por homicdio duplamente qualificado, ocultao de cadver, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo.
De acordo com a denncia, no dia 8 de setembro de 2016 as vtimas chegaram Fazenda Santa Luzia para visitar a propriedade e contar as cabeas de gado. Em um eio a cavalo, pai e filho deram falta de algumas reses e mencionaram a hiptese de registrarem boletim de ocorrncia, dilogo que foi ouvido pelo acusado. “O denunciado estava negociando o gado das vtimas, e se apropriando dos valores obtidos com as vendas, de maneira que das mais de 700 cabeas existentes em novembro de 2015, apenas 89 foram encontradas na fazenda aps os fatos”, consta no documento.
No dia seguinte, Jos Bonfim Alves de Santana e o procurador aposentado saram para andar a cavalo. “Durante o eio, quando estavam a cerca de 1.300 metros da sede da fazenda, movido pela ganncia e decidido a manter impune as negociatas de gado ilcitas, o denunciado sacou um revlver e - sem que Saint Clair Martins Souto, pessoa idosa de 78 anos, pudesse esboar qualquer reao - disparou na direo de suas costas, tendo a vtima sido atingida trs vezes de trs para frente, causando-lhe a morte”, narra a denncia.
Em seguida, retornou sede da fazenda onde encontrou o filho da vtima, e, dissimuladamente, afirmou que seu pai havia cado do cavalo e que precisava de ajuda para socorr-lo. Diante da suposta emergncia, Saint Clair Diniz Martins Souto acompanhou o gerente da fazenda at o local dos fatos. Chegando l, ainda movido pela cobia e pela vontade de se manter impune, o ru sacou mais uma veza arma de fogo e disparou contra Saint Clair Diniz Martins Souto por trs vezes. O vaqueiro deixou os corpos no local, que era de difcil o, de forma a esconder os cadveres e evitar que os homicdios fossem descobertos.
No fim do dia, o acusado deixou a fazenda conduzindo a caminhonete do patro. Durante o trajeto, queimou as malas com as roupas das vtimas e, ao chegar na cidade, abandonou o veculo. No outro dia, jogou no lixo os aparelhos celulares e os documentos das vtimas. Somente em 12 de setembro o denunciado fugiu, indo primeiramente para o Par e depois para o Tocantins, onde foi preso em flagrante com um revlver calibre 38, munies e R$ 5.635,00 em espcie. Interrogado pela autoridade policial, Jos Bonfim Alves de Santana confessou os crimes.
Direto da assessoria