Investidores do mercado de startups tm arregaado as mangas para tirar do papel suas prprias ideias de negcios. No modelo, conhecido internacionalmente como "venture builder" e por vezes apelidado de fbrica de startups, esses grupos desenvolvem ideias em srie e, quando alguma comea a amadurecer, vo atrs de executivos para tocar o negcio.
"Ns somos fazedores. Temos ideias prprias e temos capacidades prprias de desenvolver negcios", define Eduardo Muszkat, um dos fundadores da Gorila Ventures.
Segundo ele, investir em startups prprias em vez de apostar no que desenvolvido por terceiros tem a ver com gosto. Ele afirma preferir iniciar empreendimentos e trabalhar em seus primeiros anos, quando acontece a maior parte do aprendizado relacionado empreitada, a tocar o dia a dia de uma empresa madura.
O grupo desenvolve seu primeiro negcio, que deve ser lanado em agosto, uma startup para compra online de imvel em que o cliente tem mais autonomia para filtrar o que interessa e s fornece os dados que deseja ao vendedor, mantendo sua privacidade, conta.
Antes de criar o negcio, Muszkat j teve empresas em setores como eletrnicos, gravao de msica e incorporao imobiliria. Andr Ghion, que criou a "venture builder" Move2 com Ronaldo Takahashi, um dos fundadores do Buscap, diz que o investidor que monta algo do tipo aquele que gosta de sentar para programar junto com a equipe da startup. "Criar negcios como um msculo que desenvolvemos em nossa vida profissional", diz.
Nove startups j foram desenvolvidas pela Move2, entre elas a Marmotex, de compra de marmitas online, e a 99frmulas, de cotao de remdios manipulados. Carlos Mrio Almeida, fundador do Ipanema Ventures, diz que os scios da "venture builder" procuram criar negcios de forma estruturada, que ele chama de "quase infantil" de to simples.
Primeiro o grupo procura um grande mercado, depois identificam o maior problema dele que possa ser resolvido com tecnologia e am a testar ideias em paralelo, at descobrirem uma que demonstre grande chance de crescimento.
O Ipanema Ventures planeja levantar de R$ 60 milhes a R$ 100 milhes para um fundo que investir em suas startups. Entre os quatro negcios mais maduros tocados por eles segundo Almeida, esto o Homer, aplicativo para corretores imobilirios fecharem parcerias entre s divulgando as ofertas que recebem dos clientes, e a Pronto Combustveis, de cotao e compra de combustvel por postos.
comum que as startups do mesmo "venture builder" fiquem prximas no dia a dia.
No caso da Fischer Ventures, especializada em criar fintechs (startups financeiras), a maior parte delas divide o mesmo escritrio, o que favorece a troca de conhecimento e parcerias entre elas, diz Pietro Bonfiglioli, fundador do fundo.
Segundo ele, a opo por abrir uma "venture builder" levou em conta que, para desenvolver um fundo tradicional, seria necessrio uma captao muito grande (superior a R$ 30 milhes) para que, com taxas de istrao, se pudesse pagar as contas do dia a dia da operao.
Em vez disso, a Fischer no injeta dinheiro nas startups que desenvolve. Ela busca empreendedores de fora, cria ideias junto com eles e os ajuda a conseguir investimento usando sua rede de contatos, explica Bonfiglioli.
Ele diz que a proximidade das startups no dia a dia permite trocas de experincias que aceleram o desenvolvimento das empresas e favorece parcerias entre elas.
Andr Martins, scio da Superjobs, que tem portiflio com 21 startups, tambm diz que manter vrias empresas no mesmo grupo favorece o desenvolvimento das empresas. Ele explica que, no modelo adotado pela Superjobs, quando os negcios so muito novos, comum que uma mesma rea financeira ou jurdica seja compartilhada entre eles.
Porm, conforme crescem, as startups precisam adquirir independncia e pagar suas contas sozinhas, diz.
Entre as empresas investidas pelo grupo esto o Apptite, delivery online de comida caseira, e a BSocial, plataforma de doaes online.
Direto de So Paulo, Filipe Oliveira, Folhapress
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