Um grupo de manifestantes do Direita So Paulo, ligado a parlamentares do PSL em So Paulo, fez uma provocao ao MBL (Movimento Brasil Livre) junto ao carro de som do movimento na avenida Paulista –ambos participaram das convocaes e da organizao do ato pr-Moro. Com palavras de ordem como "fora daqui" e at "petralhas", o grupo de dezenas de pessoas quase causou confuso.
Segundo um dos funcionrios do carro de som do MBL ao final da manifestao um grupo de cerca de 20 pessoas do grupo Direita So Paulo foi at os militantes do MBL com uma faixa que dizia "MBL vai tomar no *".
Houve ento um empurra-empurra entre os integrantes dos dois movimentos e uma rpida troca de socos entre dois manifestantes.
A briga acabou com a interveno da Polcia Militar. A Folha conversou com os policiais que estavam no local na hora da confuso. Eles disseram que durou poucos minutos e que os manifestantes foram embora em seguida. No houve feridos e nem foi feito registro da ocorrncia, segundo os policiais.
"O pessoal do Direta So Paulo veio aqui nos agredir, porque no nos ajoelhamos para o Bolsonaro, defendemos ideias do governo, mas somos crticos", afirmou ao UOL Renato Battista, coordenador nacional do MBL. "Jamais viramos aqui defender um poltico, defendemos ideias como a Operao Lava Jato, que est sob ataque."
O presidente do grupo, Edson Salomo, deu sua verso sobre o entrevero. "Ns fazemos isso toda manifestao, percorremos a Paulista inteira e amos por todos os trios", afirmou Salomo. "Seguranas do MBL atacaram nossos integrantes, cerca de 15, quando marchavam pela Paulista. Houve confuso e fomos embora."
"Esse pessoal do MBL oportunista", disse Salomo. "Recusaram-se a marchar conosco no dia 26 [de maio], pra defender o governo, e hoje s vieram porque viram que a adeso ia ser muito forte".
Depois da confuso, o MBL publicou em suas redes sociais um agradecimento PM paulista, por ter contido os manifestantes do outro grupo. No entanto, ningum foi preso. Apesar da animosidade entre os dois grupos, o clima na manifestao era de tranquilidade at o final da tarde.
Ex-aliados, Direita SP e MBL romperam durante as convocaes para a onda de manifestaes de apoio a Bolsonaro realizadas no fim de maio. Na ocasio, o MBL foi contra a mobilizao por considerar inapropriadas pautas antidemocrticas defendidas por alguns grupos de direita –como o fechamento do STF e do Congresso, por exemplo.
CARIOCA ACUSA GRUPO DE TRAIO
No Rio, eleitores de Bolsonaro recepcionaram o MBL com gritos de "traidores" e "vendidos" durante a eata pela avenida Atlntica, na orla de Copacabana, zona sul carioca.
O tcnico em segurana do trabalho Henrique Andrade, 44, foi um dos que protestaram contra a presena do Movimento Brasil Livre. Na viso dele, os ativistas ligados ao grupo mudaram depois que assumiram cargos pblicos e agora "estariam se vendendo" no Congresso.
"Eu acompanho o MBL desde o comeo e no reconheo mais, esto se vendendo para o Freixo, para o Eduardo Cunha, para o Rodrigo Maia", disse ao Estado. "Eles (MBL) vo ter que fazer muito para limpar a barra deles com a gente", disse ele ao jornal "O Estado de S.Paulo".
O ato na zona sul carioca comeou no posto 5 em Copacabana e se espalhou pelas imediaes da avenida Atlntica. A Polcia Militar no divulga o nmero de participantes. Em alguns trechos da via, os presentes ocupam as duas pistas da avenida Atlntica.
Palavras em favor de Moro e da Lava Jato esto na maioria das faixas e cartazes exibidos pelo pblico. H tambm mensagens elogiosas ao ministro Paulo Guedes (Economia) e crticas corrupo.
Direto do Rio de Janiero e So Paulo / Folhapress
