O Tribunal do Jri condenou Tallys Henrique Piris de Miranda a 20 anos de recluso em regime inicialmente fechado pelo homicdio triplamente qualificado de Hector Ulisses Batista Gomes, criana de um ano e nove meses, filho de sua ex-companheira. A sentena foi proferida no fim da tarde desta tera-feira (23) pela juza Mnica Catarina Perri Siqueira, da 1 Vara Criminal da Comarca de Cuiab, que acolheu denncia do Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso.
“As circunstncias do crime so desfavorveis, na medida em que a vtima, criana em tenra idade, sem qualquer condio de reao e defesa, foi espancada at a morte, com traumas por todo o corpo, inclusive queimadura de segundo grau”, diz um trecho da sentena.
O julgamento comeou s 9h, no Plenrio do Jri, no Frum de Cuiab. O promotor de Justia Vincius Gahyva Martins, coordenador do Ncleo de Defesa da Vida e titular da 1 Promotoria de Justia da Capital, foi o responsvel pela acusao. “Foi um crime horrendo, envolvendo uma criana com idade inferior aos dois anos de idade. Apesar da condenao, o ru poder recorrer da sentena em liberdade”, disse o promotor.
Tragdia- O crime ocorreu no dia 4 de dezembro, entre 22 e 23h, em uma residncia localizada no bairro Dom Aquino, em Cuiab. A criana era filho de Danyela Jhssyca Batista dos Santos e Diego Giorgio Schiffino Gomes. Aps o trmino do casal, a me do menino ou a se relacionar com o denunciando, que sempre manifestou muito cime de Danyela em razo dela ter um filho com Diego, chegando a ameaar o pai da criana. Tallys e Danyela moraram juntos por um breve perodo de tempo, mas ela resolveu se separar depois de ser agredida por ele. Aps esse episdio, aram a apenas namorar.
No dia do crime, Danyela e Tallys deixaram Hector aos cuidados da tia dela tarde e foram at o Hospital Geral visitar o filho do casal recm-nascido prematuramente, onde foram informados que o estado de sade do beb era grave e que provavelmente no resistiria at o fim daquela noite. Mais tarde, a me saiu de casa e, por volta das 18h, o ru foi atrs dela no carrinho de lanches da tia. O tio de Danyela disse que ela havia ido marcar manicure para a me. Tallys ento pegou Hector com a concordncia dos tios e o levou para casa.
Cerca de uma hora e meia depois, o acusado retornou ao carrinho de lanches com a criana perguntando da namorada e deixou recado para que ela fosse encontr-los na casa da me dele. Ao se encontrarem, discutiram em razo da demora dela. Em torno de 21h30, Tallys levou comida para os tios da namorada e, ao retornar, pediu para ela ajud-los a recolher o carrinho. Danyela foi e deixou a vtima Hector dormindo, sob os cuidados do denunciando.
Aproveitando-se da ausncia de Danyela, Tallys Henrique Piris de Miranda decidiu matar Hector como forma de resposta ao cime que sentia. “A conduta do denunciando revelou efetivo requinte de crueldade, frieza e desprezo vida da vtima, eis que espancou seu frgil corpo sem que tivesse qualquer chance de defesa. Demonstrando ainda mais frieza, e com o objetivo de dissimular sua conduta delituosa, o denunciando deixou o corpo da vtima deitado no colcho da sala, enrolado em uma coberta. Em seguida, sentou no sof e ou a assistir televiso”, consta na denncia.
Ao retornar para casa, Danyela percebeu que a criana estava desfalecida. Hector chegou a ser levado para o hospital com rebaixamento de nvel de conscincia porm, mesmo diante das manobras aplicadas para reanimao, faleceu.
Da assessoria, Anderson Pinho/MPMT