Um incêndio de grandes proporções que perdura há 3 dias, na zona rural da cidade de Nova Olímpia (204 km de Cuiabá), deixou os moradores do município assustados com a formação de redemoinhos de vento e de fogo no local. Imagens do cenário apocalítico ganharam as redes sociais e o Leiagora entrevistou o doutor em Química, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Felipe Thomaz Aquino, que explicou os fatores favoráveis à formação do fenômeno.
Conforme o especialista, o combo queimada, calor excessivo e tempo seco auxilia na baixa pressão, ambiente ideal para a formação de redemoinhos, tanto de fogo como de vento.
“Quando você tem o calor excessivo e também o tempo seco, fica mais favorável de existir essas pequenas áreas de baixa pressão e, aí, você tem transferência natural só pelo calor do solo para a atmosfera. No entanto, quando tem um fogo, uma queimada, que ocorre da queima da biomassa [...], acontece que essa pequena área de baixa pressão, junto com o tempo seco e a transferência de calor, favorece a formação desses redemoinhos de fogo”, explicou.
De forma resumida, os redemoinhos de fogo são gerados pela convergência de uma corrente de ar quente e ascendente com um incêndio. O ar quente que sobe encontra uma camada de ar gelada, o que provoca uma movimentação rápida e intensa do ar, gerando os redemoinhos.
Quanto ao incêndio, a assessoria do Corpo de Bombeiros afirmou que a região está pegando fogo desde terça-feria (10). Militares se deslocaram até lá e, até o momento, tentam conter as chamas. De lá para cá, mais de 13 hectares já foram consumidos pelo fogo, que já chegou à cidade de Barra do Bugres (166 km de Cuiabá).
Em vídeos publicados pela página GiroPortal no Instagram, é possível ver que junto dos redemoinhos de fogo há também muita fumaça e poeira, cenário propício para alavancar a intensidade dos redemoinhos, ainda conforme Felipe.
“Poderiam ser redemoinhos de poeira também, que ocorrem muito nessa época de tempo seco. Se for uma área que tem algum vento circulando, isso pode até gerar redemoinhos maiores”, pontuou o professor.