O Tribunal do Jrido policial militar Ricker Maximiniano de Moraes queseria realizado nesta quarta-feira (28), foi redesignado para o prximo dia 8 de julho, aps o ru desconstituir o advogado durante a sesso. Ele ru por uma tentativa de homicdio contra um jogador de futebol de 17 anos, em Cuiab
O crime ocorreu em 2018, na Avenida General Melo, em Cuiab. O Ministrio Pblico de Mato Grosso (MPMT) defende que o ru atirou contra o jogador de futebol, na poca dos fatos com 17 anos, por motivo ftil e mediante recurso que dificultou a defesa da vtima.O promotor de Justia Jacques de Barros Lopes pediu a priso preventiva do PM.
Consta nos autos que a vtima estava retornando para casa na companhia de outros dois adolescentes, quando se depararam com um casal discutindo na rua — o policial militar e sua namorada. O PM disse aos adolescentes: “O que vocs esto rindo? VAZA, VAZA!”. Em seguida, levantou a camisa e retirou uma arma de fogo da cintura.
Na sequncia, a vtima e os adolescentes saram correndo, sendo perseguidos pelo ru, que tambm correu atrs deles. Aps alguns metros, a vtima percebeu que o PM havia parado e, por isso, tambm parou de correr. Nesse momento, Ricker efetuou disparos de arma de fogo contra a vtima, que foi atingida pelas costas.
“Esse jovem tinha um pr-contrato com um time de futebol, era um jogador promissor. Ele teve sua carreira esportiva e profissional completamente ceifada. O jovem possui sequelas graves em decorrncia do ferimento por arma de fogo. Perdeu a locomoo e o movimento de uma das pernas por um tempo. Usou sonda durante bastante tempo”, pontuou o promotor.
Durante o processo, o ru ainda teria tentado forjar que se tratava de uma tentativa de assalto. “Ele tenta, a todo momento, criar um esteretipo de bandido para os jovens, porque, na cabea dele, eram jovens com aparncia de criminosos. Quando, na verdade, eram apenas jovens pobres, negros, que estavam de camiseta, chinelo e bon, caminhando por uma rua da cidade.”
O adiamento do Jri, conforme explica o promotor, seria por conflito na tese de defesa. “Infelizmente o jri no foi realizado porque a defesa tcnica dele disse que havia um conflito de tese, uma vez que a prpria defesa tcnica reconhecia a materialidade, a autoria, reconhecia ali o crime que ele cometeu, queria que ele confessasse, mas ele se negou a confessar. Com base nisso, ele desconstituiu o advogado e a foi necessrio redesignar uma nova data para o jri”.
O policial militar est preso desde a ltima segunda-feira (26), suspeito de ass a esposa, Gabrieli Daniel Sousa de Moraes, de 31 anos, a tiros. Segundo o promotor de Justia, ela seria testemunha de defesa no Jri desta quarta-feira, o que tambm motivou o pedido de priso preventiva do ru, acatado pela Justia.
“Por ele ter cometido esse crime brbaro, demonstrando reiterao delitiva, um padro de comportamento criminoso, sendo um indivduo extremamente perigoso ordem pblica e social, e tambm por ter matado uma das testemunhas do processo, vi um risco instruo criminal. Em razo da necessidade de garantir a segurana da sociedade e das demais testemunhas, foi decretada, ento, a priso preventiva dele”, explicou o promotor de Justia.