A economia brasileira cresceu 3,5% em 2024, de acordo com estimativa da Fundao Getulio Vargas (FGV). O dado foi divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Monitor do PIB, estudo que traz a prvia do comportamento do PIB, conjunto de todos os bens e servios produzidos no pas.
Em dezembro, a expanso foi de 0,3% em relao a novembro. J o quarto trimestre teve alta de 0,4% ante o terceiro trimestre, apontando desacelerao, j que no segundo e no terceiro trimestre as expanses tinham sido maiores (1,4% e 0,8%, respectivamente).
No acumulado de 2024, houve crescimento em todos os componentes da economia, exceto a agropecuria, que foi a locomotiva de 2023.
“A indstria, os servios e o consumo das famlias apresentaram resultados ainda melhores em 2024 dos que os j elevados crescimentos registrados em 2023. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econmica, o Brasil teve um timo resultado”, avalia a coordenadora da pesquisa, a economista Juliana Trece.
Com este resultado, o Brasil soma quatro anos seguidos de crescimento da economia. A ltima queda foi de 3,3% em 2020. Em 2023, o PIB teve expanso de 3,2%.
Setores
O consumo das famlias apresentou alta de 5,2% no ano ado. A chamada Formao Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que reflete o nvel de investimento, como compras de mquinas e equipamentos, cresceu 7,6%. As exportaes apresentaram alta de 3,7%.
As importaes, que atuam como redutor do PIB, uma vez que bens e servios importados deixam de ser produzidos no Brasil sendo fornecidos por outros pasescresceram 14,3%.
Em valores, o PIB brasileiro atingiu R$ 11,655 trilhes, o maior da srie histrica. O PIBper capitade 2024 - diviso do total da economia pelo nmero de habitantes - foi de R$ 56.796, tambm o maior da srie histrica.
A produtividade da economia foi de R$ 100.699 em 2024, 0,3% abaixo do observado em 2023 e 3,3% menor que o de 2013, o ponto mais alto j atingido.
A taxa de investimentos da economia foi estimada em 17,2%, acima do registrado em 2023 (16,4%).
Para 2025
Apesar de2024 com “timo resultado”, a economista Juliana Trece aponta que o ano de 2025 apresenta desafios internos e externos para a economia brasileira.
“Pelo lado interno, os juros elevados, com efeitos negativos na atividade econmica, atingem principalmente os investimentos. J no ambiente externo, novas imposies de tarifas podem comprometer o nvel das exportaes.”
Desde setembro do ano ado, o Brasil enfrenta trajetria de alta da taxa bsica de juros, a Selic, instrumento do Banco Central para controlar a inflao.
Quanto maior os juros, maior o potencial de frear a inflao, porm com o efeito colateral de desestimular investimentos e crescimento da economia, o que afeta diretamente a criao de empregos.Atualmente,a Selic est em 13,25% ao ano.
Por causa do comportamento da inflao, o Comit de Poltica Monetria (Copom) j prev mais um aumento de um ponto percentual em maro. No acumulado de 12 meses at janeiro, a inflao oficial soma 4,56%, acima da meta do governo.Em dezembro, o acumulado era de 4,83%.
O outro desafio citado pela economista aguerra tarifria comercialdesencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A maior economia do mundo decidiu que aplicar taxas para produtos estrangeiros que entram nos Estados Unidos, como ao e alumnio. O etanol brasileiro tambm tem sido ameaado de sobretaxas.
Resultado oficial
O Monitor do PIB, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, um dos estudos que servem como prvia do comportamento real da economia brasileira. Outro levantamento o ndice de Atividade Econmica do Banco Central (IBC-Br), tambm divulgado nesta segunda-feira.
De acordo com o Banco Central, aeconomia fechou 2024 com expanso de 3,8%.
O resultado oficial do PIB apresentado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). O dado de 2024 ser conhecido em 7 de maro.