O presidente da Cmara de Cuiab Chico 2000 (PL), acredita que a Comisso de tica e Decoro Parlamentar tenha se equivocado ao longo do processo contra o vereador Paulo Henrique (MDB), que culminou no parecer pela cassao do mandato do emedebista. Para o liberal, o direito do contraditrio foi ferido, visto que o vereador acusado de envolvimento com a faco Comando Vermelho, no pode participar de oitivas por estar cumprindo medida cautelar.
Paulo Henrique foi afastado do cargo e est impedido de frequentar as dependncias do Parlamento Municipal.
“Eu encaminhei Procuradoria. Se eu tenho dvidas, eu procuro esclarecer as dvidas, e neste caso eu tenho dvidas. Em razo disso, foi encaminhado Procuradoria, para que a procuradoria fale”, pontuou o presidente.
Na semana ada, os membros da Comisso de tica e Decoro Parlamentar da Cmara aprovaram, por unanimidade, o relatrio apresentado pelo vereador Kssio Coelho (Podemos), que sugere a cassao do emedebista.
No entanto, Chico questiona que o vereador investigado no pde se defender adequadamente, por isso, prefere que a Procuradoria-geral da Cmara avalie de forma cautelosa o parecer, que ainda entrar em votao no plenrio.
“A Comisso de tica, quando intimou o Paulo Henrique para vir nesta Casa depor cometeu um equvoco. Eles deveriam ter encaminhado expediente ao relator do processo criminal do vereador, requerendo a ele autorizao para que este venha a esta casa, acompanhado por um oficial de justia. Isso no foi feito. Ento, o vereador no veio depor, porque se ele viesse ele estaria quebrando uma medida cautelar e poderia sair preso daqui”, analisou o presidente.
Paulo Henrique ru pelos crimes de envolvimento com organizao criminosa, lavagem de dinheiro e corrupo iva. O parlamentar investigado por ligao com o Comando Vermelho e por liderar esquema usando de sua influncia poltica.
O parlamentar foi um dos alvos das Operaes Ragnatella e Pubblicare, deflagradas em junho e setembro pela Polcia Federal. As investigaes apontam ele como lder de um brao da organizao criminosa constituda para lavar dinheiro do trfico de drogas por meio da realizao de shows nacionais e eventos.
As investigaes apontam que Paulo Henrique utilizava de sua influncia na Secretaria de Ordem Pblica (Sorp) para garantir a autorizao das festas.
Na operao Ragnatela, Paulo Henrique foi alvo de busca e apreenso. Alm dele, tambm estiveram na mira o ex-chefe do Cerimonial da Cmara de Vereadores de Cuiab, Rodrigo Legal, DJ Everton Detona, os empresrios Willian Gordo e Jardel Pires, promoters, influencer do 'tigrinho' Sthefany Xavier e outros.
J na Operao Pubblicare foi decretada a priso preventiva do parlamentar. Paulo Henrique chegou a ficar cinco dias presos, e foi solto graas a um habeas corpus. No entanto, foi afastado da funo de vereador e ainda est sendo monitorado por tornozeleira eletrnica.