Uma forma de levar uma palavra de conforto e carinho para quem precisa e tenta mudar um pouco o mundo. Essa uma das definies do movimento Clichs na Rua.
O grupo desenvolve aes sociais por meio de cartazes lambe-lambe que so colados nas ruas de Cuiab e Vrzea Grande.
Voc j deve ter visto algum cartaz com mensagens positivas foi fixado em poste ou muro na regio metropolitana.
Para falar sobre o movimento, o Leiagoraconversou com a cofundadora do projeto, Talissa Briante.
Leia a entrevista na ntegra:
Leiagora - O que o Clichs na Rua?
Talissa Briante - Em uma gerao cada vez mais triste e imediatista, ns viemos para transmitir uma nova perspectiva de vida. Transformar o mundo de uma pessoa por dia, essa a nossa misso.
Convidamos as pessoas a serem melhores para si e para o prximo. Queremos ser lembrados como um sbio amigo, que estende a mo para sociedade e nunca se esquece de dar um bom conselho.
Leiagora - Fale sobre o movimento. Como surgiu e de que forma ele foi desenvolvido?
Talissa Briante - Queremos levar amor atravs de poemas e frases. O Clichs surgiu quando vimos que em Cuiab quase no tinha arte nas ruas e ns queramos fazer algo que impactasse as pessoas, a comeamos a usar os lambe-lambe.
Comeamos a desenvolver da seguinte maneira: eu, meu esposo (que na poca era meu amigo), e uma amiga nossa. Ns compramos papel reciclado, fizemos a arte e comeamos a colar pelas ruas em lugares movimentados. O primeiro lugar que colamos foi na Praa Alencastro. E desde a primeira ao vimos que estvamos impactando a vida das pessoas, comearam a abordar a gente na rua perguntando o que era aquilo.
Leiagora - Qual a principal ideia/mensagem do grupo?
Talissa Briante - Queremos marcar as pessoas com o lado bom da vida e lembr-las dos valores que fazem o mundo melhor. Pessoas transformadas e renovadas, pessoas impactadas com uma melhor perspectiva de vida. Atravs das nossas artes, geramos um dilogo e uma reflexo interna: como estou? Quem sou? Para onde estou indo? O que estou buscando? Como estou agindo?
Leiagora - Quantos so os voluntrios? Como eles chegaram at voc?
Talissa Briante – Ns temos aproximadamente 100 voluntrios em Cuiab e em alguns fora da capital. Eles chegam at ns, muitas vezes, quando so impactados por alguma frase na rua. Mandam mensagens para a gente, am por um processo seletivo e entram no voluntariado.
Leiagora - De que forma vocs trabalham?
Talissa Briante – Ns trabalhamos fazendo aes sociais pelas ruas e aes periodicamente. Temos a frente de aes em comunidades carentes e em escolas estaduais para fazer palestras. Durante a pandemia ns fizemos, mas foi bem menos por questo do contato. Fazemos desde 2016 em datas comemorativas, como Pscoa e Natal. J a frente da arte de rua so as colagens de lambe-lambe e o stencil nas pontes como preveno ao suicdio. Tambm temos a marca social com produtos e camisetas para sustentar o movimento.
Leiagora - Como o grupo atinge a vida das pessoas?
Talissa Briante – O movimento atinge a vida das pessoas atravs das nossas aes e artes de rua. A pessoa numa ao social recebe uma palavra, um abrao, uma doao e ela atingida por aquilo. s vezes ela no est bem e precisava. Ou atravs de palestras e doaes. A gente fala que muitas vezes a pessoa est precisando ler uma frase na rua que ela no ouviria outra pessoa falar. s vezes essa pessoa que est sofrendo l essa frase na rua e recebe aquilo como uma resposta divina ou palavra de fora. Muitas vezes a nossa arte de rua faz o papel daquela motivao e transformao da mente que aquela pessoa precisa.
Leiagora - Durante os anos do movimento, qual histria mais te impactou?
Talissa Briante – Houveram duas situaes que mais me impactaram. O primeiro, bem no comeo do movimento, em novembro de 2015. Uma mulher que estava ando pela Alencastro leu a frase ‘Calma, ainda h tempo’. Ela contou que estava muito mal, com muita pressa e ansiosa. Quando ela leu aquela frase, ela conseguiu se recompor e viveu um dia melhor e entender que ainda dava tempo. Em outra situao, no ano ado, ocorreu depois que fizemos uma ao na ponte Srgio Motta. Uma pessoa desistiu do suicdio. Foi um grande impacto, pois foi uma vida que salvamos do suicdio. E tiveram outras situaes de pessoas que queriam e suicidar e por causa do Clichs foram salvas.
Leiagora - Na sua opinio, porque as mensagens tocam tanto as pessoas? H falta de carinho e ateno na sociedade?
Talissa Briante – Nossa mensagem, muitas vezes, uma mensagem de carinho e ateno. Mas, muitas vezes, uma mensagem de confronto onde ela desafia a pessoa a tomar novas atitudes, seja em um relacionamento amoroso ou no trabalho, numa deciso. Muitas vezes as pessoas tm dificuldade em reconhecer ou receber que o prximo pode ajudar. Podemos pensar que o outro est nos julgando ou no entende a gente. Por causa dessa barreira, deixamos de crescer. O Clichs na Rua um amigo.
Leiagora - Qual foi a experincia do grupo durante a pandemia? O projeto foi afetado? Receberam mais demandas?
Talissa Briante –Na pandemia, percebemos o quanto os voluntrios precisaram de mais fora e de mais ajuda. A gente no pode ir para fora, para ajudar, mas dentro do grupo houveram situaes e pessoas que tivemos que estar ali ajudando. Na pandemia a gente teve que diminuir as aes e olhar mais para dentro.
Leiagora - Como ajudar o Clichs na Rua?
Talissa Briante – Tem duas formas: se tornar voluntrio entrando no site e preenchendo o formulrio e a a pessoa faz parte das nossas aes ou comprando nossos produtos. Fica na Rua Baro de Melgao, nmero 70. As vendas so revertidas para o movimento e suas aes.
Leiagora - Quais os planos para 2022?
Talissa Briante – Queremos ainda mais fortalecer o Clichs com os voluntrios. Estamos treinando para que os voluntrios sejam a transformao aonde eles forem. Fazer a diferena nas ruas e na sociedade onde cada um est inserido. Que seja uma transformao social ambulante para ajudar quem esteja com depresso e preveno ao suicdio.
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