Estima-se que 70 milhes de pessoas no mundo tenham autismo, sendo que dois milhes delas estejam no Brasil, porm esse nmero pode ter aumentado com a pandemia do coronavrus. Segundo Jaqueline Frana, psiquiatra especialista no tratamento do espectro autista, o nmero de diagnstico do transtorno cresceu no ltimo ano.
Ela explicou que o aumento pode estar ligado ao fato dos pais estarem mais tempo em casa, devido as medidas de biossegurana para conter o avano do vrus e observarem os comportamentos frequentes do autismo nos filhos.
“Antes as crianas ficavam o dia inteiro na creche, escola ou com babs e, agora, no existe mais isso. Os pais esto mais presentes em casa e observaram os comportamentos frequentes do autismo”.
A psiquiatra ressaltou que houve tambm um crescimento no diagnstico do transtorno em pessoas adultas. Ela explicou que a famlia que tem a suspeita do espectro autista em casa precisa procurar um psiquiatra ou um neurologista, para fechar um diagnstico e iniciar o acompanhamento.
“Ainda temos muitos mitos que envolvem o transtorno do espectro autista. O autismo no uma doena. Ele um transtorno, uma condio neurolgica, que vai afetar todo o organismo da pessoa, por isso encontramos muitos falando tambm que o autismo neurobiolgico. As pessoas dentro do espectro autista vo ter dificuldade de interagir socialmente e de se comunicar, alm dos comportamentos motores repetitivos nos quais a criana no consegue conter”.
Jaqueline explicou que no existe um exame que identifica se a pessoa autista ou no, porm feita uma avaliao clnica, baseada em manifestaes comportamentais.
“O psiquiatra ou o neuro vo precisar de avaliaes mais focadas de outros especialistas. Ai entraria avaliaes de uma psicloga para avaliar a parte de comportamento. Um fonoaudilogo para avaliar a parte de comunicao da linguagem. Um terapeuta ocupacional para avaliar a disfuno no processamento sensorial. Ento, utilizando dessas informaes e o neuro vai poder fechar ou no o diagnstico”
A especialista destacou a importncia de compreender o comportamento de um autista no nosso dia a dia. Ela tambm lembrou que abril o ms internacional de conscientizao do autismo e que a data importante para divulgar transtorno e acabar com a discriminao.
“Quando conhecemos o assunto, eu me coloco no lugar do outro e compreendo o que acontece com ele. Ento fica mais fcil buscar estratgias para compreender um autista. Precisamos trabalhar e conseguir viver com o diferente, independente do nome que damos para ele. Devemos nos colocar no lugar da outra pessoa e compreende-lo. Alm disso, precisamos sair de um espao de apontar e dizer o que o outro e armos para o espao de evoluo pessoal”.
