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23/08/2020 s 08:45 3l5z37

Custo Brasil, insegurana jurdica e burocracia afundam a competitividade, diz presidente da Fiemt 2c4c47

Gustavo de Oliveira comentou que a pandemia virou pano de fundo para uma grande briga poltica no Brasil e que desafios do governo so maiores do que seus acertos at hoje 1w5bl

Edyeverson Hilario

Custo Brasil, inseguran

Foto: Foto: Assessoria

Os efeitos do coronavrus foram devastador no apenas na rea da sade, mas tambm na economia e o presidente do Sistema Federao das Indstrias do Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Gustavo de Oliveira, falou com a reportagem do Leiagora sobre os desafios do setor, a poltica de incentivos, os gargalos da produo, alm claro do impacto da pandemia na indstria, e seu futuro aps a Fiemt.

Para se ter uma do efeito da pandemia ao sistema, Gustavo estima que sero necessrios de 3 a 5 anos para que se volte ao patamar que estava antes do coronavrus. O desenvolvimento de projetos, principalmente os que envolviam o encontro de pessoas, como as capacitaes, foi um dos mais prejudicados, o que afeta diretamente a produo, j que um dos gargalos justamente a falta de mo de obra qualificada.

frente do Sistema Fiemt desde 2018, Gustavo segue no comando da federao at 2022 e, segundo ele, depois de encerrar o mandato, vai continuar contribuindo com a sociedade atravs do setor privado, sem pretenses polticas.

Leiagora - MT extremamente importante na produo agrcola do Brasil e com previso de alta para os prximos anos. J a indstria parece no acompanhar esse ritmo. Como voc avalia o setor industrial do Estado e por que no acompanha esse crescimento?

Gustavo -A indstria de Mato Grosso cresce bastante e cresce em uma taxa vigorosa porque o Estado cresce de maneira muito vigorosa. A gente mesmo nessa crise, enquanto o Brasil est projetando uma queda no PIB, os nmeros devem mostrar um crescimento no PIB de Mato Grosso no ano de 2020. Por dois motivos muito essenciais.

Oprimeiro so as vocaes econmicas do Estado, claro, ligadas ao agronegcio, minerao, atrao de investimentos em alguns setores industriais, como por exemplo, do etanol de milho, que est recebendo a, mais de R$ 10 bilhes em investimento, em um intervalo de cinco anos. A vocao econmica do estado est em sintonia com produtos que tm alta demanda no mercado mundial.

Ento, quando a gente fala do mercado de carne de Mato Grosso batendo recorde, isso ocorre porque o mundo est consumindo cada vez mais carne. Quando a gente fala de gerao de energia, que Mato Grosso campeo, isso industrial, porque o mundo est precisando cada vez mais de energia e energia renovvel, ento a gente produz isso aqui.

O que no se v a indstria de bens de consumo, a indstria voltada para o consumidor final e isso sim, acho que a no um problema da indstria mato-grossense, mas da indstria brasileira. A indstria brasileira tem perdido espao no mercado mundial. Se por um lado a agroindstria aqui no Estado vai bem e cresce bem, um fato que a gente no tem uma indstria de transformao, principalmente de bens de consumo se desenvolvendo aqui no Estado, como tambm no tem no Brasil.

Leiagora - Quais so os principais problemas que o setor industrial enfrenta no estado?

Gustavo -Voc tem alguns problemas a como o custo Brasil. Em um PIB de R$ 7 trilhes a gente tem quase R$1,5 trilho, todo ano, que as empresas brasileiras, o conjunto delas, gastam com encargos trabalhistas acima do que se paga na mdia dos pases da OCDE, em custo com insegurana jurdica, em custo com a nossa logstica ruim, custo com energia mais cara, que acontece aqui no Brasil, e quando eu falo energia, no s energia eltrica, mas combustvel tambm, diversas outras formas de energia, como o gs.

Ento esse custo Brasil afunda muito a competitividade das empresas brasileiras. Acho que o principal o que chama a do custo de fazer negcio no Brasil. Alm da insegurana jurdica, tem burocracia, tem a dificuldade de marcos regulatrios, muito antigo no pas. Empresrios que vm de fora, de outros pases para c, tem uma grande dificuldade de operar no Brasil, porque uma dificuldade o ambiente de negcio brasileiro.

uma agenda de reformas que o pas precisa para que a gente possa ter mais competitividade frente a outros pases do mundo, que sem dvida, cresce mais.

Leiagora - Como voc avalia as aes do governo tanto federal, quanto estadual diante da pandemia?

Gustavo -O ideal seria que diante de um problema to grande, ns tivssemos uma unicidade no s na estratgia de enfrentamento da pandemia, mas tambm nas ferramentas de enfrentamento de apoio da populao. Infelizmente no foi o que a gente viu. A gente viu um governo federal, com uma dificuldade muito grande de articular com os governos estaduais as linhas de ao.

A pandemia acabou virando pano de fuga para uma grande briga poltica no Brasil e essa briga poltica vai desde decises econmicas de abrir e fechar segmentos econmicos at o uso de um remdio especfico. A hora que a gente contamina decises que precisam ser tomadas para o melhor do conjunto do pas, a hora que elas comeam a ser tomadas com vis mais poltico do que de efetividade, isso prejudica e prejudicou o pas inteiro.

O destaque que eu penso, que aqui em Mato Grosso, a gente apesar de ter um sistema de sade pblica principalmente com grande dficit de leitos hospitalares de leitos de UTIs, a resposta construo dessa estrutura hospitalar foi muito positiva.

Em segundo momento, a gente teve a disseminao de estratgia de enfrentamento precoce. Porque como MT acabou ficando para trs no time (tempo) epidemiolgico, a epidemia chegou aqui depois de ter ado por outras cidades e outros estados, a gente acabou aprendendo bastante e a experincia de Manaus, Belm e outras cidades nos mostrou que muito melhor e mais barato investir no tratamento precoce, ou seja, aos primeiros sinais da doena, do que esperar o desenrolar da doena para ver se a pessoa vai precisar ou no do atendimento hospitalar, com hospitais j sufocados.

Outra coisa que atrapalhou bastante foi a ideia que rapidamente se atingiria no pas a imunidade, ou de que podia ter a soluo de um remdio preventivo ou uma vacina. Muita gente se apegou a isso. A gente sabia que isso no ia acontecer nesse ano, como de fato no deve acontecer. Estamos chegando a setembro e ainda tem gente achando que a populao vai ser vacinada esse ano. Esse tipo de coisa ruim, eu acho que a gente precisa ser sincero.

Apesar de termos diversos acertos no meio do caminho, a falta de coordenao e a briga poltica atrapalharam muito o enfrentamento da epidemia no pas inteiro.

Leiagora - De que forma a pandemia do coronavrus impactou o setor? Ocorreram muitas demisses? J tem um levantamento do impacto financeiro que ela causou para as indstrias?

Gustavo -Primeiro, 90% das nossas indstrias so micro e pequenas indstrias. So indstria como de panificao, de reparao de automveis e tantas outras, que dependem do negcio aberto, porque elas fazem venda direta ao consumidor final. Ento, esses segmentos industriais foram muito afetados, porque sofreram com o fechamento das suas atividades para o pblico. Sofreram com a falta de financiamento e de capital de giro. Sofreram com a dificuldade de honrar seus compromissos, com tributos, com fornecedores e at mesmo com seus empregados. Pagar sua folha de pagamento, porque elas no tm um colcho de poupana e no houve uma estratgia suficiente de socorro financeiro nessas empresas. O resultado que muitas delas hoje esto em dificuldade financeira, alis, mais de 80% das indstrias do estado relatam que a situao financeira delas hoje pior do que era antes da pandemia e ns vamos precisar, ao longo dos prximos meses de estratgias eficientes para socorrer esses empreendedores.

Como isso por acontecer? Por meio de apoio financeiro, como liberao de linhas de crditos, pode ser atravs de postergao ou cancelamento do pagamento de impostos, flexibilizao das relaes trabalhistas. Tem todo um conjunto de medidas que podem ser adotadas para que essas empresas possam readquirir flego financeiro. Voltar a operar dentro do que possvel nessa nova configurao social e econmica que a pandemia trouxe e a partir da voltar a ter uma trajetria de lucro e sucesso.

Alguns setores me parecem que vai ter um impacto mais duradouro. Setor de eventos, por exemplo. Setor de transporte areo. So setores que preocupam muito, porque embora no seja setores industriais, eles do apoio ao funcionamento do setor industrial. impossvel voc ter, por exemplo, feiras para promover os produtos industriais, sem que o setor de eventos esteja funcionando.

difcil fazer negcios h distncia, a gente precisa do setor areo funcionando. A gente precisa de todo setor de hotelaria funcionando. Isso ajuda o ambiente de negcio como um todo. E a preciso que a gente entenda como que vai ser o apoio e o socorro a esses setores, para que a economia possa girar dentro de uma normalidade possvel em uma pandemia.

Leiagora - O governo confirmou que a empresa responsvel por construir ferrovia (malha norte) vai ligar Cuiab, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Isto vai ter que alterar o projeto e pode causar atrasos? Enfim, os trilhos aro mesmo pela capital? E quais so os benefcios dessa rota?

Gustavo -Primeiro, o maior atraso dessa ferrovia o atraso burocrtico, ficou presa muito tempo renovao da malha paulista que era fundamental para ampliar a capacidade da ferrovia que chega a Mato Grosso e isso foi resolvido h poucos meses. Agora tem um problema, para que se possa agilizar a do Ministrio dos Transporte da extenso dessa concesso, para que os trilhos que esto hoje em Rondonpolis, possam chegar em Cuiab, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde. Mas fundamentalmente o que ns precisamos entender , se esses terminais, vamos chamar assim, vo trazer competitividade para as empresas locais.

As pessoas as vezes tem discusses muito presas, se a ferrovia vai ar por aqui ou por al. ar secundrio. O que fundamental que por onde ela ar, ela tenha terminais que tragam competitividade para as empresas que operam ali. Vamos olhar Rondonpolis, a operao de trazer combustveis, por exemplo, de So Paulo, para c, foi barateada porque as empresas puderam montar terminais de combustveis l onde a ferrovia chega hoje e se o Mdio-Norte do Estado quiser tambm ter isso, a gente vai precisar desse investimento ali.

Se Cuiab quiser ter um centro logstico para transporte, principalmente de cargas fracionadas, conteinerizada, tudo isso, a gente precisa de um terminal eficiente aqui em Cuiab para movimentao de containers, com questo aduaneira resolvida, quer dizer, a gente poder importar mercadorias e fazer o desembarao delas aqui no terminal de Cuiab.

Enfim, tem uma srie de questes que caminham juntos. Ter a ferrovia fundamental, mas se todo esse conjunto de coisas no funcionar tambm, a ferrovia chega e a competitividade no chega junto. Ento o que ns defendemos infraestrutura para competitividade, essa a agenda da Fiemt. Inclusive, os representantes da companhia, da Rumo, estiveram comigo em uma reunio e ns j definimos uma agenda justamente de estudos para que a gente garanta essa competitividade dos terminais que vo ser, com sorte, operados pela Rumo.

Leiagora - Vale lembrar que recentemente o TCU tambm liberou a Fico, mas a previso que ela ainda demore um pouco para sair do papel, qual a expectativa do setor com esta ferrovia? E o quanto as ferrovias podem estimular a vinda de novas indstrias a Mato Grosso?

Gustavo -A gente entende que primeiro, para toda a regio de gua Boa, a gente fala desse municpio, mas para um raio de at 400km ao redor, essa ferrovia vai ser muito importante. Ela tem duas grandes vantagens. A primeira que ela vai ser feita pela iniciativa privada. A Vale que vai construir a ferrovia, ento a gente no precisar de todo um processo de licitao, de construo com recurso pblico e o dinheiro para a construo dela j est em caixa, quer dizer, uma ferrovia que nasce com agilidade de construo e com recurso j depositado para fazer. Ela vai ser muito importante para toda aquela regio. No s para o desenvolvimento industrial, mas para o desenvolvimento socioeconmico de toda regio, vai trazer muita viabilidade para as atividades econmicas diversas ali, e em uma segunda etapa, se futuramente ela tambm chegar a Lucas do Rio Verde, vai ser mais uma alternativa para o mdio norte do Estado.

O que ns temos de certo que ela hoje chega a gua Boa nessa primeira expanso custeada pela Vale do Rio Doce com recurso privado e isso em si, j muito bom para o Estado.

Leiagora - O que podemos esperar da indstria mato-grossense nos prximos anos?

Gustavo -Primeiro um crescimento cada vez mais dentro do centro da vocao econmica do Estado. Produzir alimentos, produzir protenas. A economia verde algo que cada vez mais vai ter destaque na economia mundial, ento, quaisquer que sejam os nossos produtos, seja eles de base florestal, carnes e protena vegetal, ou tantos outros, eles tm que ter conformidade ambiental, tem que ter respeito ao que os nossos mercados consumidores pedem.E, principalmente, o que pode se esperar uma indstria cada vez mais competitiva.

A gente j tem aqui uma indstria consolidada na produo de etanol que est em franca expanso. Biodiesel uma grande oportunidade. Energia eltrica um potencial gigantesco ainda a ser explorado. Eu penso que ns temos a, diversos segmentos industriais com cenrio muito positivo, o que ns no temos uma indstria voltada para o consumidor final aqui do Estado.

Somos um estado, com pouca densidade populacional, ento cada vez mais o que vamos ver essa pequena e micro indstrias se desenvolvendo, aonde o desenvolvimento socioeconmico acontecer, quer dizer, nos municpios que tiverem um crescimento maior no seu PIB nos prximos anos e as grandes industrias vindo para c para aproveitar o potencial econmico do Estado.

A micro e pequena indstria vai se desenvolver para atender o mercado local, ento ela se desenvolve onde tem crescimento socioeconmico e as mdias e grandes indstrias vo aproveitar muito o fato de que Mato Grosso tem vocaes econmicas muito alinhadas com o crescimento da demanda por produtos no mundo inteiro. Respeitando as regras de produo socioambiental consistente e fazendo um bom trabalho de produtividade, a indstria tem um cenrio muito produtivo para os prximos anos.

Leiagora - Em maio o sistema teve que demitir quase 200 funcionrios, devido aos cortes do governo. H uma previso para o retorno das atividades nas unidades do Sesi e Senai, e contratar novos funcionrios? H uma previso para a retomada dos cursos do Senai que esto paralisados?

Gustavo -Basicamente, com a pandemia, ns tivemos que reduzir a atuao da nossa instituio desse ano, mais ou menos, ao nvel da produtividade de 2007. Isso estou dizendo para voc, porque foi um retrocesso de 13 anos no tempo. A gente imagina que para 2021, parte desse caminhar para trs, vamos chamar assim, vai ser recuperado. No vai ser inteiro em um ano, isso no fato. Mas a gente espera que em um horizonte de quatro, talvez cinco anos, a gente esteja alm do que estvamos antes do comeo da pandemia.

Mato Grosso cresce muito. A indstria tem uma boa performance, ento natural que a gente volte a desenvolver a instituio. Ento eu diria para voc que num intervalo de 3 a 5 anos a gente retoma ao ponto aonde a gente estava antes da pandemia. Pode parecer muito tempo, mas no tanto se a gente olhar o sofrimento econmico, que o pas foi submetido durante essa pandemia.

Nossa esperana rapidamente voltar a crescer, crescer depressa, de maneira consistente e continuar a trajetria de abrir novas unidades, contratar novos profissionais e cada vez mais apoiar a indstria. isso que a gente precisa retomar logo, to logo esse dano econmico e.

Leiagora - Uma pauta recorrente entre o setor da indstria e o governo com relao aos incentivos fiscais. Recentemente houve mudanas na legislao. Qual foi o impacto para o setor e qual seria a poltica ideal de benefcios para estimular a vinda de indstrias para Mato Grosso?

Gustavo -Bom, primeiro o que a gente defende que seja reduzida a diferena competitiva da empresa industrial instalada em Mato Grosso, em relao a que est instalada em outros Estados da federao. A gente precisa reduzir o custo logstico e para isso, por exemplo, a chegada das ferrovias fundamental, que esses projetos ferrovirios funcionem. A gente precisa baratear o custo da nossa energia e para isso a gente tem conversado com a concessionria de energia, com a Energisa, com a MT Gs, que fornece gs, que outra forma de energia aqui para os contribuintes industriais de Mato Grosso, para os empreendimentos industriais. A gente tem conversado com o setor de combustveis. Ns precisamos de energia mais barata de uma maneira geral.

Precisa de mo de obra mais qualificada, pessoas realmente capacitadas para operar equipamentos que hoje so muito modernos, que tem a uma tecnologia embarcada muito grande e as pessoas que vo operar, que vo dar manuteno nesses equipamentos, eles tm que saber extrair o mximo desses equipamentos, isso vai desde os mais simples, mais clssicos como tratores, carregadeiras, colheitadeiras, at plantas industriais inteiras automatizadas, a chamada Indstria 4.0. Ento trabalhar a questo de uma mo de obra capacitada tambm fundamental.

Quando a gente fala de incentivo, incentivo nada mais do que uma compensao por desvantagem que um empreendedor tem para ficar naquele lugar. Eu acho que se a gente tiver uma agenda muito forte de melhoria de gargalos, vamos chamar assim, que isso que eu te falei, em pouco tempo, a gente pode migrar de um modelo no qual hoje a gente precisa para reduzir a diferena competitiva para um modelo onde o estado oferea condies to competitivas aos empresrios que escolherem vir para c, que o conjunto de incentivos vai existir naturalmente, a gente no vai precisar mais de incentivo fiscal. A gente vai ter incentivo real no campo dos negcios. Com logstica barata, com mo de obra bem produtiva e com empresas modernas aqui.

Leiagora - Em breve vai ocorrer as eleies municipais, qual o perfil de representante que voc avalia como ideal para auxiliar na chegada de indstrias para a cidade? Quais as vantagens para o gestor municipal em ter uma poltica de atrao de indstrias?

Gustavo - At um tempo atrs voc ser um agente pblico desenvolvimentista significava voc usar recurso pblico para tomar as aes, construir infraestrutura, fazer qualificao e tudo isso. No cenrio de hoje, no qual as contas pblicas esto muito apertadas e at mesmo deficitria em muitas regies do pas, como no prprio governo federal, o gestor pblico precisa ser um indutor do desenvolvimento. Ele precisa criar o ambiente para que o investidor privado possa, ele sim, ser um grande motor do desenvolvimento.

A era do desenvolvimento com o gasto pblico acabou no pas. Os gestores que tentarem cair por esse caminho, eles rapidamente vo ser percebidos pela populao como vendedores de iluso, no tem conta pblica que e isso, a gente j viu esse desastre acontecendo em muitos municpios do pas e esse ano, essa vai ser a grande discusso.

Como que o gestor pode promover o desenvolvimento na sua cidade? Principalmente porque eleio municipal, apesar de termos eleio suplementar para o Senado, mas, como que pode promover o desenvolvimento municipal usando o mnimo de recurso pblico e fazendo o mximo de parceria com instituies e empresas privadas, para gerar o melhor retorno por real aplicado, vamos chamar assim?

Leiagora - Vamos v-lo concorrendo algum cargo poltico em breve?

Gustavo -No, eu entendo que j trabalhei por trs anos para o setor pblico. Eu entendo que a minha melhor contribuio para o pas e para o desenvolvimento do Estado pode ser feita do setor privado. Hoje tenho compromisso aqui com a Fiemt at o final de 2022, ento nem nesse pleito desse ano, nem no prximo sou candidato a nada e a tendncia que depois de encerrada a minha presidncia aqui na Fiemt, em novembro de 2022, eu continue contribuindo atravs do setor privado.

Acho que instituies e organizaes onde a gente tm espao para fazer essa contribuio existem muitas no pas e eu posso daqui do setor privado dar minha contribuio de maneira muito efetiva. No precisa ocupar um cargo pblico, no precisa sentar em uma cadeira de gestor pblico para fazer o melhor para o conjunto do pas. nisso que eu acredito. Ento, te digo com toda tranquilidade, no est nos meus planos. No algo que eu desejo e queira. No algo que eu deva fazer porque meu planejamento de vida, de carreira, est muito ligado ao setor privado. onde eu entendo que eu entrego o melhor resultado para a sociedade

Leiagora - O senhor foi secretrio do governo do estado, mas agora representa o setor das indstrias. Como o senhor avalia as tomadas de decises do governo com relao ao setor e aos incentivos s indstrias?

Gustavo -Primeiro, preciso reconhecer, eu fiquei durante 3 anos no setor pblico e l fiz o melhor que eu pude pelo setor pblico. Hoje eu tenho um mandato para defender a indstria de Mato Grosso e sempre digo isso claramente ao governador, aos secretrios de estado. A minha posio em defesa das indstrias. Nesse sentido, eu entendo que o governo tem alguns acertos importantes.

O equilbrio das contas pblicas fundamental porque se o estado no tem sade financeira para honrar seus compromissos, muitas empresas vendem para o estado, fazem negcios com o Estado, no recebem e com isso tm problemas. Equalizar os incentivos, ou seja, ter o mesmo nvel de incentivos fiscal e tributrio para empresas do mesmo segmento foi fundamental. A gente tinha distores competitivas causadas, porque uma empresa do mesmo ramo tinha muito mais incentivos do que outra. E a simplificao de o. Hoje uma empresa no precisa fazer um projeto. Ela pode entrar no sistema do governo online, cumprindo as regras do programa, ela j tem o benefcio no ms seguinte sua concesso. Ento, tudo isso foi muito importante, mas preciso avanar rapidamente nessa agenda estruturante, que eu digo, de logstica, energia barata, tudo isso, de maior produtividade para as empresas. E o governo precisa se engajar mais.

Esse ano foi muito difcil por causa da pandemia, teve muita dificuldade de tocar projetos, principalmente que envolviam o encontro de pessoas, capacitao e tudo isso. As empresas esto com dificuldades financeiras para fazer investimentos esse ano, mas no tem como a gente ar mais um ano, 2021 sem enfrentar essa agenda de maneira muito forte. Ento o governo, ao meu ver, tem muitos acertos sim, importante a gente ressaltar isso, mas tem desafios numa proporo muito maior do que os acertos que teve at hoje. Ns vamos apoiar e cobrar para que esses desafios sejam enfrentados.
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