Retomada do turismo vai depender de investimento em tecnologia e protocolos de segurana 1g5p5g
O Leiagora conversou com o secretrio adjunto de Turismo, Jefferson Moreno, para saber dos impactos da Covid-19 e os planejamentos para retomada das atividades q4b57
Mato Grosso um dos estados brasileiros que possui uma imensa variedade de riquezas naturais que encantam os olhos de quem v e atraem turistas de todos os lugares para desbravar o territrio mato-grossense. O turismo, alm de ser uma oportunidade de conhecer novos lugares, conhecer novas culturas e se divertir, tambm movimenta a economia, gerando empregos e renda.
Segundo um levantamento do Ministrio de Turismo, no ltimo ano, o setor registrou o melhor desempenho da histria, com um faturamento de R$ 238,6 bilhes.
Crescimento tambm percebido na gerao de emprego. Uma pesquisa feita pela Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC), apontou que em 2019 o turismo brasileiro teve um crescimento de 2,2% no faturamento real, se comparado a 2018. O que representa um aumento de R$ 5,1 bilhes. Alm disso, houve mais de 35,6 mil pessoas empregadas pelo segmento, quantidade 163,6% superior ao nmero de ocupados em 2018.
Este ano a previso era de crescimento, contudo, o pas se viu em meio a uma pandemia, que obrigou a paralisao de diversas atividades econmicas, entre elas o turismo, gerando uma enorme crise financeira e insegurana no setor, que ainda no sabe quando ir retomar os trabalhos.
OLeiagoraconversou com o secretrio adjunto de Turismo, Jefferson Moreno, para saber dos impactos da Covid-19 e os planejamentos para retomada das atividades em Mato Grosso.
Leiagora -O turismo regional comeou ganhar fora nos ltimos anos, quais foram os principais investimentos do Governo do Estado no setor?
Jefferson - Ns fizemos alguns investimentos em feiras, promoes que fizemos no ano ado e infelizmente no vamos conseguir realizar eventos esse ano. Mas vamos fomentar o turismo na parte digital. Fazer com que os turistas do Estado e do Brasil queira conhecer nosso estado. Tem muitos mato-grossenses que no conhecem nosso estado. Tem muita gente aqui que no sabe aonde nobres, essas belezas do pantanal, no conhece as belezas do Araguaia, da regio norte do Estado, que a Amaznia mato-grossense, no conhecem as belezas das aldeias indgenas que esto preparadas para receber o turista.
Ns temos uma gama diversificada de potencialidades tursticas que ns estamos colocando em plataformas para subir para mdias digitais que nunca foram to exploradas. Esse o momento que a gente tenta comear a explorar as mdias digitais para divulgar mais o turismo no estado e no Brasil.
Leiagora -E o que ainda falta para que as pessoas se interessem mais pelas belezas do estado?
Jefferson - Muita gente pe na balana os preos. Quando voc fala do Nordeste e a demanda que eles tm na praia, voc est falando de 15 a 20 mil leitos para oferecer. J aqui no Pantanal, Chapada dos Guimares e nos atrativos que temos, nossos nmeros so muito s e sempre ficaram com taxa acima dos 70%.
A eu entro em algumas discusses: quandovoc fecha um pacote com outros estados, voc est pagando o transporte areo e hospedagem com caf da manh, e todo o resto que no vir junto, voc vai pagar como despesa extra - alimentaes so extra, at guarda sol voc paga.
Masem todos os pacotes de hotis, resorts, atrativos que temos aqui no estado est tudo incluso. As alimentaes esto inclusas, muitos oferecem bebidas, inclusive as alcolicas, ento tem que colocar tudo isso no peso para no final voc ver se compensa ou no.
Eu ainda vejo um grande tabu nessa relao dos preos. Ns brasileiros nos programamos para viajar para fora do estado, para fora do Brasil, mas no nos programamos para ir para o Pantanal. Ento na hora que eu quero ir para o Pantanal, se um perodo de alta temporada, estamos com o preo, uma tarifa mais cheias. O custo operacional do Pantanal, de uma regio da Amaznia ou do Araguaia, mais alto.
O pessoal reclama, mas consegue se programar para ir viajar para praia, para Disney e Europa. Quando para ir prximo de casa, no consegue programar e, quando decide em um final de semana e geralmente alta temporada a as pessoas comeam a comprar pacotes para os outros anos.
Leiagora - Logo no comeo deste ano, veio uma pandemia e o turismo foi um dos setores mais afetados em todo o pas, quais foram os prejuzos contabilizados no setor em Mato Grosso?
Jefferson - Quando comeou a pandemia na Europa, comeou a diminuir no Brasil. Desligou a chave do turismo. Tivemos os decretos municipais e estaduais. Alguns foram muito duros, para no deixar a pandemia se proliferar, teve outros que foram mais brandos. Os dados do impacto econmico ns no temos ainda.
Neste ano, com a determinao do governador e do secretrio Cesar Miranda, ns montamos o Observatrio do Desenvolvimento Econmico e vamos comear a ter esses dados daqui do Estado. Vamos comear a partir do segundo semestre ter informaes mais reais do turismo.
Leiagora - Aos poucos, algumas cidades comeam a retomar as atividades, mas em um chamado 'novo normal'. possvel que o setor do turismo se adeque a este novo momento? E quais medidas sero implantadas para a retomada das atividades com segurana ao turista?
Jefferson - Ao longo desses dois meses, comeamos fazer uma srie de reunies com os secretrios municipais e os empresrios do setor de turismo, para que os secretrios comeassem a entender um pouco do que est acontecendo no Brasil. Tivemos uma reunio com o presidente do Fornatur (Frum Nacional dos Secretrios e Dirigentes Estaduais de Turismo) para explanar um pouco do que est acontecendo no cenrio brasileiro, para o pessoal no achar que s na sua cidade que est acontecendo esse negcio de pandemia, esses decretos muito duros.
Tivemos uma outra reunio com a secretria adjunta de Turismo de Minas Gerais que nos falou sobre a Plataforma Integrada de Turismo, que o PID. A gente fez uma parceria com Minas Gerais para fazer um grande inventrio turstico do Estado. Criando essa plataforma de turismo onde os municpios vo inserir seus dados de todos os itens econmicos de sua cidade, vo estar inseridos dentro dessa plataforma e nela o turista vai conhecer a cidade.
Por exemplo, se ele quiser ir para Nobres, ele l de So Paulo, vai ar a cidade e vai conhecer. Na plataforma tambm vai aparecer as agncias que operam em Nobres e na cidade onde ele est. Ela falou da importncia de que cada municpio tenha seu inventrio turstico que, no contexto geral, eles tm muito mais informaes.
Tivemos uma reunio com o presidente do Desenvolve MT, para falar sobre as linhas de crditos, que o governo est disponibilizando no s com o Fungetur, como capital de giro de at R$10 mil. A Desenvolve fez um grande trabalho com uma plataforma digital para agilizar o processo no meio dessa pandemia, para no ter muito contato.
Ainda tivemos uma reunio com uma consultora de Turismo de Minas Gerais que implantou o Circuito do Ouro l em Minas, pioneiro da regionalizao do Brasil. O programa do Ministrio do Turismo de regionalizao do Brasil, a por Minas Gerais, porque o Estado j tinha essa poltica implantada. Ela nos explicou os grandes desafios e Mato Grosso est engatinhando ainda. Fechamos o mapa do Brasil no ano ado, com 14 regies e 85 cidades dentro do mapa do turismo, mas o pessoal est querendo entender como que isso funciona nos outros estados.
Trouxemos uma outra pessoa de mdia digital para falar desse momento de pandemia em que os atrativos esto fechados, a importncia de estar em uma plataforma digital, alguns no tinham plataforma digital, no sabiam nem como funciona direito. E esse o momento em que voc devia comear vender expectativa. Tirar fotos de um lugar paradisaco, encher o olho do turista de vontade de ir, uma vez que Mato Grosso, nessa parte do turismo de aventura, de contemplao muito bonito.
A gente v nas pesquisas que a Embratur est fazendo no Ministrio que muita gente quer ir para a natureza e a gente tem um carro chefe muito forte, que a natureza.
Trouxemos tambm a coordenadora do Observatrio de Turismo de Mato Grosso do Sul, que falou da importncia dos municpios terem dados. Porque a gente falando do turismo, tem uma regio ou outra que est mais desenvolvida e a gente acaba sempre focando em umas regies.Desde que entrei aqui eu rodei as 14 regies do Estado, para entender um pouco de cada regio, como funciona o turismo e ressaltando que importante ter dados. Se no tem, como vamos fazer aes sendo que eu preciso deles para atuar nas regies. Ela falou de como eles conseguiram pegar recursos fora do Estado, por ter banco de dados. A ela explicou todas as categorizao que o observatrio fala.
Chamamos representantes do Sebrae para falar do projeto estratgico para a retomada e a coordenadora do projeto de regionalizao do turismo para falar sobre o programa. Ento fechamos o ciclo de reunies online que tivemos com os secretrios municipais e os empresrios que quiseram participar das discusses.
Agora j estamos preparando uma parceria entre a secretaria de Desenvolvimento Econmico (Sedec), a Unimat e o Sindicato de Bares, Hotis e Restaurantes, sobre um tema especfico, a retomada do segmento. Ento, vamos ter protocolos de segurana para a retomada do turismo. A gente convidou um secretrio do Ministrio do Turismo para falar com os empresrios e vai ser em um canal aberto, por lives no YouTube, ento vou ter protocolos de biossegurana para a retomada do turismo.
Ns convidamos um doutor para falar sobre esse protocolo e o secretrio do Ministrio de Turismo para falar um pouco dos selos do turismo que foi criado pelo Ministrio. Essa reunio vai acontecer nos prximos 15 dias, para discutirmos com os secretrios e empresrios a retomada do segmento do turismo com a maior segurana possvel.
Leiagora - A tecnologia vai ser uma ferramenta muito utilizada enquanto no houver uma retomada das atividades prticas para fomentar o turismo. Vocs pretendem digitalizar esses pontos tursticos para que os turistas tenham o a essas imagens?
Jefferson - Exatamente, temos que entrar na era digital. Vamos provocar a vontade no turista de querer conhecer os atrativos que tem aqui no Estado. A no s a parte do turismo de lazer. Tem o turismo de negcios tambm, a gente tem os centros de eventos para tambm colocar nessa plataforma e empresrios comearem a ver o potencial que a gente tem de eventos. Vamos fazer essa plataforma bem integrada, com toda a demanda da parte do turismo, tanto da parte do lazer, quanto de negcios, para mostrar o nosso potencial turstico.
Leiagora - Quais foram as alternativas buscadas pelo seguimento para enfrentar a crise? E quais so as dicas para quem quer manter o negcio enquanto enfrentamos a pandemia?
Jefferson - Tivemos bastante conversas com os presidentes dos sindicatos para ver o que podamos fazer. O primeiro momento a parte financeira. Ento, temos as linhas de crditos disponibilizada no estado, o fundo do Governo Federal, que a Desenvolve MT opera aqui no Estado. Ento a gente tem um capital de giro de at R$ 100 mil, que tem essa plataforma online que voc a para ter o s linhas de crditos e l tem todos os requisitos que voc precisa preencher.
Ns comeamos tambm a ter uma discusso sobre outras linhas de crditos, tivemos reunies com o ministro em que pedimos linhas de crditos, inclusive, no s para os pequenos e mdios, ento vimos bastante aes a com o BNDES, desde as companhias areas at os grandes empresrios, donos de hotis, resorts, produtores de eventos. O BNDES est montando linhas no s para o turismo, mas para o segmento empresarial. Demora um pouco para aparecer, mas ns temos notcias que empresrios esto tendo o linhas de crditos em bancos privados tambm.
Leiagora - O setor tem alguma perspectiva de quando ser retomada s atividades tursticas? O que deve mudar no setor turismo na ps-pandemia?
Jefferson - Falar em retomada muito precoce porque depende muito dos municpios. O MP pediu lockdown em cidades que afeta 13 municpios diretamente s na baixada cuiabana. Quando voc fala em Cuiab e Vrzea Grande, que adotou um perodo de quarentena, acaba afetando os municpios do entorno.
Nobres estava em um processo de reabertura no turismo, mas parou. Reabriu agora, mas vai adiar mais um pouco, porque estavam esperando o decreto de Cuiab e Vrzea Grande, que reflete nos municpios. Pocon restringiu um pouco mais a atividade turstica de l. Fecharam 100%, depois abriram com a capacidade dos hotis em 50%, e aos poucos vai retomando.
Ns temos um caso em Sinop, que a prefeita abriu e o Ministrio Pblico pediu interveno e fechou tudo, restringiram o horrio. Ento, a gente fica monitorando as cidades para ver quais aes a gente pode fazer em conjunto.
O que os empresrios me falam que a maior preocupao deles com os funcionrios, de receber turistas e ar a doena para eles, todos eles tm essa preocupao. Com os protocolos de segurana que todos eles vo ter que se adaptar nesse momento e a parte financeira.
Nesse momento agora se eu falar para voc, ms que vem retoma, no acredito nisso. Acho que vai ser um processo gradativo que tendo um movimento turstico interno no Estado. Por exemplo, Cuiab e Vrzea Grande vo fomentar o movimento aqui da baixada, a regio do norte vai fomentar aquela parte. Vejo que em maro, quando comeou os decretos, teve muita gente que estavam isoladas, mas eles no aguentam ficar 100 dias isolados, ento esse pessoal, precisa tambm espairecer a cabea, ir para um lugar de campo. Acredito muito nisso. Muitas pessoas que eu converso fala que no esto mais aguentando ficar nos apartamentos.
Me parece que os planos de sade sero obrigados a cobrir os testes. Voc pode argumentar isso, ‘voc vem para o meu hotel, teu teste vai ter um prazo de cinco dias, 10 dias, ento, com o protocolo s ver com o mdico qual o perodo bom, por quanto tempo vale esse exame que voc fez. A em diante, cada cidade vai retomando, colocando os seus limites.
Leiagora - O senhor acredita que turismo regional pode alavancar no perodo ps-pandemia?
Acredito que vamos crescer o regional primeiro, nesse ano. Em segundo momento, vamos ter o turismo domstico. O brasileiro viajando no Brasil. Depois abrindo a para o turismo internacional. Nesses dias falei com um executivo da Azul e eles tinham 1100 voos dirios, e esto operando com 200 voos dirios, ento, ns no temos nem aeronave rodando no estado. Os voos que esto vindo para c, que so poucos ainda, esto vindo com menos de 40% de ocupao, no esto ando dessa margem, principalmente os que vem para Cuiab. J retornaram 6 voos daqui, mas ainda est gradativo. Est vindo quem est trabalhando, para turismo de lazer, no estamos vendo esse turista ainda com confiana para viajar.
Leiagora - Como o senhor imagina o comportamento do turista ps-pandemia? Quais sero os desafios do setor?
Jefferson - Com certeza vo estar muito mais exigentes com os protocolos que todos os atrativos, que todos do segmento do turismo vo estar prestando agora. A campanha que o Governo Federal est fazendo com o selo, est tendo uma boa aceitao no Brasil inteiro, voc vai classificar pelo selo como est sendo os protocolos adotados nos estabelecimentos. Ento eles vo estar muito mais exigentes com esses protocolos de segurana e os empresrios vo ter que entrar no universo digital para buscar o seu turista que vai estar nessa era da biossegurana, que ser uma tendncia no mercado mundial.
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