A melhora na economia brasileira pode ter causado o avano de dados mais positivos no mercado de trabalho em 2019 e uma explicao seria a expectativa de quem contrata. A avaliao da analista da Coordenao de Trabalho e Rendimento (Coren) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), Adriana Arajo Beringuy.
Hoje (31), o instituto divulgou que a taxa mdia de desemprego no pas caiu para 11,9% em 2019, inferior registrada em 2018, de12,3%.
Segundo Adriana, preciso acompanhar os prximos resultados ao longo de 2020 para avaliar a sustentabilidade desse movimento que ocorreu, principalmente no segundo semestre de 2019, ano em que o mercado de trabalho do Brasil registrou diferenas na comparao com o ano anterior.
A primeira coisa a se observar, segundo a especialista, o primeiro trimestre deste ano, para avaliar se a agem vai manter o registrado no mercado de trabalho no final.
“ normal a populao ocupada crescer no fim de cada ano. No incio do ano seguinte, vamos observar se essas pessoas sero mantidas e efetivadas, ou se vai haver o processo de dispensa intensa de trabalhadores temporrios. O primeiro trimestre de cada ano o momento da observar essa transio. Temos que aguardar o primeiro trimestre para fazer a avaliao”, disse.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios – Contnua, divulgada hoje (31) pelo IBGE, houve melhoras com crescimento da populao ocupada e dos contratados com carteira assinada, queda na desocupao e contratao em atividades que antes no vinham abrindo vagas, como a construo e a indstria.
O panorama de melhora foi reforado pelo comrcio, que manteve equilbrio durante o ano.
Para a analista da Coordenao de Trabalho e Rendimento (Coren) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), Adriana Arajo Beringuy, essas atividades mostraram uma reao na contratao de trabalhadores, alguns at por meio de da carteira de trabalho.
Resultados
Segundo a analista, os dados guardam anlise retrospectiva que mostra o mercado de trabalho ainda bem distante dos seus melhores resultados na srie da pesquisa.
“Hoje temos uma taxa de desocupao de 11,9% [taxa mdia de 2019]. menor do que em 2018, mas ainda bastante superior aos 6,8% de 2014”, afirmou Adriana Arajo Beringuy.
A analista destacou ainda a recuperao do emprego com carteira assinada no setor privado, que depois de vrias quedas mostrou leve crescimento de 1,1% em 2019. Tambm neste caso, afirmou que o nvel de 2019 inferior ao de 2014, quando o mercado de trabalho registrou os melhores resultados.
Em 2019, havia 33 milhes 219 mil trabalhadores com carteira assinada no setor privado, enquanto em 2011 eram 36 milhes 450 mil.
“Estamos em uma trajetria de recuperao. O crescimento da ocupao no ano de 2019 foi mais difundido entre as atividades e no concentrado em alojamento, alimentao e transporte, como vinha ocorrendo em anos anteriores. De fato h uma recuperao, at mesmo, na construo, um pouco na indstria, atividades de informao e comunicao e servios istrativos, mas a gente ainda tem uma diferena bastante intensa de patamar aos valores observados h cinco anos atrs”, observou.
De acordo com a analista, a melhora de 2019 reflete a contratao de trabalhadores por diversas atividades econmica, diferente do que ocorria em 2017 e 2018, quando estava mais concentrada na alimentao, alojamento, no chamado bico e trabalho informal.
Segundo Adriana, o ano ado comeou com a permanncia dessas atividades que ainda contratam fortemente, mas comea a se observar a volta das contrataes na construo e na indstria e em outras atividades istrativas, alm do comrcio.
“Boa parte da contratao do comrcio no ano de 2019 foi atravs de carteira de trabalho, Ento, o ano de 2019 mostra diversas atividades econmicas absorvendo trabalhadores e essa absoro se reflete inclusive melhora na carteira de trabalho”, afirmou.
Rendimento
A mdia anual do rendimento em 2019 ficou em R$ 2.330 com pequena variao de 0,4% em relao a 2018.
No ltimo trimestre do ano, o rendimento real habitual ficou em R$ 2.340 e se manteve estvel. J a massa de rendimento real habitual cresceu 1,9% e alcanou R$ 216,3 bilhes entre outubro e dezembro de 2019, na comparao ao trimestre anterior. Em relao ao mesmo perodo de 2018, houve alta de 2,5%. Na mdia anual, a massa subiu 2,5% frente a 2018 atingindo R$ 21,4 bilhes.
Adriana Beringuy afirmou que o rendimento mdio da pesquisa ainda no mostra uma reao.
Ela acrescentou que, se pelo lado da ocupao, de fato, tem mais gente trabalhando, o rendimento medido dessa populao trabalhadores est relativamente estvel.
A explicao o tipo de ocupao com baixos salrios. “No tem crescido. Esse no crescimento est associado ao fato de que mais pessoas trabalhando est ocorrendo, no entanto, boa parte est inserida em ocupaes de baixo rendimento e baixos salrios, muitas vezes na informalidade.
Trabalhadores por conta prpria, a maioria sem CNPJ, pequeno empregador que no tem a formalidade do seu pequeno estabelecimento. So pessoas que esto trabalhando, gerando alguma renda, mas ainda em valores que no permitem que o rendimento total da populao cresa em ritmo maior”, completou.
Adriana destacou ainda a queda na contribuio previdenciria. Ela considera que a queda no percentual de contribuintes, que vem caindo est associada grande massa de trabalhadores no Brasil que no contribui, sendo boa parte os que trabalham por conta prpria e os empregados sem carteira.
“Se a gente compara o cenrio de contribuio previdenciria de hoje ao que era em 2014, o percentual de contribuintes era muito maior. L naquela poca de 2014, o emprego com carteira era o que mais crescia e agora nos ltimos anos no o que tem ocorrido. H um predomnio do trabalho informal.”
Direto da redao,Cristina Indio do Brasil – Reprter da Agncia Brasil
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