Em uma nova crise na rea de comunicao, o presidente Jair Bolsonaro demitiu na noite desta tera-feira (13) o recm-nomeado secretrio de imprensa do Palcio do Planalto, Paulo Fona. Ele foi o quarto a ocupar a cadeira desde que o presidente assumiu o mandato. Antes de a nomeao dele ter sido publicada no Dirio Oficial da Unio, na ltima quarta-feira (7), o cargo estava vago havia mais de um ms.
O secretrio anterior, Fernando Diniz, ficou menos de 30 dias na funo. Fona foi escolhido pelo chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicao Social), Fbio Wajngarten, que tem perdido poder. Nesta semana, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, retirou da Secom a estrutura do porta-voz da Presidncia da Repblica, que ar a responder diretamente pasta.
Procurado pela reportagem, Fona disse que a deciso o "pegou de surpresa". Segundo a reportagem apurou, a exonerao se deveu ao histrico do profissional, que atuou para quadros do MDB, do PSDB e do PSB.
"A deciso da minha exonerao pelo presidente me pegou de surpresa. Fui convidado para assumir a Secretria de Imprensa, alertei-os de meu histrico e minha postura profissional e a inteno de ajudar na melhoria do relacionamento com a mdia em geral", disse.
Ele ressaltou que sempre soube que o desafio "era imenso", mas que "esperava maior profissionalismo". "O que no encontrei", ressaltou.
"Constru minha carreira profissional com meus prprios mritos e defeitos. Obrigado a todos os jornalistas que me acolheram de maneira calorosa e esperanosa de que o relacionamento mudaria", afirmou.
Desde o incio do governo, a estrutura da comunicao a por uma sequncia de crises. A mais recente ocorreu por conta de declaraes polmicas do presidente em cafs da manh com a imprensa. No ltimo encontro, Bolsonaro disse que no havia fome no pas e chamou governadores nordestinos de "parabas".
Por conta do episdio, o porta-voz Otvio Rgo Baros ou a ser criticado pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e pelo deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP). Para evitar uma queda-de-brao, Bolsonaro saiu em defesa de Barros e disse que continuaria a fazer cafs da manh. Desde o episdio, ocorrido em 19 de julho, no entanto, nenhum outro foi marcado pelo presidente.
Direto de Braslia, Gustavo Uribe - Folhapress