A Sociedade Rural Brasileira (SRB) disse, em nota divulgada nesta segunda-feira, ser contrria proposta conhecida como Moratria da Soja para o Cerrado brasileiro. Conforme a SRB, a proposta foi apresentada por empresas compradoras de soja, que buscam adquirir a oleaginosa somente de produtores que assumam o compromisso de no desmatar reas de Cerrado, mesmo dispondo de permisso da autoridade ambiental e seguindo as regras previstas no Cdigo Florestal e suas regulamentaes em mbito estadual.
Segundo a SRB, a proposta de empresas compradoras responde a "presses orquestradas por ONGs estrangeiras". "As adquirentes de soja representam claramente oligopsnio - estrutura de mercado caracterizada, sobretudo, por um grupo pequeno de compradores num ambiente de muitos vendedores -, tornando praticamente impossvel plantar soja revelia desse compromisso", afirma a entidade. "Cumpre ao Cdigo Florestal e s autoridades ambientais regular onde plantar, e no a decises de empresas privadas."
De acordo com a SRB, a restrio afetar diretamente o desenvolvimento do Matopiba (Maranho, Tocantins, Piau e Bahia), que a nova fronteira agrcola brasileira, pois as demais regies produtoras de soja j se encontram desenvolvidas e tm ampliado a rea de soja com a incluso de pastagens degradadas.
Conforme a entidade, tradings propem pagar ao produtor que deixar de suprimir a vegetao nativa no Cerrado mesmo que tenha autorizao legal para isso, dentro do conceito de Pagamento por Servio Ambiental (PSA). "Estimamos que os eventuais pagamentos seriam limitados, no tendo abrangncia para compensar as restries sociais e econmicas que seriam impostas ao desenvolvimento da regio", pondera a SRB.
Ainda segundo a SRB, "a resposta necessria a esse tipo de presso o fortalecimento do Cdigo Florestal", com a firme atuao do Poder Pblico contra o desmatamento ilegal, alm de transparncia das autoridades ambientais nos processos de autorizao de supresso de vegetao nativa em reas de expanso da produo.
Direto de So Paulo,Leticia Pakulski, Estado Contedo