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20/09/2018 s 07:33 5x3p3s

Delator diz que caixa 2 da CCR foi maior do que a empresa estima 1w2z2q

Redao Leiagora

Um delator da Lava Jato, o empresrio e operador financeiro Adir Assad, disse em depoimento ao Ministrio Pblico de SP que o caixa dois destinado a polticos pela CCR, empresa de concesso de rodovias, aeroportos e metr, foi muito maior do que o volume inicialmente estimado pela companhia.

Assad afirmou que, dos cerca de R$ 46 milhes que recebeu da empresa, 80% eram destinados a pagamentos ilcitos, segundo trs profissionais que atuam na investigao ouvidos pela reportagem. O percentual corresponde a R$ 36,8 milhes.

A CCR havia estimado que os recursos usados para pagamentos a polticos era de R$ 17 milhes, o equivalente a 37% do total. O montante relatado por Assad R$ 29 milhes a mais do que a projeo da concessionria. A CCR est negociando um acordo com o Ministrio Pblico e mencionou que entregou recursos de caixa dois para trs polticos do PSDB: o ex-governador e candidato Presidncia Geraldo Alckmin, o ministro das Relaes Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e o senador Jos Serra. Todos negam ter recebido recursos ilcitos em suas campanhas.

A empresa proibida de fazer doaes a polticos por ser concessionrias de rodovias como o sistema Anhanguera-Bandeirantes, parte do Rodoanel e de linhas de metr como a 4-amarela. Assad est preso em Curitiba desde agosto de 2016, fez um acordo de delao com procuradores um ano depois e deve deixar o presdio no prximo ms. Ele prestou o depoimento ao Ministrio Pblico por meio de videoconferncia h cerca de duas semanas.

Assad foi o nico operador do caixa dois da CCR entre 2009 e 2012, segundo relato feito em seu acordo, e dizia ser amigo do ex-presidente da empresa, Renato Vale. O executivo foi afastado em julho por causa de sua relao com Assad. O volume de recursos destinado ao caixa dois para polticos importante porque Assad prestava servios lcitos e ilcitos para a CCR, de acordo com ele prprio.

Os servios ilcitos eram a venda de notas fiscais simulando a prestao de servios. A CCR pagava Assad por um servio que no era prestado, ele cobrava uma pequena taxa e devolvia o dinheiro para a empresa, que por sua vez entregava o montante a polticos. Em sua delao, Assad diz ter gerado cerca de R$ 1,7 bilho em caixa dois para empreiteiras como Andrade Gutierrez e OAS por meio desse esquema de venda de notas frias.

No caso da CCR, porm, o empresrio tambm prestou servios lcitos: a companhia patrocinou um equipe de corrida de carros na categoria stock car e Assad intermediou um merchandising da empresa em novela da Globo. Esses contratos tambm eram superfaturados e serviam para gerar dinheiro vivo que ele entregava empresa, segundo Assad relatou no depoimento prestado ao promotor Jos Carlos Blat.

No interrogatrio ele disse que a CCR pagou a mais no caso de um contrato de patrocnio equipe de carros de corrida. Se fosse seguido o preo de mercado, o patrocnio seria de R$ 250 mil por ano, num exemplo hipottico, de acordo com Assad. A empresa, porm, desembolsava quase R$ 2 milhes e pegava a diferena de volta para usar em pagamentos ilegais. A delao de Assad teve um forte impacto sobre as aes da CCR: assim que os termos do acordo foi revelado, em fevereiro, o valor de mercado da empresa na Bolsa caiu R$ 4,6 bilhes.

Assad relatava que foi Paulo Vieira de Souza, o ex-diretor da Dersa conhecido como Paulo Preto, que apresentou o operador financeiro para o presidente da CCR. No depoimento ao Ministrio Pblico paulista, o operador confirma que pagou comisso a Paulo Preto por ele ter apresentado a CCR como cliente.

Apesar de ter sido formada por duas empreiteiras que j confessaram uma srie de denncias (Camargo Corra e Andrade Gutierrez), alm de uma empresa sem reputao manchada (Soares Penido), a CCR tinha imagem ilibada. para recuperar essa imagem e estancar as perdas que a empresa est negociando um acordo com a Promotoria. Em fevereiro, quando a delao de Assad se tornou pblica, a companhia anunciou a criao de um comit que investiga o que foi feito com os R$ 46 milhes.

Fazem parte do comit um ex-ministro do Supremo, Carlos Velloso, advogados e executivos especializados em crimes corporativos. Mas, sete meses depois de ter sido criado, o grupo no apresentou nenhum resultado.

A assessoria da CCR afirma que a empresa "est contribuindo com as autoridades para que a investigao em curso elucide a denncia veiculada na mdia". Segundo a CCR, o comit constitudo pelo conselho de istrao do grupo far "uma investigao profunda e meticulosa dos eventos citados no depoimento divulgado na imprensa e conexos".

Direto de SoPaulo,SP(Folhapress)

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