O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) imps na noite desta tera-feira, 18, cinco derrotas ao candidato do PSL Presidncia, Jair Bolsonaro, que recorreu Corte Eleitoral para suspender a veiculao de propagandas - no rdio e na televiso - da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palcio do Planalto.

A Corte Eleitoral tambm negou pedidos de direito de resposta de Bolsonaro.

Entre as peas contestadas pela campanha de Bolsonaro est um insero televisiva na qual o candidato chama uma reprter de "idiota e "ignorante" e se refere deputada federal Maria do Rosrio (PT-RS) como "vagabunda". O vdeo encerra com a mensagem "Voc gostaria de ter um presidente que trata as mulheres como Bolsonaro trata?"

Para o advogado Andr Castro, defensor de Bolsonaro, houve "insultos mtuos" e "alterao de fatos" na publicidade de Geraldo Alckmin. J o advogado Jos Eduardo Alckmin, que trabalha para a campanha do tucano, alegou que as cenas so reais, "amplamente conhecidas e debatidas", de fatos "sabidamente ocorridos".

Na avaliao do vice-presidente do TSE, ministro Lus Roberto Barroso, a liberdade de expresso "abrange crticas cidas a postulantes de mandantes eletivos, inclusive quanto ao temperamento pessoal".

"Os fatos retratados efetivamente ocorreram, foram objeto de ampla divulgao, sem qualquer indcio de que tenham sido maliciosamente descontextualizados", avaliou Barroso.

Para a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, o vdeo "revela o retrato de um instante, sem que esse instante implique distoro da realidade". "Por isso, na linha da jurisprudncia no sentido de que os fatos so notrios, eles no ensejam direito de resposta", concluiu Rosa.

Na maioria dos casos, os ministros do TSE decidiram por unanimidade rejeitar os pedidos de Bolsonaro.

Quanto veiculao da propaganda no rdio, o ministro Og Fernandes discordou pontualmente dos colegas, alegando que esse meio de comunicao " extremamente emocional" e atinge "categorias sociais que so mais vulnerveis" e concluindo que havia, sim, direito de resposta ao candidato do PSL.

Bala

Em outro vdeo contestado pelos advogados de Jair Bolsonaro, a campanha de Alckmin afirma que "no na bala que se resolve". Na insero televisiva, projteis atingem objetos que simbolizam o desemprego, o analfabetismo e a fome, entre outros.

No ltimo segundo, uma bala segue em direo cabea de uma criana. "No na bala que se resolve", diz a legenda, em aluso ao fato de Bolsonaro defender o porte de arma como forma de enfrentar a violncia no Pas.

"A publicidade brasileira uma das mais criativas do mundo, reconhecida internacionalmente pelos prmios que ganha", ponderou Og Fernandes, ao se posicionar contra o pedido de Bolsonaro para suspender imediatamente a propaganda, inspirada no comercial ingls "Guns Kill: Kill Guns".

Direto de Braslia, Rafael Moraes Moura - Estado Contedo