18/07/2018 s 15:00 9691i
Redao Leiagora
O mundo registrou no ano ado um recorde de crianas vacinadas - 123 milhes, de acordo com dados divulgados nesta tera-feira, 17, pelo Unicef e pela Organizao Mundial da Sade, - uma alta que ocorre tanto por aumento da populao quanto de cobertura vacinal. O Brasil, porm, caminha na contramo desse movimento, com queda na porcentagem de crianas vacinadas nos ltimos trs anos.
Os nmeros do Ministrio da Sade, que tm chamado a ateno do Pas, foram usados em sinal de alerta pelas organizaes. o caso da cobertura da vacina trplice viral (contra sarampo, caxumba e rubola), que estava estvel e prxima a 100% no Brasil at 2014, mas baixou para 96,1% em 2015, 95,4%, em 2016, e 85% em 2017.
Outro exemplo o da plio, doena erradicada no Brasil, que teve uma queda de 95% de crianas imunizadas em 2015 para 84,4% em 2016, chegando a apenas 78,5% no ano ado.
Tambm houve queda na cobertura da DTP, que protege contra difteria, ttano e coqueluche. Estava acima de 90% at 2015. Caiu para 89,5% em 2016 e 78,2% em 2017. Em todos os casos, considera-se uma proteo adequada quando a cobertura est em 95%. Abaixo disso, h risco de retorno das doenas.
O ministrio informou, por meio de nota, que "tem atuado fortemente na disseminao de informaes junto sociedade alertando sobre os riscos de baixa coberturas". Disse tambm que a queda nas coberturas vacinais, principalmente em crianas menores de 5 anos, acendeu uma luz vermelha no Pas e elas so a principal preocupao da pasta neste momento.
Cristina Albuquerque, chefe de Sade, HIV e Desenvolvimento Infantil do Unicef no Brasil, pondera que a melhora observada em nveis globais tem de ser analisada pelo prisma de que os nveis iniciais eram muito baixos. Por exemplo, a cobertura global contra sarampo e rubola cresceu de 35% em 2010 para 52% em 2017.
"Claro que ainda so valores muito baixos, mas um avano que nos enche de esperana de que o mundo est melhorando. Muitos pases esto diversificando seu calendrio de vacinao, colocando mais variedades de vacinas, mais doses", afirma.
De acordo com o relatrio, as coberturas globais contra plio e contra difteria, ttano e coqueluche esto estveis em cerca de 85% nos ltimos anos. "O Brasil tinha um ponto de partida bem diferente, muito mais frente. Tem uma tradio gigante, conseguiu erradicar a plio. Sempre fez grandes campanhas", lembra Cristina. "Mas as coisas mudaram. Se em 2013, por exemplo, o Pas estava quase todo com cobertura adequada, hoje s Rondnia e Cear esto assim", diz.
Sucesso
Para o ministrio, um dos motivos da queda nas coberturas o prprio sucesso das campanhas de imunizao, o que pode ter criado uma falsa sensao de que no preciso mais se vacinar. Cristina e o presidente do Departamento Cientfico de Imunizaes da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, concordam.
"As doenas desaparecem com o uso das vacinas, o que faz com que se perca a percepo de urgncia", diz ele. "Hoje, o risco fato e j temos o sarampo de volta. Onde encontra reas suscetveis, transmitido com facilidade. a constatao das baixas coberturas. E isso pode acontecer com difteria e plio."
O ministrio disse que os recursos para vacinao aram de R$ 761,1 milhes, em 2010, para R$ 4,5 bilhes em 2017. Para 2018, a previso de R$ 4,7 bilhes. Afirmou tambm que aumentou em 60% o recurso de campanhas publicitrias de vacinao - de R$ 33,6 milhes, em 2015, para R$ 53,6 milhes em 2017. At junho, foram investidos R$ 31,9 milhes.
Direto de So Paulo, Giovana Girardi e Paula Felix - Estado Contedo
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