O encerramento de dois espaos de acolhimento a mulheres vtimas de violncia nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Cuiab tem sobrecarregado o Hospital Municipal de Cuiab (HMC), que atualmente concentra esse tipo de atendimento na capital. o que apontou a vereadora Maysa Leo (Republicanos) que anunciou que far uma vistoria no hospital ao lado da juza responsvel pela Vara de Violncia Domstica, visando verificar as condies de atendimento.
Segundo a vereadora, a ausncia de estrutura tem levado organizaes no governamentais a assumirem casos considerados graves. Um dos exemplos citados por ela o da menina Emelly, que teve seu beb arrancado de sua barriga.
“O que acontece hoje que as demandas esto sendo absorvidas por ONGs. A gente teve um caso que foi avassalador, que foi o da menina Emelly. Todo mundo ficou comovido. Ela veio at essa Cmara de Vereadores, foi at a Assembleia Legislativa, e a famlia da Emelly est sendo atendida por uma ONG”, afirmou Maysa.
A parlamentar criticou a diferena entre a mobilizao pblica em torno de casos como o de Emelly e a ausncia de atendimento institucional. “Por que a famlia da Emelly est sendo atendida numa ONG? Se ela foi trazida aqui pelo prefeito, pelos vereadores, todo mundo ficou comovido, l em Vrzea Grande todo mundo ficou comovido, na Assembleia Legislativa todo mundo ficou comovido, e o atendimento est sendo realizado por uma ONG. Ento, dizer, ns no temos capacidade de fornecer psicoterapia, um acolhimento adequado at a alta para essas mulheres”, disse.
Maysa tambm apontou dificuldades enfrentadas por vtimas que precisam cruzar a cidade em busca de atendimento, o que chamou de “rota crtica”. “A gente precisa levar [o servio] para os bairros tambm, porque essa mulher sai de longe machucada e, muitas vezes, no meio do caminho a rota crtica, onde ela desiste porque muito humilhante.”
Na poca do fechamento dos espaos nas UPAs, a gesto do prefeito Abilio Brunini (PL) informou que a interrupo seria temporria e motivada pela localizao dos servios, prximos entrada de ambulncias.
“Segundo informaes do prefeito, havia um problema porque ficava perto da urgncia e emergncia, de onde entrava ambulncia, era uma questo de localizao. No era uma crtica ao atendimento. O que foi ado para ns? ‘Vamos realocar, vamos melhorar e voltar a ofertar o servio’. Ento, agora, por que mudou?”, questionou a vereadora.