As investigaes da Polcia Civil de Mato Grosso no caso do furto de R$ 300 mil de um caixa eletrnico do Banco Bradesco, ocorrido em agosto de 2024 na sede da Prefeitura de Sorriso, revelaram uma organizao criminosa com estrutura altamente articulada, que operava com funes bem definidas entre seus integrantes, estratgias logsticas e at apoio familiar.
Segundo a Gerncia de Combate ao Crime Organizado (GCCO), o grupo era dividido em ao menos quatro ncleos: liderana/financeiro, logstica, execuo e lavagem de dinheiro. Cada ncleo desempenhava um papel especfico para garantir o sucesso da empreitada criminosa e evitar a deteco por autoridades.
O ncleo de liderana, comandado pelo mentor da quadrilha, era responsvel por coordenar as aes, custear despesas como hospedagem, alimentao, ferramentas, alm da disponibilizao do veculo usado no crime. A mulher que alugou o Fiat Argo usado na fuga me do lder e foi quem entregou o carro ao filho.
J o ncleo logstico planejava o deslocamento do grupo de Mau (SP) at Mato Grosso, cuidando da locao do veculo, instalao de TAG veicular para evitar paradas nos pedgios e facilitar o trajeto. Um dos envolvidos, responsvel por adquirir a TAG, tem extensa ficha criminal com condenaes por roubo nas Justias Estadual e Federal.
O ncleo de execuo foi composto por quatro pessoas que viajaram at Sorriso e participaram diretamente da violao do caixa eletrnico. Aps a ao, pernoitaram em Sinop e, no dia seguinte, deram incio lavagem do dinheiro.
Esse papel coube ao quarto ncleo, responsvel por realizar 39 depsitos em envelopes nos terminais bancrios de Sinop, destinados a contas bancrias de "laranjas" da cidade de Mau. A manobra foi usada para esvaziar o dinheiro fsico antes de retornar a So Paulo.
As provas obtidas levaram ao cumprimento de mandados de priso, busca e apreenso e sequestro de bens durante a Operao Chave Mestra, deflagrada na quarta-feira (14). As aes tambm revelaram que o grupo atuou em ao menos outros sete crimes semelhantes em trs estados brasileiros, entre 2024 e 2025.