O ex-deputado estadual e diretor istrativo da Companhia Mato-grossense de Minerao (Metamat), Wagner Ramos (Unio), ex-presidente da companhia Juliano Jorge Boraczynski, diretor-tcnico Francisco Holanildo Silva Lima, e a geloga Gleice dos Santos Reis so um dos alvos da Operao Poo Sem Fundo. Eles so investigados por envolvimento em um esquema que causou um prejuzo de pelo menos R$ 22 milhes em fraudes de contratos para perfurao de poos artesianos.
Atualmente, o ex-diretor da companhia Juliano Jorge atua como servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no cargo de Consultor Adjunto de Regularizao Fundiria, na Secretaria Parlamentar da Mesa Diretora, com o salrio de mais de R$ 10,4 mil.
Warner Ramos o atual diretor istrativo e financeiro da Metamat e atuou comodeputado estadual entre 2007 e 2018.
Gleice dos Santos Reis trabalhava na Metamat, mas atualmente esta lotada na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico (Sedec), aps ser aprovada em 1 lugar num processo seletivo do rgo.
Em nota, aSedec esclarece que no tem qualquer relao com a operao Poo Sem Fundo, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate Corrupo (Deccor).A investigao teve incio por determinao do Governo do Estado e teve como alvo a Companhia Mato-Grossense de Minerao (Metamat).
"A Metamat tem autonomia oramentria, istrativa e financeira, portanto, a Sedec no tem nenhuma ingerncia sobre a autarquia", diz trecho da nota.
A Metamat est em processo de extino e conduzida por um interventor, Rodrigo Vero. Apesar da rea de minerao ter sido incorporada estrutura istrativa da Sedec, assuntos como a questo de perfurao de poo no est ligado Pasta.
A operao
A operao Poo Sem Fundo foi deflagrada na manh desta quinta-feira (8), pela Delegacia Especializada de Combate Corrupo (Deccor). Foram cumpridas 226 ordens judiciais. Entre os alvos seis empresas e 24 pessoas fsicas, dentre elas 16 so servidores ou ex-servidores, e oito so empresrios.
Diante das graves irregularidades e da descoberta do esquema fraudulento, a Justia determinou, o afastamento da funo pblica de servidores da Metamat e da Sedec.
Esquema criminoso
Conforme a Polcia Civil, os servidores so suspeitos de integrar uma associao criminosa instalada na Metamat com o propsito de desviar valores em contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023, cujo objetivo seria promover o abastecimento de gua em comunidades rurais do Estado de Mato Grosso.
As empresas deveriam construir poos artesianos e garantir a distribuio da gua para os moradores prximos. Contudo, as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram inmeras irregularidades.
As investigaes identificaram poos que no foram encontrados nos locais indicados ou que foram perfurados sem condies de armazenamento da gua, e at mesmo casos em que os prprios moradores das comunidades rurais improvisaram modo rudimentar para ar a gua do poo.
Foram identificados poos que teriam sido construdos dentro de propriedades particulares, reas de pastagens e plantaes, garimpos e at dentro de uma granja, alm de outros em reas urbanas, em completo desvio ao objetivo de atender comunidades rurais.
Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou que houve diversas falhas durante a execuo das obras e fiscalizao, que resultaram no pagamento pela perfurao de poos secos ou improdutivos.
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