A previso do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2025 foi reduzida, de acordo com dados do Boletim Focus, divulgados nesta segunda-feira (31), em Braslia. A pesquisa realizada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituies financeiras para os principais indicadores econmicos.
Para este ano, a estimativa para o crescimento da economia caiu de 1,98% para 1,97%. Para 2026, a projeo para o Produto Interno Bruto (PIB - a soma dos bens e servios produzidos no pas - foi mantida em 1,6%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expanso do PIB em 2% para os dois anos.
Em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior expanso desde 2021 quando o PIB alcanou 4,8%.
A previso da cotao do dlar est em R$ 5,92 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 6.
Inflao
A estimativa para o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflao oficial do pas – para 2025 foi mantida em 5,65% nesta edio do Boletim Focus. Para 2026, a projeo da inflao ficou em 4,5%. Para 2027 e 2028, as previses so de 4% e 3,78%, respectivamente.
A estimativa para 2025 est acima do teto da meta de inflao que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetrio Nacional (CMN), a meta de 3%, com intervalo de tolerncia de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior 1,5% e o superior 4,5%.
Puxada pela alta da energia eltrica,em fevereiro a inflao oficial ficou em 1,31%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). o maior resultado desde maro de 2022 quando tinha marcado 1,62%, e o mais alto para um ms de fevereiro desde 2003 (1,57%). Em 12 meses, o IPCA soma 5,06%.
Juros bsicos
Para alcanar a meta de inflao, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa bsica de juros, a Selic, definida em 14,25% ao ano pelo Comit de Poltica Monetria (Copom).
A alta do preo dos alimentos e da energiae as incertezas em torno da economia global fizeram o BC aumentar mais uma vez os juros em um ponto percentual na reunio da semana ada,o quinto aumento seguido da Selic em um ciclo de contrao na poltica monetria.
Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira est aquecida, apesar de sinais de moderao na expanso. Segundo o colegiado, a inflao cheia e os ncleos (medida que exclui preos mais volteis, como alimentos e energia) continuam em alta. O rgo alertou que existe o risco de que a inflao de servios continue alta e informou que continuar a monitorar a poltica econmica do governo.
Em relao s prximas reunies,o Copom informou que elevar a Selic “em menor magnitude”na reunio de maio e no deixou pistas para o que acontecer depois disso. Alm de esperada pelo mercado financeiro, a elevao em um ponto havia sido anunciada pelo Banco Central na reunio de janeiro.
At o fim deste ano, a estimativa do mercado financeiro que a taxa bsica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previso que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
Conter demanda
Quando o Copom aumenta a taxa bsica de juros a finalidade conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preos porque os juros mais altos encarecem o crdito e estimulam a poupana. Mas, alm da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplncia, lucro e despesas istrativas. Assim, taxas mais altas tambm podem dificultar a expanso da economia.
Quando a taxa Selic reduzida a tendncia que o crdito fique mais barato, com incentivo produo e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflao e estimulando a atividade econmica.
Agncia Brasil