A eleio da Mesa Diretora da Cmara Municipal est movimentando os corredores do Legislativo cuiabano, que parece estar dividido em trs grupos para o pleito eleitoral no dia 1 de janeiro de 2025.
Uma das agremiaes a chamada “G5”, que se transformou em “G7” depois da entrada de mais dois vereadores. O grupo formado pelos parlamentares Daniel Monteiro (Republicanos), Demilson Nogueira (PP), Eduardo Magalhes (Republicanos), Sargento Joelson (PSB), Dilemrio Alencar (Unio) e pelas novas integrantes Maria Avalone (PSDB) e Baixinha Giraldelli (Solidariedade).
Em entrevista ao Leiagora, o vereador Demilson Nogueira falou sobre as articulaes para a eleio da Mesa na Casa de Leis. Ele defende que o prximo presidente eleito tenha experincia e bagagem na Cmara.
Durante o bate-papo, Demilson ainda contou sobre sua carreira na poltica, como ser sua atuao no prximo ano e ainda reforou que ir ser da base do prefeito eleito Abilio Brunini (PL).
O vereador, que relator das contas do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), tambm comentou a respeito da sua declarao, quando coloca em xeque o trabalho do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) aps a aprovao do exerccio de 2022.
Confira a entrevista completa:
Leiagora - Para comear, gostaria que falasse sobre sua trajetria na poltica at chegar aqui.
Demilson - O meu primeiro mandato foi como prefeito de Ponte Branca (498 km de Cuiab). L eu fui eleito na eleio de 1992. Tive um mandato como prefeito na cidade, mas eu sou advogado e servidor pblico da Assembleia Legislativa. Hoje, estou aposentado. Fazendo poltica, fui prefeito em Ponte Branca entre 1993 e 1996. Depois, aqui em Cuiab, j em 2016, incentivado por alguns amigos, disputei a minha primeira eleio, me tornando vereador suplente e assumindo o mandato por sete meses, em 2017. Depois disso, eu voltei para a Assembleia e de l fui para o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e presidi l. Na minha carreira na Assembleia Legislativa, como sou tcnico de legislativo de nvel superior, eu fui secretrio controlador em duas ocasies. Em 2020. fui eleito vereador e, em, 2014 reeleito.
Leiagora – O senhor foi um dos poucos reeleitos para a nova legislatura. Como pretende atuar na Cmara nos prximos 4 anos. Ter alguma mudana na sua conduo?
Vereador - No primeiro turno da eleio, o meu partido PP ns apoiamos a candidatura do deputado Eduardo Botelho (Unio) para prefeito de Cuiab. Com o insucesso da eleio do Botelho, o partido liberou os seus filiados e eu fiz a opo de ir na campanha do prefeito Abilio Brunini (PL). Como eu fui um vereador que fez oposio na base do Emanuel Pinheiro (MDB), fiquei na base do Abilio. Mas eu comecei na base do perfeito, fiquei por oito meses. Entendendo que os caminhos da gesto no eram aqueles que espervamos, me afastei e ei a ter, em primeiro momento, uma atuao independente. Depois disso, me juntei com outros colegas que tambm eram independentes e ns amos a fazer parte do bloco de oposio. Como eu fui oposio gesto do prefeito Emanuel Pinheiro e votei com o Abilio no segundo turno, tenho a inteno e quero ajudar na governabilidade da gesto do prefeito Abilio. Ento, eu vou estar auxiliando e ajudando na governabilidade do prefeito Abilio aqui na Cmara Municipal. Naturalmente, at para ajud-lo, a experincia que eu tenho fazendo fiscalizaes, com certeza, vou continuar fazendo para ajudar o prefeito.
Leiagora - Mas se caso haja alguma mudana na conduta do prefeito eleito Abilio que o senhor no aprove, h a possibilidade de caminhar para a oposio?
Vereador - Eu no quero acreditar que o prefeito Abilio v mudar de caminho. No trabalho com essa hiptese. Agora, o meu jeito de atuar como vereador ele ser o mesmo. Vou continuar atento e olhando. Mas, no creio numa mudana de rota da proposta apresentada pelo prefeito Abilio na sua eleio. No acredito nessa mudana de rota.
Leiagora - O senhor pretende encabear alguma comisso na Cmara de Cuiab no ano que vem?
Vereador - Aqui, na Casa de Leis, eu tenho por obrigao participar das comisses. Ento, at em razo de eu ter presidido o Intermat e convivido muito com regularizao fundiria, um tema que eu gosto. Outro tema que eu gosto a execuo oramentria, ento, eu gosto desses dois temas. Se eu tiver oportunidade por escolha dos meus colegas, eu gostaria de estar participando dessas duas comisses.
Leiagora - Como o senhor v a renovao que houve nas eleies para a nova legislatura na Cmara, sobretudo com a presena histrica de oito mulheres no Legislativo cuiabano?
Vereador - extremamente salutar para ns a presena das mulheres. Isso demonstra que, nessa eleio, as mulheres vieram disputar o pleito eleitoral de verdade. Diferente das outras eleies, ns tivemos condenaes de chapas que usam mulheres ‘fantasmas’. Eram mulheres que no vieram para a disputa de eleio, e sim para preencher vagas. Agora no, como o exemplo da Samantha Iris (PL), a Baixinha Giraldelli (Solidariedade), que veio l do Pedra 90, a Maysa Leo (Republicanos), Michelly Alencar (Unio), a Katiuscia (PSB), a Maria Avalone (PSDB) e a Paula Calil (PL). Ento, voc vai ver que elas vieram para valer, e isso vai aumentar a discusso aqui dentro da Casa de Leis. Isso importantssimo, elas no vieram completar chapas, elas vieram disputar eleies.
Leiagora - No papel de relator das contas do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), voc afirmou que a aprovao das contas da Prefeitura de Cuiab relativas ao ano de 2022 coloca em dvida o trabalho do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT). Gostaria que explicasse o motivo dessa declarao.
Vereador - O conselheiro Antnio Joaquim, ao analisar as contas, ele e mais cinco conselheiros emitiram um parecer prvio contrrio aprovao das contas. A veio o primeiro recurso, e esses mesmos seis conselheiros, junto com o Ministrio Pblico de Contas, entenderam que as contas mereciam ser mantidas como reprovadas. Mas, no outro recurso, cinco conselheiros am a entender diferente, sendo que os dados e nmeros so os mesmos. E ser por que eles no enxergaram isso nos julgamentos anteriores? O Ministrio Pblico manteve a mesma opinio. Inclusive essas mesmas contas chegam aqui, mas a Cmara no tem as mesmas ferramentas que o Tribunal de Contas tem para fazer essa aferio. Agora, eu fico me perguntando sobre o que levou a mudar depois que essas contas andaram dentro do tribunal e demorou um longo prazo para ser julgado. No sei se estavam tentando achar ou ajudar nmero para poder chegar a esse parecer. Ento, o que para mim estranho isso, os nmeros e os dados so os mesmos, mas foi preciso ‘perambular’ desse tanto para que houvesse essa modificao.
Leiagora – Ainda sobre a aprovao das contas de Emanuel, o senhor leu o relatrio do TCE-MT? Como ser sua conduo para que haja a apreciao das contas ainda at o fim do mandato?
Vereador - Ainda no, porque ele no chegou na Cmara Municipal. [...] Eu preciso ler para tentar entender e tentar entender a partir da opinio do Ministrio Pblico de Contas tambm. Primeiro o, chegando aqui, ns temos que abrir prazo para o prefeito se manifestar. Creio que agora ele at queira se apresentar no feito, j para dar o ok e que a defesa j est feita. Porque agora ele tem tudo a favor dele, antes no, at para notific-lo tinha dificuldades. Agora, no. Acho que ele vem no feito para que ele ganhe celeridade. Ento, aps isso, a emisso de relatrio, votao na comisso e, depois, plenrio.
Leiagora – Mesa Diretora: a Cmara parece estar dividida em trs grupos para as eleies no dia 1 de janeiro. Voc pretende apoiar o Jeferson, a Paula Calil, ou defender uma candidatura prpria?
Vereador - Hoje eu participo de um grupo que tem sete vereadores, cinco vereadores e duas vereadoras. E esse grupo tem um candidato presidncia. Ento, se ns temos a alternativa nossa, ento, eu no defendo as outras. Eu defendo a alternativa onde est o Eduardo Magalhes (Republicanos), Dilemrio Alencar (Unio), Sargento Joelson (PSB), Daniel Monteiro (Republicanos), Maria Avalone (PSDB), Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e outros que viro com a gente l na frente.
Leiagora – Mas ainda no tem um nome definido para ser candidato a presidente da Casa de Leis?
Vereador - No. Estamos avaliando. Porque poltica o ato de conversar. Ento, ns estamos conversando com outros colegas vereadores e vereadoras que possivelmente venham junto com a gente. Ento, ns alimentamos essa expectativa, a eleio ainda no dia 1 de janeiro de 2025. Muita coisa vai mudar, grupos podem at dissolver, inclusive. Mas isso o tempo. Ento, ns estamos se (sic) mantendo firmes nessa postulao. Agora, sempre dentro do parlamento existe a questo do dilogo.
Leiagora – Caso o atual ‘G7’ no consiga o nmero suficiente de apoiadores para formar uma chapa, tendo o senhor como presidente, por exemplo, para que lado acredita que seu grupo caminhar?
Vereador - Nesse momento, ns no aventamos essa possibilidade de no termos chapas. Nesse momento, ns trabalhamos a hiptese de termos uma chapa. Agora, l na frente, comporta outras conversaes.
Leiagora - Independente de quem ganhe, o senhor defende que seja algum com bagagem no Legislativo?
Vereador - Eu defendo a eleio de um vereador que tenha experincia aqui na Casa. Porque os meandros da conduo da Casa de Leis tambm so importantes. Se voc colocar na presidncia algum que nunca ou por aqui, com certeza, dificuldades viro e isso pode atrapalhar algum andamento aqui na Cmara.