O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (Unio), destacou o ‘costume’ da populao brasileira com o caos quando a pauta segurana pblica. Em participao na 1 Conferncia de Agronegcio do Bradesco BBI - AgroSummit, em So Paulo, nesta quarta-feira (11), quando provocado a tratar sobre o tema, destacou sua preocupao com o andamento do combate violncia no Brasil e disse temer que a situao se iguale a de outros pases inteiramente dominados pelo crime organizado.
“Ns, brasileiros, nos acostumamos a conviver com nossos problemas e, com a violncia, infelizmente, desse jeito. Teve ano a que chegamos a ter 64 mil assassinatos por ano no Brasil. Esse nmero reduziu para 47 mil, em 2022, que foi o ltimo dado que tive o, e se comemora isso no pas, como se matar 47 mil pessoas fosse normal”, apontou.
Mendes destacou a situao dos presdios brasileiros, onde, na sua opinio, as aes criminosas so fomentadas e de forma desenfreada, mencionando a atuao das faces criminosas.
“Das 30 e pouco cidades mais violentas do mundo, 30 esto no Brasil. Isso comeou 30 anos atrs, nos presdios, mas, hoje, isso est no bairro. Voc vai a alguma comunidade e est l. Voc v os meninos j envolvidos”, apontou.
Mauro Mendes relatou uma experincia que teve no Estado, quando foi inaugurar uma unidade escolar e, de repente, foi alertado por um policial militar sobre o smbolo que os meninos do bairro presentes na solenidade faziam, por representar o smbolo de uma faco criminosa dominante em Mato Grosso.
"A situao nos presdios do Brasil crtica e isso pode fugir do controle. O crime organizado participa de muitas ‘atividades cinzas’, com presidirios no comando. Isso acontece no Brasil inteiro. E ns vamos istrar, conduzir isso at onde? At sermos dominados completamente, como alguns pases do mundo j foram?”, questionou.
O governador voltou, na oportunidade, a criticar medidas que, para ele, so incuas no combate violncia, como a instalao de cmeras nas fardas policiais. “Vai fiscalizar o policial como se ele fosse o criminoso?”, ponderou.
Mendes ainda lembrou que o avano da criminalidade no pas caminha ao lado dos investimentos feitos em segurana pblica, apontando que 3% do Produto Interno Bruto utilizado no setor. Tambm apontou que o Brasil vive todo esse cenrio de insegurana mesmo estando com a questo financeira equilibrada, o que para ele preocupa ainda mais.
“Trs por cento do PIB brasileiro vai para segurana pblica e no suficiente. Portanto, no possvel continuar assim. Algo de muito srio, muito diferente precisa ser feito, se no vamos caminhar para um colapso nesse pas. E isso. em um pas com desemprego em queda, a economia est estvel. Como vai ficar a segurana pblica se vivermos uma perturbao econmica?”, suscitou.
Tambm participou da discusso o deputado federal Pedro Lupion, do Progressistas do Paran, que fez o apontamento sobre a necessidade de se investir em educao como forma de promoo, no apenas em medidas de represso criminalidade.
“Vivemos num pas onde o Ideb (ndice da Educao Bsica) no a de 6.3, no tem educao de qualidade. muito mais fcil esses meninos de periferia verem oportunidade nesses grupos, nessas famlias da criminalidade, que esto ali na comunidade, que atravs da educao”.