O retaludamento no seria a obra adequada para solucionar, em definitivo, o imbrglio do Porto do Inferno, na MT-251, conhecida como Estrada para Chapada dos Guimares (a 70 km de Cuiab). Isso o que aponta o estudo realizado pela Fundao Universidade Federal de Mato Grosso, a pedido da Prefeitura de Chapada, por intermdio da Fundao Uniselva (SICONV 3034006).
O levantamento concluiu que o viaduto seria a melhor opo, quando levado em considerao trs alternativas: viaduto, tnel e retaludamento.
“O desmonte de rocha a opo com maior impacto ambiental, levando mudanas na paisagem, na hidrogeologia da rea, alm de representar a remobilizao de uma quantidade elevada de material rochoso. O desmonte tambm uma opo com impacto social significativo, com alta possibilidade de fechamento da via, e ampliao da crise econmica e social causada pela queda de visitantes. As incertezas geolgicas apresentadas, indicam que o valor proposto de 29 milhes para obra, pode estar subrepresentado. Desta forma, a opo do retaludamento pode representar uma alternativa ruim do ponto de vista ambiental, social e at mesmo econmico”, diz trecho do relatrio.
A justificativa que a obra de retaludamento causar maior impacto social, devido a interdio parcial ou total da via, e tambm possui o maior impacto ambiental, devido a necessidade de remover todo material rochoso do morro.
“O desmonte de rocha do morro do Porto do Inferno pode levar tambm a movimentaes geolgicas que venham a comprometer o viaduto atual, impossibilitando o trnsito. Diferente de outras propostas como viaduto ou tnel, o desenvolvimento retaludamento, levar no mnimo a uma interdio parcial da rodovia durante, no horrio de desenvolvimento da obra, ou seja, durante o dia. Porm devido a fatores de segurana e/ou em virtude de quedas de blocos no planejadas, o desmonte de rocha pode interditar totalmente a via”, pontua outro trecho do estudo.
No relatrio, os gelogos contratados ainda refutam que o governo do Estado ir concluir a obra no prazo de 120 dias. “A inexistncia de vias de o ao topo, e as dificuldade de desenvolver as vias pela rota proposta, somadas distncia elevada at o bota fora dos materiais que sero extrados, e o volume elevado de material, indicam que o prazo de 120 dias dificilmente ser factvel. A falta de conhecimento sobre o macio e o conjunto de descontinuidade e planos de fraturas apresentados no captulo de geologia estrutural, ampliam o risco de problemas no decorrer da obra, relacionados a movimentaes de blocos no planejadas”, coloca o relatrio, que ainda frisa que a medida pode agravar o impacto financeiro vivenciado no municpio de Chapada desde dezembro do ano ado, quando foi registrado os primeiros deslizamentos no Porto do Inferno.
“A populao de Chapada dos Guimares j vem sofrendo com os impactos econmicos em virtude dos problemas geolgicos-geotcnicos no porto do inferno. A adoo do siga e pare tem sido um dos fatores que contribuem para reduo do nmero de visitantes, fundamental para aquecimento do turismo e do setor de bares e restaurantes. A interdio total durante o dia, ou uma possvel interdio total da vida por causa de quedas de blocos ou movimentaes geolgicas que venham a impactar o viaduto, gerariam um impacto ainda maiores no municpio. 61 A possibilidade de ampliao de prazos em virtude da falta de conhecimento outro fator latente na proposta apresentada”, completou.
Por conta disso, o viaduto seria a melhor opo, mas com um custo bem mais elevado do que a do retaludamento. “A opo do viaduto sobre o porto inferno, pode ser a melhor opo, por representar o menor impacto ambiental, e por permitir que o fluxo de veculos continue normalmente na vida. Porm pode ser que possua um custo mais elevado em comparao a previso inicialmente para o retaludamento. As rochas do Grupo Cuiab, compem o fundo do vale do Porto do Inferno, e possuem capacidade de e para eventuais fundaes que venham a ar a estrutura do viaduto”, finaliza o relatrio.
O retadulamento
O Ibama e o ICMBio autorizaram o incio da obra defendida pelo Governo do Estado na semana ada.O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logstica (Sinfra-MT), aguardava deste maro pelas licenas ambientais necessrias para o incio das obras.
Desde dezembro de 2023, a regio do Porto do Inferno est parcialmente bloqueada por causa do risco de deslizamentos, como os registrados no final do ano ado.