Os eventos climticos extremos, como secas prolongadas, aumento das tempestades e ondas de calor so uma realidade que se tornaro cada vez mais frequentes no cotidiano global e Mato Grosso no fica de fora disso. Como consequncia, o aumento do perodo de seca deve impactar o Pantanal, que deve diminuir em rea alagada.
A avaliao da pesquisadora Ana Paula Paes, meteorologista e doutora em eletricidade atmosfrica pelo INPE, especialista em eventos climticos extremos, que palestrou na tera-feira (28) no I Mato Grosso sobre o Clima, em Cuiab.
“Com a reduo do volume de chuva em alguns perodos e aumento da temperatura possvel ter alteraes nos biomas. [...] No Pantanal, que a gente tem esse problema de seca, muito provvel que isso se mantenha no clima do futuro. E a gente precisa se adaptar, esse o novo normal climtico”, disse a pesquisadora.
Em 2020, o Pantanal ou por uma seca ampliada que culminou em incndios florestais com a queimada de mais de 2 milhes de hectares. Este ano, 2023, o bioma ou por outra queimada, desta vez em novembro, quando normalmente j comeou o perodo de chuvas, e teve mais de 1 milho de hectares destrudos pelas chamas.
Com o aumento do perodo de secas e uma eventual diminuio de chuvas na bacia do Alto Paraguai, a rea alagada do Pantanal tende a reduzir e com isso tambm podem aumentar as chances de queimadas.
“A tendncia j comprovada cientificamente por pesquisadores nacionais e internacionais que a gente tem um agravamento onde tem seca, a seca vai ser mais intensa. Onde tem chuva, a chuva ser mais intensa”, resume Ana Paula.