A Defensoria Pblica de Mato Grosso e a Comisso da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil do estado oficializaram, na manh desta quarta-feira (31), um pedido de punio contra as falas misginas do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). Em reunio com a presidente em exerccio da Assembleia Legislativa, Janaina Riva (MDB), as representantes dos rgos jurdicos pediram que Cattani seja afastado da presidncia da Comisso de Direitos Humanos da Casa at que o processo de punio do parlamentar seja apreciado na Comisso de tica da Assembleia.
Em ambos os documentos protocolados pela OAB e pela Defensoria, os rgos ressaltam que Mato Grosso um estado com um alto ndice de casos de violncia contra as mulheres e que condutas como a de Cattani, que comparou a gestao das mulheres com a de vacas e depois pediu desculpa aos animais por compar-los com as mulheres, ressalta ainda mais essa violncia.
Para a presidente da Comisso da Mulher Advogada da OAB, Glaucia Anne Kelly Rodrigues, a conduta de Cattani configura quebra de decoro parlamentar pelo descumprimento da Constituio de Mato Grosso e da Repblica do Brasil. Para tanto, a punio do parlamentar pela Comisso de tica da Assembleia deve ser obrigatria para evitar que casos como esses voltem a ocorrer.
“Temos que tratar esses casos de forma exemplar. A violncia simblica de internet em um vdeo de mulher mugindo em nada se difere quando se leva um boneco de um macaco em um estdio pra fazer referncia a jogador negro. Ultraamos os limites da legalidade. Pedimos a suspenso e afastamento da presidncia da Comisso dos Direitos Humanos enquanto durar esse processo investigativo”, afirma Glaucia Anne Kelly.
A defensora pblica-geral do estado, Maria Luziane Ribeiro de Castro, afirma que ao afrontar as mulheres, Cattani afronta uma parte significativa da populao de Mato Grosso, portanto, ele no deve ficar impune. “O parlamentar no representa s ele, mas os cidados, ele representa o povo. Quando ele faz essa afronta, ele afronta uma parcela significativa da populao. Sem dvidas isso no pode ar impune, no pode haver essa situao e no haver nenhuma punio”, afirma a defensora.