Natural de Sananduva (RS), Antonio Galvan foi para Mato Grosso em 1986 e criou razes na regio Norte do estado. Produtor rural, nascido em 1957, Galvan tem formao tcnica em contabilidade, foi presidente do Sindicato Rural de Sinop, diretor da Federao de Agricultura e Pecuria do Estado de Mato Grosso (Famato), um dos maiores nomes do agronegcio no estado e atualmente est licenciado do cargo de presidente nacional da Associao dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja), para disputar as eleies majoritrias ao cargo de senador da Repblica pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Sem papas na lngua, Galvan uma figura polmica e faz questo de ostentar o ttulo autodeclarado de “bolsonarista raiz”. O candidato diz que o nico postulante em Mato Grosso que realmente representa o bolsonarismo fiel e chama os adversrios de direita de “melancias”: verdes por fora e vermelhos por dentro.
Desde a vitria do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, Galvan foi ganhando os holofotes da mdia aos poucos, culminando em um protagonismo nas manifestaes de 7 de setembro de 2021, quando o produtor rural chegou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal por, supostamente, financiar atos antidemocrticos que pediam a destituio de ministros da Justia e at mesmo o fechamento do Congresso Nacional e a interveno militar com Bolsonaro no poder.
O Leiagoraentrevistou Antonio Galvan sobre sua plataforma de campanha e a corrida eleitoral ao Senado. O candidato no poupou crticas aos adversrios, aos ministros do STF, exaltou o presidente Bolsonaro e abordou assuntos polmicos como aborto, armamento e reforma trabalhista.
Leiagora - Galvan, por que encarar uma candidatura para senador agora?
Antonio Galvan - A conjuntura hoje que o pas est e os nomes que a se apresentaram para ser candidatos ao Senado por Mato Grosso, nenhum legtimo defensor do atual trabalho que o presidente da Repblica vem fazendo. Para mim, s foram dois oportunistas que tentaram vender o nome do Bolsonaro. Um [Neri Geller] desistiu, foi l se aliar com o PT, com o Lula que j era de l, j era do grupo de l. E o outro [Wellington Fagundes] ainda tenta enganar a populao dizendo que ele hoje defensor do presidente. E a populao no vai cair, ela no vai aceitar ser enganada nem se o presidente da Repblica vier pedir voto para ele. A populao no vai aceitar isso e no vai concordar. Porque algum que apoiou Lula na eleio e na reeleio, algum que apoiou Dilma na eleio na reeleio, algum que apoiou Haddad contra o prprio presidente em 2018, aliado com o PT, com o PCdoB, com o PV, no fez uma nica defesa na tribuna do Senado dos ataques de ministros do Supremo Tribunal Federal, da grande mdia e mesmo da oposio, agora quer se titular candidato de direita, candidato bolsonarista. Esse um oportunista que t querendo navegar novamente na nave achando que a populao vai acreditar. Eu quero reiterar, mesmo com o presidente da Repblica - pelo fato de ser partidrio e ele tinha que optar por um partido -, pedindo voto pro Wellington, tenho certeza que o bolsonarista no vai aceitar e no vai votar nele. Ento, ns precisamos realmente ter candidatos, hoje, que olhe para o Brasil, que olhe a situao que ns vivemos e o risco que ns corremos. Porque eu no vi nenhum, nem ele [Wellington Fagundes] que est hoje dentro do Senado Federal, se preocupar com isso e sair em defesa da verdadeira democracia do Brasil.
Leiagora - O senhor disse que o presidente est pedindo voto para o Wellington Fagundes.
Antonio Galvan - No, no falei que ele est pedindo, porque ele nunca pediu. Ele mencionou o nome dele. Mencionar uma coisa, pedir outra. O que eu estou falando que, mesmo que o presidente venha, no futuro, por fora partidria, por presso que t recebendo justamente do partido, o cidado que bolsonarista, o cidado que de direita, no vai acreditar que o Wellington Fagundes, atual senador indo para a reeleio, seja um candidato de direita.
Leiagora - Nessa linha, como o senador Wellington est no mesmo partido do Bolsonaro, como o senhor acredita que no vai influenciar no voto do cidado mato-grossense?
Antonio Galvan - De forma e maneira nenhuma. O fato de estar no mesmo partido no quer dizer que ele, o Presidente da Repblica, por fora de necessidade, de estar no partido, ele seja apoiador realmente do senador. Ento, nenhum momento ele falou at hoje que o apoia, pediu voto ou coisa nesse sentido. Mas volto a frisar que, caso venha a acontecer por presso, que isso que ele est recebendo, o cidado aqui no vai aceitar, no vai concordar e no vai votar concordando que eles sejam defensores do presidente.
Leiagora - O senhor pretende fazer algum trabalho no sentido de alertar a populao com relao a isso?
Antonio Galvan - A populao j sabe.
Leiagora - Porque o senhor se intitula como o nico candidato bolsonarista de verdade?
Antonio Galvan - No que eu me intitulo, a populao, o povo, o cara que bolsonarista est enxergando assim e sabemos que a gente est mexendo com melancias. Quem foi sempre pra onde a mar melhor, foi com Lula, foi com Dilma, foi com o prprio Haddad, agora vem querer navegar nas guas mansas da onde o presidente construiu esse seu mandato de quase quatro anos, sem corrupo, sem nada provado de desvios de recurso... Ento, dessa vez, com certeza, essas guas para eles esto turbulentas, porque eu estou aqui como sendo da direita raiz e apoiador do presidente Bolsonaro. Como sempre falei, desafio a mostrar ele [Wellington Fagundes] em um nico movimento que foi feito em favor do presidente, em defesa do presidente, pela gesto que ele fez ou aparecer com as camisetas das cores do Brasil, como ns todos vestimos e fomos a campo brigar. Ento, no concordo e a populao, com certeza, no vai engolir essa que ele deseja realmente ser de direita, porque quem militou na esquerda at a ltima eleio e contra o prprio presidente Bolsonaro, pedindo voto pro Haddad, inclusive no segundo turno, no tem como a populao acreditar.
Leiagora - Como o senhor vai conduzir esses pouco mais de 30 dias de campanha?
Antonio Galvan - At esse momento a, mais ou menos uns 60 dias, j rodei mais de 120 municpios no Estado, levando a nossa mensagem, a mensagem justamente de preocupao por essa inrcia de nosso Congresso Nacional. O que estamos atravessando o risco de perdermos uma eleio dessa do nosso pas e a o pas se tornar socialista como j aconteceu com a maioria dos pases aqui da Amrica do Sul e com alguns da Amrica Central, inclusive. Eu j vim candidato por conta disso, porque os que se apresentaram a, com certeza, no esto preocupados com isso, com a liberdade do povo brasileiro. Que como est hoje a Venezuela, j est a Colmbia, est o Chile, est o Equador, est a prpria Argentina, o Brasil a bola da vez.
Se acontecer, infelizmente o mundo corre o risco de ser um mundo socialista. E no s a Amrica Latina. Como a construo da prpria Ursal, o prprio Foro de So Paulo. Quando a gente trata desses assuntos em todos esses municpios que a gente tratou, a gente percebe nos olhos das pessoas que eles realmente esto preocupadas com o que est acontecendo. Principalmente ainda pelo que o cidado, se que vai dar pra chamar de cidado, o 'nove dedos', foi solto por uma situao absurda e ridcula de um ministro do Supremo Tribunal Federal, dando a ele o poder de disputar a eleio depois de ter oito anos de um pssimo mandato, de onde a roubalheira se instalou, dando sequncia do mandato tambm do PT, da [ento] ministra Dilma Rousseff, culminando depois na cassao do mandato dela.
No podemos de forma nenhuma aceitar. A populao vai entender isso com certeza. Ir s urnas, que uma das preocupaes. No Chile, foi problemtico, na Colmbia, pouca gente foi votar - na proporo dos habitantes, 56% foram votar. Absteno de 44%, conforme foi divulgado por toda a mdia. Isso no vai acontecer no Brasil. Ns no podemos deixar o mal prevalecer sobre o bem. Porque gesto como feita essa do presidente Bolsonaro, em que tentaram acus-lo por vrias vezes de desvio, de alguma irregularidade e nada conseguiram provar at hoje... no vamos deixar isso acontecer.
Por isso, coloquei meu nome. Porque os dois nomes que esto a no representam a democracia, nenhum representa hoje a defesa dessa gesto que vem sendo feita, que foi uma gesto de torneira trancada.
Leiagora - Qual vai ser a principal bandeira da sua campanha e, caso eleito, qual bandeira o senhor vai defender no Senado?
Antonio Galvan - Uma das nossas bandeiras buscar a nossa liberdade e, para garantirmos isso, precisamos de segurana jurdica, em que cada poder trabalha dentro da sua casa, de acordo com a Constituio, e no essas constantes intervenes, principalmente de alguns ministros, principalmente do STF, at mesmo no Congresso, em cima do prprio Executivo. Porque um absurdo ridculo esses senadores que nada fizeram, porque, com certeza, vai ter que 'impitimar' dois ou trs ministros do Supremo, porque ministros que no deixam combater o crime organizado, impedem pela fora o poder dele, com certeza tero que ser 'impitimados'.
Leiagora - E como fazer isso?
Antonio Galvan - Justamente o Senado tem o poder para isso, porque eles no esto respeitando a nossa Constituio. Eles esto legislando, executando, julgando e condenando. Eles tem o poder de julgar e sentenciar, mas quando vem um processo da origem correta. No igual fizeram com o Daniel Silveira e dando a concordncia de 363 deputados com a priso dele, sabendo que a prpria Constituio d o direito e o poder dos deputados de se expressar livremente. Segundo, ns temos que fazer uma reforma no nosso ensino e no h uma preocupao do nosso Senado at hoje, nem da Cmara [dos Deputados]. Vi o governo federal tentando implementar alguma coisa, falando em escola sem partido e, infelizmente, no prosperou, porque temos um Congresso Nacional... j [foi] solicitada por diversas vezes pelo Bolsonaro a renovao do mesmo [Congresso] e que seja feita essa renovao! Porque, se ele estivesse satisfeito com o Congresso como est , no estaria pedindo a renovao. porque o Congresso no est fazendo a tarefa dele, ento, no podemos mais aceitar essa forma de ensino que est aqui.
Nosso [ensino] fundamental, por exemplo, tem aluno que, aprendeu ou no, est ando de ano. Os professores esto sendo vtimas de um processo instalado no sistema de ensino. Nossas universidades, os momentos de depravao como so feitos, comrcio de drogas, destruio do patrimnio pblico do jeito que est sendo feito... Temos que instalar mais cursos tcnicos. So poucos os que temos no Brasil, temos uma demanda imensa de mo de obra, principalmente aqui dentro de Mato Grosso, onde a gente no tem uma mo de obra com a mnima formao. Temos emprego e servio vontade e temos pessoas falando que ainda tem desemprego. Ele s existe pela falta de qualificao dessas pessoas. Mato Grosso hoje est buscando mo de obra fora do Estado para suprir a demanda e algum ainda fala que Mato Grosso tem desemprego. Mato Grosso no tem desemprego, aqui tem muito trabalho e as pessoas tem que ter o mnimo de educao. Os cursos tcnicos tm que prevalecer para dar essa qualificao.
A questo da sade, hoje, o governo Federal j estancou a corrupo. Isso agora tem que acontecer nos estados, tem que acontecer no municpio. Dinheiro tem para investir na sade e no ficar esse caos todo que vemos todo ano, basta que se pare com a roubalheira, o superfaturamento, que pare com essa corrupo. Temos itens como a infraestrutura que, graas a Deus, comeou a se desenhar uma infraestrutura diferente, chegando s nossas ferrovias, temos a discusso da hidrovia. Trabalhamos muito esse assunto da infraestrutura principalmente quando [eu estava] dentro da Aprosoja em Mato Grosso e na Aprosoja Brasil, licenciado agora para essa disputa.
Tem muito a fazer em nvel de Brasil, especialmente de Mato Grosso, j que estamos muito distantes dos centros consumidores. O modal de transporte de peso e volume tem que ser mudado urgente, j devia estar nessas rodovias e hidrovias, mas, infelizmente, pela inrcia de governos estaduais anteriores e principalmente de governos federais, isso ainda no aconteceu, mas comeou a se movimentar nesses ltimos trs anos pelo governo do Bolsonaro. So 'n' as situaes.
Temos problemas graves no pas todo, porque, como senador, tenho que pensar em nvel de Brasil. Temos problemas graves fundirios. Mato Grosso inteiro tem problema fundirio. Isso uma situao que tem que ser resolvida. Tem problema com o Intermat [Instituto de Terras de Mato Grosso], isso coisa com o Estado, mas os principais problemas que ainda temos so diretamente com o Incra [Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria] e isso com o governo federal. Esse governo j titulou muitas reas, mas tem muito a ser feito. Porque governos anteriores nada fizeram. So vrios os itens que temos que atacar, mas a segurana jurdica que vai garantir a nossa liberdade, com isso que temos que nos preocupar. Porque, para que tenhamos Deus, ptria e famlia, voc s consegue ter isso com a sua liberdade garantida, mas liberdade com responsabilidade.
Leiagora - Qual a sua avaliao para a disputa ao governo do Estado de Mato Grosso?
Antonio Galvan - O PTB foi o nico partido sozinho que lanou candidatos a deputados estaduais, federais, senador e governador e acredito que nosso [candidato a] governador vai ter sucesso. Estamos trabalhando para isso acontecer, vai dar segundo turno, com certeza.
Leiagora - Agora vamos fazer algumas perguntas com tpicos, para saber a opinio do senhor sobre esses temas. O Projeto que tira Mato Grosso da Amaznia Legal. O senhor a favor?
Antonio Galvan - Acredito que tem que mexer no Cdigo Florestal. No vai ser um projeto isolado que vai resolver esse problema e como j se aram os 10 anos, vel de se fazer isso. Concordo plenamente que Mato Grosso, Rondnia, Tocantins e parte do Par tm que sair da Amaznia Legal, porque so estados, so regies extremamente produtoras de alimentos e, quando falamos de alimentos, aquilo que todo dia, que nosso cidado precisa. Alimento indispensvel, sem dvida nenhuma. Ns temos esses trs estados que tm que ser olhados diferentes, no pode seguir nessa situao do nosso Cdigo Florestal. No vejo que um projeto isolado s para Mato Grosso pode vingar. muito bom, mas [ difcil] conseguir sem apoio de outros estados e mostrar a necessidade que temos de alimentos, porque esses outros estados so grandes produtores de alimentos.
Leiagora - Reforma tributria?
Antonio Galvan - Isso tem que acontecer, sem dvida nenhuma, tanto a tributria como a istrativa propriamente dita, teria que vir antes para ajustar o que voc precisa dentro do setor pblico, isso tanto faz em nvel municipal, estadual ou federal, para da fazer a reforma tributria. O que no pode acontecer continuar a cobrana desses ndices de impostos e a gente v pouca obra de um modo geral. Os impostos so muitos, com tudo que o Bolsonaro pegou com dois anos de pandemia, s por ter estancado a corrupo em nvel federal, todas as empresas estatais dando lucro - porque antes viviam dando prejuzo - j se conseguiu fazer muito. Veja que o hoje o Ministrio da Infraestrutura trabalha com um tero do oramento que tinha nos mandatos do PT e fez muito mais que se fazia naquele momento. Isso j tem que ser de modo geral e temos 'n' situaes, que tem que trabalhar firme nesse propsito.
Leiagora - Reforma trabalhista e previdenciria?
Antonio Galvan - Hoje, isso tambm no pode seguir, porque s no Brasil existe uma justia trabalhista. Ser que isso ajuda o trabalhador? Ser que se o trabalhador negociar as suas horas e seu trabalho [direto com o patro]... Por que todo mundo vai para os Estados Unidos e l no tem lei trabalhista e quer trabalhar e ningum quer vir trabalhar aqui? Ela [a reforma trabalhista] tem que acontecer, o trabalhador tem que ter mais liberdade de ele discutir com o patro as horas de trabalho, sem a interveno de ningum. Eu no vi, em nenhum momento, dizer que essa Justia do Trabalho tenha feito justia do trabalho. Ouvi muito foi perseguio em cima do setor produtivo e dando um salrio pfio a esses trabalhadores, justamente pelo custo que dado a esse funcionrio, porque, se dessem a liberdade dele, se quisesse, trabalhar mais ganhando mais, citando aqui os Estados Unidos, o cara trabalha 12, 13 horas, vontade dele, se ele tem disposio. Agora, porque que tem algum que vem falar que ele deve trabalhar s 8 horas? Se ele pode trabalhar 12, 15 se ele puder, se for remunerado pelo que ele faz... Ento, ns temos que atualizar para o que a realidade do mundo e no o que essa lei trabalhista nossa, obsoleta, porque s tem ela no Brasil. Se ela to boa assim, porque ningum aproveitou ela at hoje? Esse custo principalmente que tem em cima desse sistema trabalhista, no tem sentido manter isso a. Em qualquer pas, quem julga a justia comum. Por que ns temos que ter uma justia especfica para isso? E assim com a nossa prpria Justia Eleitoral, nosso Tribunal Eleitoral. um absurdo ter o Tribunal Superior Eleitoral, isso no existe no mundo. So invenes do Brasil e ns temos que buscar uma forma de eliminar isso e seguir o normal, como o mundo segue.
Leiagora - Aborto?
Antonio Galvan - Sou contra. Acho que o direito vida de todos.
Leiagora - Armamento?
Antonio Galvan - Favorvel. As pessoas de bem so coibidas de ter sua arma para inibir o ladro, o vagabundo, porque ele no compra arma na loja. Ele vai comprar clandestinamente. [A favor ao] direito de ter uma arma na sua propriedade, inclusive com menos burocracia. Hoje ele tem o direito de comprar uma arma, mas a burocracia ainda muito grande. Para ele [o interessado] ter dentro de sua casa, tanto urbana como rural, ele tem que ter o direito de pegar junto Justia, que ele no tenha antecedentes, que ele possa comprar sua arma para dentro da casa. No carro andando, a, eu concordo que tem que ser mais , mas na sua propriedade, tem que ter menos burocracia, porque quem tem que ter dvida se o cidado est ou no armado o bandido e no o cidado de bem ficar refm do bandido, como foi acostumado a ter os bandidos. Realmente, ns expurgamos da politica uma boa parte, o restante vai agora nessa eleio.
Leiagora - Auxlios?
Antonio Galvan - Em momentos especficos, em momento de necessidade, no tem problema. Agora, eles no podem ser usados adaeternum, a no ser que sejam para pessoas que tenham problema como comorbidades ou coisa nesse sentido. Por isso, eu t falando em escola tcnica, porque a pessoa que tem seus dois braos, pernas e seja mentalmente sadio, ela pode trabalhar. Um pas s cresce produzindo e no dividindo os trabalhos dos outros.
Leiagora - Sobre a questo dos combustveis?
Antonio Galvan - O combustvel uma questo especfica de forma que foi colocado por problemas anteriores, j colocando os donos, os acionistas, principalmente da Petrobras. Ento, sou favorvel que a Petrobras seja privatizada, porque eu acredito que o governo tem que segurar poucos servios e os servios essenciais e, mesmo assim, tentando buscar uma terceirizao, porque a voc mantm mais qualidade. A exemplo da nossa prpria previdncia, voc pagando particular atendido e esse preo que voc paga hoje fica maior que se pagar a privada. O que se justifica isso? Nada. Ento tem que se olhar, sim, tem que privatizar a Petrobras, assim como tantas outras empresas que existem do governo federal e cuidar mais especificamente de alguns assuntos, como a prpria segurana, a infraestrutura de certo modo, porque tem partes que tocam o governo em questes de calamidade. Por isso que o valor tem que sempre ser redistribudo de uma forma diferente, as pessoas moram no municpio, no no estado - de modo geral -, nem no pas. O pas uma simples dimenso geogrfica, assim como o estado, o municpio no deixa de ser uma dimenso, mas as pessoas esto localizadas em cada municpio. Ento, tem que vir mais recurso para os municpio e direto.
Acabar com as emendas que a farra dos polticos que todo mundo sabe. No vou dizer que so todos, mas tem uns que lutam muito por emenda, porque eu j conheo esse assunto desde criana que existe um pedgio, um retorno e uma propina. Esse sistema de levar dinheiro aos municpios tem que acabar. Tem que vir automaticamente do cofre maior, ou seja da Unio pro estado, da Unio pro municpio ou do estado pro municpio. Tem que acabar com a farra das emendas. Porque tem muitos polticos que se dedicam muito e se vangloriam com isso e a gente chega a encontrar prefeito que chega a pedir at 30% do valor pra eles, agora 10% que de praxe. No t falando que so todos, mas sabemos que existe muito, mas gostaria que isso acabasse e que o dinheiro fosse direto pro prefeito no ficar refm de ter que apoiar o 'fulano, porque ele me trouxe emenda' ou que o governador fique refm do presidente ou do deputado. Sabemos que aqui no estado teve milhes em emendas e outros no tiveram dinheiro liberado, isso justo? Est certo? Isso tem que ser mudado. O valor que liberado pra um tem que ser liberado pra outro, tem que ter a igualdade que a democracia prega, a igualdade em vrios segmentos e setores. Se liberar pra um deputado a emenda, automaticamente tem que liberar o valor pra l ou estanca e acaba com tudo e os recursos vo direto pro prefeito.
Por ltimo, eu quero comentar quanto ao risco do mundo sobre a insegurana alimentar. Nosso pas o quarto maior produtor de gros, no temos ainda esse risco de desabastecimento, mas os preos se elevaram bastante por conta do prprio custo e a demanda mundial. Hoje, no mundo est escassa a oferta de alimentos, pases sofrendo muito, inclusive os mais pobres, ento, essa grande preocupao que temos que pensar para alimentar a prpria humanidade... ns temos que repensar nosso Cdigo Florestal, aproveitar as grandes reas que temos com produo, onde temos um clima favorvel como o caso de rever a [lei] 12.651, nosso Cdigo Florestal, pra poder garantir essa segurana alimentar, porque no tem sentido existir o ser humano e no ter alimento pra todos.