Na semana do aniversrio de 303 anos de Cuiab, o Leiagoraentrevistou o 'fofoqueiro' (com muito carinho) mais irreverente da Baixada Cuiabana, Messias Bruxo, que pioneiro do colunismo social eletrnico no Brasil, como gosta de mencionar.
Messias recebeu o apelido de "bruxo" durante um campeonato de futebol, em que teve seu time vencedor por, segundo colegas, jogar "mandingas" no time adversrio. Conhecido pelo jeito espontneo e alto astral, Messias Bruxo conta como comeou a trabalhar com colunismo social e fala brevemente sobre uma possvel agem pela poltica, mas deixa claro que no mudar sua essncia para estar nesse meio. E, como no poderia faltar, ainda revelou uma fofoca indita para os leitores do portal.
Leia a entrevista abaixo na ntegra.
Leiagora - Como surgiu o personagem? Teve inspirao no Jj?
Messias Bruxo - No. No foi bem o Jj. Alis, no foi do Jj. Tinha um campeonato de futebol do colunista Ungareth Paz, chamado Copa Juventude, e eu tinha um time chamado Marafada, e eu sempre ficava atrs do gol do adversrio. Era um campeonato da sociedade de Cuiab, aquele povo da burguesia e tudo mais. E a o Ney Figura, que era promoter do NFN Promoes, que trouxe a Micarecuia para Cuiab, l atrs, me apelidou de bruxo. Diz que porque eu ficava fazendo mandinga atrs do gol do adversrio, e acabava perdendo e o meu [time] ganhando. E acabou eu sendo campeo dessa copa. Ento, a surgiu esse Messias Bruxo.
Leiagora - Queria que voc falasse da sua carreira.
Messias Bruxo - Pois . Eu era gerente de banco, sa do banco e mexi com parte de seguro, parte burocrtica, financeira. Depois fui convidado para fazer festa. A primeira festa foi em 95… 94, na antiga boate Amrica, na Fernando Corra. Depois fui promoter da Amrica, fui promoter da pera Light, da Get Up e foi indo. Tomei gosto por festa, j conhecia muita gente do banco, porque eu era gerente do banco Ita antes de comear as festas. Tinha muita gente de Cuiab que abria conta comigo nas agncias do Ita. Fui gerente em quatro agncias em Cuiab, inclusive, at em agncia de Vrzea Grande tambm. E nisso, o que aconteceu? Fiquei conhecido, me tornei conhecido.
E a conheci bastante gente, virei promoter, em 2000 fui convidado para escrever o material de noite no jornal Dirio de Cuiab, o editor era o Enock Cavalcante, jornalista. Depois virei colunista do jornal Dirio de Cuiab, que a minha coluna chamava Caldeiro, entendeu? Por eu ser Messias Bruxo j, se chamava Caldeiro. A eu comecei contando assim os babados das festas de Cuiab, as confuses das festas que tinha. Praticamente a primeira coluna eletrnica do Brasil, foi aqui no grupo da TV Cidade Verde.
A em 2002 eu comecei a fazer festa mesmo. Virei colunista do Dirio de Cuiab, virei promoter, j tinha sado do banco, sa em 95 do banco. Me tornei promoter definitivo, colunista, e a quando instalou em Cuiab a Transamrica no grupo Cidade Verde aqui, com o Luiz Carlos Beccari. Ele me convidou para ter um programa, para fazer aquilo que eu fazia no jornal, comentar as festas, as confuses, no rdio. Foi a primera coluna eletrnica, e deu certo. Que chamava Caldeiro. E foi seguindo que est at hoje, trs vezes por dia, certo? sucesso, patrocinado e tudo mais. E na televiso tambm, na TV Cidade Verde, todos os dias, s 14h30 da tarde.
Leiagora - Eu queria que voc falasse como foi para construir sua carreira. Pelo que voc diz, foi bem espontneo. As coisas foram acontecendo de forma bem espontnea.
Messias Bruxo - Sim! Olha, as coisas foram acontecendo, eram novidades para Cuiab. Eram fofocas, n? Voc sabe que todo mundo quer saber da vida, dos acontecimentos, todo mundo gosta de saber. Ento, vende fcil e as pessoas querem saber. Hoje, eu no tenho tanta preocupao em ficar correndo atrs disso ou daquilo. Praticamente chegam todos como se fosse um para-raio. Tudo acontece, tudo chega, eu filtro. Muitas dessas conversas so plantadas tambm. Algum querendo prejudicar algum… eu tiro, eu sei. Investigo, observo… s vezes eu chego at com o prprio dono da confuso e ele no est sabendo que eu estou checando.
Ento, assim, foi um caminho que foi espontneo. As coisas foram acontecendo com espontaneidade. Graas a deus no tenho nenhum processo. Porque evito ir na particularidade das pessoas, expor as pessoas, evito essa parte a. Muita gente a carapua acaba servindo… eu, infelizmente, no posso fazer nada. Ele se identifica e eu falo “ah, que bom que voc se identificou. Agora eu posso dizer que essa histria sua” e ele “ah, no. Pelo amor de deus”.
Leiagora - Voc disse que como um para-raios… mas como faz para as informaes chegarem at voc? Tem as fontes fixas j?
Messias Bruxo - No. As pessoas acabam me encontrando no Instagram, no Direct, me encontrando no Facebook. Me ligando no meu WhatsApp, mandam WhatsApp? Os que me conhecem j ligam pra mim.
Leiagora - Ento, se tiver uma fofoca para contar…
Ah, o lugar aqui! Garanto o sigilo da fonte.
Leiagora - Qual seu mtodo para filtrar as informaes que chegam?
Messias Bruxo - Eu fico sabendo. Eu descubro, a eu vou investigar. Vou ligar os pontos. Esse, aquele. Pergunto para a pessoa prxima. Exemplo: confuso em boate. Converso com o segurana, pergunto para o barman, pergunto para o garom. Pergunto para o prprio promoter. Descubro quem estava no meio da confuso. Tudo isso eu checo.
Leiagora - Como voc avalia seu trabalho?
Messias Bruxo - um trabalho difcil e ao mesmo tempo fcil. Tem que ter responsabilidade e tem que ter cuidado e habilidade tambm. No d para sair igual um desvairado, falando o que quer, mandando recado para as pessoas. Usando veculo para poder mandar recado ou para se vingar de algum. No por a no. A voc perde toda essncia do seu trabalho e transforma o seu trabalho numa coisa de recado para os outros. Ficar como um garoto de recado. Manda um recado aqui, manda um recado ali. No. A voc perde toda a essncia.
Leiagora - E voc acha que ele [o colunismo] causa impacto na sociedade cuiabana?
Messias Bruxo - Sim! J causou muito impacto. Causa sim. As pessoas ficam curiosas, elas querem saber. Muitos ficam assim, incomodadas, entendeu?
Leiagora - E voc j chegou a receber ameaas por conta do seu trabalho?
Messias Bruxo - J. Teve gente que “olha, vou te pegar, porque voc fez isso, fez aquilo”. Cheguei at a registrar boletim de ocorrncia contra uma pessoa. Ah, j que voc est se identificando, vou registrar boletim de ocorrncia. Ele voltou atrs, pediu desculpa. Os amigos usaram do meu material para poder chacotear com a pessoa, e ele achou que eu estava no meio da confuso.
Leiagora - E voc j deixou de ser convidado para algum evento por causa do seu trabalho?
Messias Bruxo - J. J. Muita gente fala “ah, no vamos convidar ele no. Pode acontecer alguma coisa aqui. Alguma pessoa pode dar algum bafo e pode acabar fervendo no Caldeiro”. Tanto que eu no frequento casa de ningum. S frequento lugar pblico, entendeu? Para ir na casa de uma pessoa, muito difcil eu ir. S se for amigo meu mesmo, se eu conhecer mesmo. Mas eu evito, para no me indispor com a pessoa.
Leiagora - Voc acha que as pessoas tm medo de falar com voc?
Messias Bruxo - No, medo no tem, no. Ficam vontade.
Leiagora - Voc deixa claro quando vai usar alguma informao?
Messias Bruxo - No. Muito sutil.
Leiagora - E o meio que voc frequenta? Tem muito preconceito com voc?
Messias Bruxo - Ah, bastante. natural. As pessoas do prprio meio das confuses se “autopreconceituam”.
Leaigora - J ou por situaes chatas, constrangedoras?
Messias Bruxo - Deixa eu ver… No, no. No, chegou sim! Cheguei de estar em um lugar, alguma festa, evento… e a pessoa falou “ah, voc acabou com meu parente. Voc falou isso e isso dele”. Mas eu falei “quem que seu parente? Porque olha, no estou sabendo do problema dele, no. Estou por fora”.
Leiagora - E como voc lida com as intrigas? Porque voc j falou que consegue perceber.
Messias Bruxo - No dou conversa. Teve a ltima mesmo, a confuso dos rapazes pegos no parque, sem roupa. Eu tinha, l atrs, denunciado no rdio, at num podcast, que tinham pessoas usando o parque. Eu no falei se era homem, se era mulher, se era htero, se era gay. A, coincidentemente, foram pegos dois rapazes sem roupa. Algum filmou e postou na rede. A j acusaram que eu fiz essa denncia, que eu fiz um desservio, que eu estava contra o movimento "GLSBT" (sic), essas coisas a… e tudo mais. Nada a ver uma coisa com a outra. Esto utilizando de uma situao para poder se beneficiar. At um site me ligou e eu falei … desculpa at o termo, estou cagando e andando. Uns fizeram ameaa… no dei conversa.
Leiagora - Hoje voc est no rdio… quais so suas pretenses?
Messias Bruxo - Estou h 21 anos no rdio. ar tudo isso que est no rdio para as redes sociais, para a internet.Tem que migrar tudo isso para as redes sociais. Tem que fazer esse casamento.
Leiagora - Tem futuro na poltica?
Messias Bruxo - Olha, j me convidaram. Posso pensar… no vamos dizer que dessa gua nunca beberei. Eu quero fazer um trabalho legal. No quero entrar, assim, no sistema. Porque diz que, quem entra, tem que entrar no sistema que existe. O sistema poltico do Brasil hoje. Tambm no quero entrar por empolgao, por achar que sou o bam bam bam, que vou ser muito bem votado. E quando vai contar os votos, tem dois, trs votos. Porque tem muito isso.
Leiagora - Mas voc acha que teria que mudar seu estilo para se encaixar?
Messias Bruxo - Acredito que no.
Leiagora - Agora queria que voc me contasse uma fofoca que no foi para o rdio.
Messias Bruxo - Que no foi para o rdio? Ah! Tem da empresria a, uma madame, que vivia do bom e do melhor do luxo. E ela acabou descobrindo que era trada, separou do marido, foram pra justia. O marido acabou ganhando a questo. Agora, ela quer que os amigos digitais influencers, os amigos blogueiros, que mexem com as redes sociais… porque todo mundo hoje so colunistas, todos so influencers. Quer que fiquem detonando com o ex-marido, colocando coisas da particularidade do ex-marido, para ver se ele detonado, para ver se ela consegue reverter a situao na justia a favor dela. arriscado, porque essas pessoas que esto fazendo o servio pra ela podem ser processados, complicado. aquele ditado, em briga de marido e mulher, no se mete a colher. Quem entrou nessa briga a, vai sobrar. Perigoso!