Aps um longo tempo afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o deputado estadual Valdir Barranco (PT) retornou Casa depois de 81 dias internado na UTI para tratamento da covid-19, dos quais 52 ficou entubado. Ao todo, o parlamentar esteve distante da AL por 231 dias, e declarou estar ansioso para retomar sua rotina no Legislativo.
Ao falar do cenrio poltico estadual, o deputado no escondeu seu desagrado sobre o governo de Mauro Mendes (DEM), e teceu duras crticas ao chefe do Executivo Estadual. O petista alega que Mendes cultua dio pelos servidores pblicos, principalmente classe da educao, e nega qualquer possibilidade de aliana em apoio a Mauro em 2022.
Barranco, que tambm presidente do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso, se pronunciou a respeito dos projetos polticos da legenda para as eleies de 2022. Segundo ele, todos os holofotes e esforos esto sendo direcionados pr-candidatura de Lus Incio Lula da Silva presidncia da Repblica.
Leiagora - O senhor esteve na Assembleia esses dias, como a sensao de retornar depois de tanto tempo afastado?
Valdir Barranco - Depois que voltei de So Paulo, eu fiquei somente vinte dias sem frequentar as atividades parlamentares, a ei a frequent-las remotamente. E depois de 15 dias, eu tive a minha primeira participao, eu havia presidido duas audincias pblicas de minha autoria, remotamente, mas no estava gostando, n? E a, h 15 dias, eu j presidi uma audincia pblica que foi para discutir a insero dos psiclogos de assistentes sociais na educao.
E agora voltei a presidir novamente uma nova audincia muito importante, que discutiu a portaria 723 de 2020, que a Seduc, portaria no, um decreto, alis, que a Seduc publicou, que o decreto do fechamento de escolas. Poeticamente, que o Governo... Ele usa outro nome. No me lembro ao certo. Durante a entrevista eu vou lembrar. [nota da redao: o parlamentar se referia ao redimensionamento das escolas].
Mas enfim, foi uma sensao muito boa, principalmente na outra audincia que foi a primeira vez que estive l, muitos servidores da casa vindo me abraar, muitos chorando. Eu ei por uma situao muito difcil mesmo. Eu tenho conscincia de que eu morri e voltei, consegui voltar de novo, e isso sozinho eu no teria condies de faz-lo. S consegui em funo das muitas oraes, rezas das diferentes crenas e religies que ocorreram e criou-se um campo de energia muito positivo, e Deus me deu essa nova oportunidade de viver.
Ento, foi muita emoo, muito bom. Gente, eu estou cada dia melhor, estou me sentindo mais forte. Para o pulmo, ainda estou tomando corticoide, o tratamento vai at novembro ainda, mas acho que o pulmo, vou alcanar a uns 60% de recuperao. Vou perder uns 40%, mas vai dar para tocar bem.
Leiagora - O senhor tem uma previso de quando que vai voltar para Assembleia 100%?
Valdir Barranco - Olha, os mdicos, eles no querem me autorizar... Eles no autorizaram nem essa... Eu fiz contra a recomendao deles essas audincias. Eles querem primeiro que eu termine o tratamento com os corticoides, agora no comeo de novembro, para eles fazerem uma avaliao do quadro, tanto pulmonar, cardiolgico e fsico. Com fisioterapia, com o fisioterapeuta, e a partir da, eles fazerem essa avaliao.
Eu estou com vontade de furar esse bloqueio e voltar semana que vem. Estou com muita vontade. Alis, tenho tido vontade j h uma semana e tenho me segurado. Porque fico com medo depois de acontecer alguma coisa e eles falarem para mim, “olha, ns avisamos, ns avisamos”. Mas eu estou com muita vontade de partir da semana que vem j comear a participar presencialmente mesmo sem autorizao mdica.
Leiagora - O senhor falou um pouco a respeito das sequelas. O que o senhor acha que pode ser feito para melhorar as condies de atendimento aos pacientes ps-covid?
Valdir Barranco - Tem muita a ser feita, principalmente na rede pblica. A rede pblica no se ocupou disso. E para a gente, pessoas como eu, que so pessoas pblicas, que tiveram essa experincia to ruim, que eu no desejo a ningum, no perodo de recuperao a gente j sabe o que necessrio. E a, eu fico me perguntando. Eu, por exemplo, sou deputado, tive um e na Assembleia que tem o Qualivida, muito bem dirigido. O Qualivida, que tem profissionais para atender os servidores da casa, e que me atenderam. Eu fui atendido pela fonoaudiloga, a Michele, doutora Michele. Eu fui traqueostomizado. Ento, deixou algumas sequelas, eu tive que fazer muitas sesses de fonoaudiologia. [Fui atendido] Tambm pela fisioterapeuta, a doutora Greice, que excepcional tambm. As duas tem mestrado. A Grace concursada federal do hospital Jlio Muller.
Ento, a gente v a necessidade e a importncia disso. E a, eu fico pensando nas pessoas que aram pelo tratamento na rede pblica, e depois, ao serem liberadas, e muitas delas foram entubadas muitos dias e tiveram sequelas de perder os movimentos inclusive. E tambm pulmo... Como que elas fazem para fazer a recuperao se no tem esse acompanhamento?
Porque eu, finalizando, se eu no tivesse tido esse e... Eu fiquei 52 dias entubado, 81 dias internado. Mesmo depois de ter ficado esse tempo todo, eu voltei para casa ainda em cadeiras de rodas. Eu no teria conseguido voltar a andar no tempo que eu voltei, que um tempo hbil, voltar a aprender a escovar dente, tomar banho sozinho. Enfim, tudo coisa que a gente tem que reaprender. Como a falar, n?! A falar, a corrigir algumas imperfeies que haviam ficado como sequelas da voz tambm.
Ento, eu creio que o poder pblico pode fazer muito, inclusive com a disponibilidade, que no foi feito nesse perodo ainda, de equipes multidisciplinares para atendimento dessas pessoas, no todas, mas principalmente as que tiverem ficado com mais sequelas. Ns temos muitos estados que fizeram isso e que est dando bastante resultado.
Leiagora - Imagino que vai ser uma coisa a se tratar mais para frente, n? Na Assembleia.
Valdir Barranco - Isso. . Vou apresentar um projeto de lei para isso.
Leiagora – Agora falando de poltica, qual o foco do senhor nessa reta final a do mandato?
Valdir Barranco - Ah, o foco meu continuar o nosso trabalho. Eu costumo dizer que eu ganhei uma nova oportunidade e no foi toa. Deus no me concedeu essa nova oportunidade de graa, ele quer algo em troca de mim, ele quer que eu me dedique ainda mais do que eu j me dedicava, principalmente aos menos favorecidos, aos que mais precisam do poder pblico, aos que tm dificuldade de encontrar leis, encontrar voz, de encontrar quem os defenda, quem faa propostas na Assembleia Legislativa que possa abra-los, acolher as suas demandas.
Ento, eu vou trabalhar com muito mais afinco do que eu j fazia, a partir de novembro, se houver a liberao, j vou voltar a rodar o estado com muita determinao, e quero continuar focado, principalmente nas trs bandeiras que eu tenho como principais, que a educao, a agricultura familiar e justia social, no perdendo o foco tambm das demais reas.
Leiagora - O ex-presidente Lula deu uma entrevista para a Rdio Capital recentemente, e ele disse que o PT daqui de Mato Grosso vai discutir com a Nacional sobre as candidaturas para Governo e Senado. As conversas j avanaram, como que est sendo isso?
Valdir Barranco - No, nacional ainda no iniciou essas tratativas. Eu conversei bastante com o presidente Lula, na vspera da entrevista, porque era uma entrevista que a gente j vinha tratando dos detalhes h um ms mais ou menos. A, na vspera, ele me ligou, falou bastante comigo para tirar ainda algumas dvidas e depois no outro dia, aps a entrevista, ele ligou novamente para gente fazer uma avaliao da entrevista. Falamos bastante. E assim, ns estamos aguardando, ainda tem um ofcio circular da nossa Secretaria de Organizao Nacional, que era para guardar a tramitao da nova legislao eleitoral que est j nos seus finalmentes, e aps essa definio, vamos tratar sim.
O presidente Lula est com muita disposio, ele vai conceder novas entrevistas aqui no estado, e est se reunindo, n? J fez agora uma reunio com mais de cinco mil presidentes municipais, estaduais. Agora vamos fazer uma rodada com os vereadores e depois vamos falar com os parlamentares estaduais. E, ao final, ns vamos definir a estratgia que obviamente vai ar pelo nosso projeto principal, que a eleio do presidente Lula, para que ele retorne ao palcio do Planalto, e possa consertar esses desmandos todos a, que est levando a populao fome, misria e ao desemprego, ao desespero, n? E o nosso pas bancarrota a, a ar vergonha internacionalmente.
Leiagora - Entendi. O senhor ainda no pode adiantar se o PT vai ter candidatura prpria aqui em Mato Grosso?
Valdir Barranco - No, ns estamos trabalhando para isso. Vai depender muito das alianas que se fizer se firmarem para eleio do presidente Lula. Ns temos essa clareza de que nada pode ser superior ao projeto nacional. Agora o PT estadual tambm est preparado para ter um palanque para o presidente Lula e um palanque de uma candidatura ao Governo do Estado que dialogue com uma nova proposta para o estado de Mato Grosso.
Ns no podemos ter s uma proposta para os ricos, milionrios do agronegcio. Mato Grosso no s isso, Mato Grosso tem mais de 90% do restante da populao que no gozam desses privilgios... Que so pobres, so trabalhadores, que precisam do poder pblico. Ento, ns queremos uma proposta para eles. O Governo do Mauro Mendes no nos representa, no representa essa populao mais humilde, mais pobre, mais sofrida.
Ns tambm termos toda a disponibilidade de ter uma candidatura ao Senado, inclusive para fortalecer no s o palanque do Lula aqui, mas para buscar a eleio e dar e ele uma contribuio de Mato Grosso tambm no Senado, para garantir sua governabilidade.
Leiagora – Sobre o Senado, a vereadora Edna tem colocado o nome dela. Vocs vo trabalhar com essa possibilidade?
Valdir Barranco - Ela tem colocado ela em ritmo, n? Da parte dela do grupo que ela representa. O PT muito dinmico nessa questo de escolha de candidatos, principalmente majoritrias. Ela consciente disso. Ontem, inclusive, estive com ela, fiz uma visita l na Cmara Municipal. Ela e o grupo dela so conscientes de que ela est fazendo esse trabalho, mas que ns dependemos muito do cenrio nacional, e de outras, outros que quiserem colocar os seus nomes disposio.
O PT sempre foi muito aberto para decidir dentro do encontro de ttica, e vamos no encontro de ttica, que ocorrer ano que vem, decidir tanto para Governo quanto para Senado, quem ser nosso representante. Mas ela um bom quadro, uma mulher preparadssima, n? Tem feito um bom trabalho aqui na Cmara Municipal e certamente tem grandes chances.
Leiagora – Voc disputou a eleio para Senado e teve uma votao bem expressiva. Voc planeja disputar novamente nessas eleies de 2022?
Valdir Barranco – Ento, eu sou soldado do partido, n? Eu fui candidato ao Senado no momento que o PT compreendia que era importante ter uma candidatura para ter uma proposta diferente. Ns no tnhamos uma candidatura a Presidente da Repblica naquele momento, que foi uma eleio suplementar. Foi uma campanha sem recursos, porque tambm no teve fundo eleitoral o TSE no autorizou, ento foi muito difcil.
Mas ns tivemos uma votao que demonstrou a fora da esquerda, a fora dos progressistas, a fora do PT, a fora do povo. Foram 118 mil votos, e a minha primeira candidatura majoritria dessa envergadura. Se o PT e o presidente Lula precisar de mim, eu estarei pronto. Agora ns teremos uma candidatura ao Senado que vai ter a fora da candidatura do Lula, que lidera as pesquisas para Presidente da Repblica e que vai entrar firme nessa para buscar eleg-la. Muito importante para ele eleger esses federais, esses senadores.
O meu projeto pessoal nesse momento no esse, at porque eu estou me reabilitando ainda de uma covid que foi muito dura comigo e eu ainda no tenho condies sade para isso. Meu projeto a a reeleio enquanto deputado estadual. Mas finalizo reafirmando que foi soldado do partido e um soldado no escolhe a batalha que ele vai enfrentar.
Leiagora - E no que diz respeito AL qual a expectativa do PT para l, em nmeros?
Valdir Barranco - Olha, o PT vai trabalhar com uma meta de ns mantermos as duas cadeiras ou ampliarmos essas cadeiras. Ns, na eleio de 2018, ns tnhamos uma meta que era de fazer entre um e dois. Ns fizemos dois, na coligao fizemos um terceiro, que foi o Almir Moretto, e quase fizemos o terceiro do PT, n? O quarto da coligao, que o Henrique, bateu na trave. Ento, ns vamos trabalhar agora para compor uma chapa do Partido dos Trabalhadores para que ns possamos manter as duas vagas e buscando uma terceira cadeira.
Leiagora - O senhor j falou sobre essa mudana, n? Na reforma eleitoral, como o senhor acha que isso vai afetar a construo das chapas proporcionais?
Valdir Barranco - Olha, primeiro assim, no tem nada muito claro ainda porque a gente v a todo momento essas contextualizaes que esto sendo confabuladas na Cmara e no Senado, principalmente no Senado, n? Lideradas pelo Pacheco. Que podem alterar mesmo a legislao, que j foi modificada. Por exemplo, essa questo de que era 150% do nmero de cadeiras, ou a ser 100% e mais uma. E agora eles novamente querendo alterar para que permanea 150%, n? Isso pode significar que vo deixar esfriar para que no seja efetivado e volte tudo como era antes, ou pode ocorrer de essa nova regra valer.
Ento, at o ltimo dia para que seja homologada essa deciso, ns temos que aguardar. O PT, independente se for 100% e mais uma, ns vamos trabalhar, no vai ser fcil para que ns possamos ter um nmero maior e mais prximo possvel do nmero mximo. Se for 100% e mais uma, que a seriam 25 cadeiras aqui na Assembleia, 9 para federal, ns vamos trabalhar tambm para chegarmos aos 100% e mais uma ou mais prximo possvel disso.
Leiagora - No cenrio nacional o senhor j deixou claro que o Lula candidato. E como que est a articulao para a eleio dele? O senhor acredita na possibilidade de uma aliana da esquerda ou o PT caminha para uma chapa pura?
Valdir Barranco - Olha, o presidente Lula, ele tambm muito democrtico, n? Ns trabalhamos e queremos muito que ele seja o candidato. Ele est em condies, tanto legais, os 20 processos que abriram contra ele para tir-lo em 2018 foram arquivados. Tem s um que est em fase de arquivamento tambm, que o mais frgil de todos, da acusao da aquisio dos caas suecos. E ele est em condies fsicas tambm. Est muito preparado, em condies psicolgicas. Ele leu muito nesse perodo que ele ficou na priso, se preparou muito tambm, do ponto de vista cognitivo, intelectual, est preparadssimo. Com muita vontade de fazer essa disputa, e ns queremos que seja ele.
Ele mestre nessa questo de fazer articulao. Ele muito preparado para isso, e tem feito com o PCdoB, com o PSOL, com o PSB, tem dialogado muito com o PSD. Ento, assim, ele no vai sozinho, no. Ns vamos ter uma aliana para eleg-lo. O PSOL, inclusive, que sempre teve candidatura, j decidiu que vai abrir mo da candidatura j no primeiro turno pAra apoiar o Lula. Ento vamos trabalhar para que isso ocorra com outros partidos tambm.
Leiagora – Sobre a terceira via, como o senhor avalia isso?
Valdir Barranco – Olha, desde o processo de redemocratizao do Brasil, desde as eleies de 1989, nunca teve s duas candidaturas. Sempre ns tivemos outras candidaturas. Em 1989 foram 15 candidaturas, seno me engano, em 2004 foram muitas, em 2008... Mas sempre foi polarizado, n? Sempre foi PT e mais algum. PT e PSDB, PT e Collor na poca, n? Depois PT e PSDB, depois, durante muito tempo, foi Fernando Henrique, depois foi Serra, foi Alckmin e depois veio PT e Jair Bolsonaro.
Eu acredito que nessa eleio ns teremos outras candidaturas, mas vai ser polarizado entre o PT novamente e Bolsonaro. Eu no vejo outra possibilidade. At agora, eles no conseguiram formar uma liderana que se destacasse ao ponto de ser o candidato dessa terceira via. Agora, em cima da hora, na marca do pnalti, aos 49 do segundo tempo, eles vo ter tempo hbil para isso? Eu acho muito difcil. Pode ter uma candidatura, mas no que seja com essa musculatura, para que chegue ao segundo turno.
Ento, eu aposto muito assim que ns vamos ter uma disputa no primeiro e segundo turno muito antagnica e polarizada, entre Lula e Bolsonaro. Entre a extrema direita, que o Bolsonaro representa, da misoginia, da perseguio aos povos indgenas, da perseguio aos pobres, da antivacina, de ser contra a cincia e do [outro lado o] progressismo que o PT representa, que de valorizar a vida, valorizar a cincia, de valorizar a educao, as polticas pblicas, os servidores pblicos, enfim.
Leiagora – Voltando aqui para Mato Grosso, o senhor j falou que o PT oposio ao Mauro. Para 2022, o partido continua como oposio ou tem alguma possibilidade de aliana com a atual gesto?
Valdir Barranco – No tem possibilidade nenhuma. Porque o Mauro um Bolsonaro dissimulado. Ele um governante que no cuida dos pobres, que no se preocupou com a vacinao. Ns no tivemos nenhum envolvimento dele no sentido de se reunir com os prefeitos, com os secretrios municipais da educao, para tratar especificamente do tema vacinao. No toa que Mato Grosso est sempre na rabeira dos que menos vacinam, ns estamos no ranking o tempo todo entre 20, 21, 22, chegamos a 23, depois demos uma avanadinha, os outros recuaram. Mas nos somos uma vergonha no processo de vacinao.
Ele tem um dio muito grande dos servidores pblicos, ele cultua esse dio, um dio dos profissionais da educao, de modo especial. Ele tem um problema, dele, que ele tinha que fazer algumas sesses de psiquiatria para que ele pudesse descobrir onde que ele teve este problema com a educao. Se foi ainda no tero da me dele, se foi depois quando ele foi criana, se foi nas sries iniciais da alfabetizao. Ele tem um problema com a educao, que ele odeia a educao e preciso que ele corrija isso, que ele procure ajuda. Porque ele descarrega isso no dio dele na educao, fazendo da educao to ruim, to pssima em Mato Grosso, a gesto da educao.
Tambm na agricultura familiar, que para ns muito cara, ns nos preocupamos muito com ela. No tem uma poltica voltada para agriculta familiar, esse negcio de pegar emendas parlamentares e distribuir mquinas no resolve. Ns temos que ter uma proposta, um programa para a agricultura familiar regionalizado. O que serve para a Baixada Cuiabana, no serve para o Araguaia, no serve para o Norto, no serve para o Noroeste, no serve para o Mdio-Norte, no serve para a regio Sul.
Ns temos que ter programas voltados para aptido de cada uma das regies, que possa compreender toda a cadeia da agricultura familiar. Ento ele no tem isso, no tem essa proposta, assim como nas demais reas. Voc tem trs aqui, sade, educao, agricultura familiar. No vou nem falar da questo social, n? Porque um governo que no tem proposta, no tem programa. Mato Grosso arrecada, ele vive falando est com o caixa abarrotado de dinheiro e no tem um programa para socorrer as famlias que am fome, am necessidade.
E a, eu finalizo aqui dizendo, o estado a cada ano supera sua produo no agronegcio, por exemplo, s que na outra ponta ns temos uma agricultura ainda arcaica, sem nenhum investimento. Enquanto uns se fartam de recursos, que so verdadeiros sheiks do agronegcio, ns temos na outra ponta pessoas na fila do ossinho ando fome.
Leiagora – isso, ento, deputado. Se o senhor tiver algo mais a acrescentar...
Valdir Barranco - S queria dizer que o presidente Lula vai participar ativamente dessa construo do palanque [em Mato Grosso]. Ele, o diretrio nacional, da construo de candidaturas para o governo, para o Senado. Inclusive da possiblidade de estar fazendo a mediao com outros partidos, outras lideranas, outros nomes que possam de repente vir para o Partido dos Trabalhadores, tambm, para disputar eleies. Ento, ele tem interesse nisso e vai estar participando. E ns vamos construir sim candidatura para o governo e para o senado.
