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25/08/2021 s 15:52 1wp

Trs ou quatro verdades sobre adoo 4c5v1s

Meu filho mais novo, o Joo, completa 4 anos neste sbado, 28 de agosto. Desses, trs foram sob meus cuidados e do meu marido, o pai dele. Joo o que chamam de filho adotivo. Chegou na nossa vida uma semana aps o primeiro aninho. o amorzinho da minha vida, das nossas vidas, do pai e da irm, principalmente.

Para falar desse sentimento, palavras no do conta. Sua existncia vai fundo na minha alma, oh meu Deus, como sou grata pela vida dele. Aloja-se no quentinho do meu corao, onde foi gerado. Estamos conectados por um fio de luz invisvel aos olhos – me e filho. No se trata do bem que fiz a ele, nem do bem que ele me faz. Mas do grande encontro que tivemos.

Queria aproveitar esta data para tentar desmistificar alguns aspectos da adoo.

Uma pergunta que sempre me fazem e que inclusive eu me fazia, antes de adotar, se o amor o mesmo.

Um filho parido do prprio tero tem com a me um elo fortssimo, coisa de pele, cheiro e conexo. Como alcanar tamanho envolvimento com algum que veio de outras paragens? Simples, o sentimento surge, cresce, flui, transborda.

Diferentes so somente as histrias de como nasceram, como era o dia, quem estava por perto e participou da emoo do momento, detalhes que ficam na histria. S isso ou tudo isso.

Outro ponto de tenso acreditar que filhos adotivos so problemticos. Do mais dor de cabea que os biolgicos. No verdade, gente, e – para os incrdulos - h pesquisas comprovando isso.

A grande verdade que filhos do trabalho, exigem ateno e precisam de afeto.

Essas crianas, desligadas das famlias biolgicas, so pessoas, ok? No bonecos ao bem prazer de quem quer ser pai e me. Se aram por situaes desagradveis, violentas, arriscadas, de abandono, no haveriam de reagir? De demonstrar carncia? De sentir insegurana? De tambm responder com alguma violncia? E o medo da rejeio? E o medo do adulto desqualificado para maternidade, para a paternidade? Ento, apontar o dedo e conden-las como problemticas uma crueldade.

Por fim, no difcil contar ao filho que ele foi adotado. Eu no acho. Por acaso, voc sentiria dificuldade em relatar uma cesariana, um parto normal? Claro que no. Ento, s contar a verdade desde cedo, relatar esse nascimento na famlia que o acolheu. No como demrito, mas, muito pelo contrrio, como algo maravilhoso, do qual podemos nos orgulhar e agradecer inclusive.

Se por acaso, surgir o interesse pela histria pregressa, s ajud-lo a compreend-la. Pelo menos eu penso, assim, todos temos o direito de saber da nossa origem.

No faam bicho de sete cabeas. Adotar incrvel. Me sinto uma privilegiada. Te amo Joo, amor da minha vida, nunca me agradea por te acolher, eu que agradeo a voc, obrigada, meu filho, por me escolher como me e me adotar e me dar tantos motivos para sorrir.

Keka Werneck

Keka Werneck
* jornalista, assessora de imprensa e parlamentar
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