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Artigos / Colunas / Gabriel Oliveira - Crnicas do Cotidiano 52502s

18/03/2019 s 09:26 103z4s

Se o mal no venceu, o bem no est sendo muito permissivo...? 214f6b

No texto anterior, comeamos dizendo que 2019 estava turbulento, em vrios sentidos...

E mal conseguimos respirar de algum fato de tirar o flego, e j surge outro para nos fazer perder a respirao.

Naquele texto, mencionamos a falta de dinheiro do Governo de Mato Grosso at mesmo para honrar com o salrio do funcionalismo pblico. Parece no haver nada de novo neste front. Falamos dos incndios no Governo Federal, que continuam a queimar numa fogueira que, aparentemente, no tem controle, incluindo novos captulos com ministros provavelmente envolvidos em esquemas de candidatas-laranjas ? um deles inclusive j caiu.

Ainda tem a China decidindo comprar soja americana, as reclamaes da at ento apoiadora e fiel bancada evanglica, o vdeo porn tentando indicar o que teriam se tornado certos aspectos do carnaval, a ministra dizendo que meninos precisam aprender a abrir portas e presentear com flores mulheres que, no seu Dia Internacional, precisam sobreviver em um pas com graves ndices de violncia nos mais amplos aspectos. Isso tudo, fora os captulos ainda no encerrados, como o ?caso Queirz?.

Naqueles meados de fevereiro, mencionamos as perdas do jornalista Ricardo Boechat e da atriz Bibi Ferreira. Neste meio-tempo tivemos a morte de uma criana de sete anos, neto de um ex-presidente da Repblica, que causou certa comemorao em alguns segmentos polticos e sociais. No ltimo sbado, um avio caiu causando a morte de mais de 150 pessoas na Etipia. E um homem, aparentemente com transtornos mentais, foi morto em uma ao abrupta e absolutamente descontrolada de um segurana em um supermercado no Rio de Janeiro, segurana este que legalmente no poderia exercer esta profisso dada sua ?capivara?, ou seja, sua ficha corrida na polcia.

Tem sido at doloroso acompanhar as chuvas torrenciais nesta poca no Brasil inteiro, que causam os transtornos e as tragdias de sempre sem aes especficas do poder pblico no sentido de acabar com isso, ano aps ano. E, pela semelhana no descuido, lembramos das barragens rompidas e do pouco que j foi feito nos dois casos ocorrido em Minas Gerais, tanto em Mariana quanto em Brumadinho.

E, para jamais nos esquecermos, o ?caso Marielle? est a poucos dias de completar um ano. H muitas investigaes em andamento, incluindo de aes que visam a atrapalhar os trabalhos para elucidao do crime. Mas, efetivamente, pouco resultado foi mostrado at o momento.

Durante o carnaval, a escola paulistana Gavies da Fiel mostrou em sua comisso de frente uma encenao na qual por alguns instantes a figura do diabo venceria a figura messinica em uma batalha. Segundo a escola, apenas um recorte na narrativa que, em seu final, mostraria o triunfo do bem sobre o mal. Houve quem protestasse com veemncia.

E poucos dias depois circulou um texto pelas redes sociais indicando razes pelas quais essa ideia no seria to descabida. Atribudo a um telogo, o texto questiona como poderia o diabo no ter vencido se igrejas fizeram sinal de arminha com a mo, quando alguns de seus lderes apoiam a retirada de direitos dos mais pobres, quando alguns de seus fiis comemoram a morte de uma criana, o assassinato de uma lder social, o exlio de um lder poltico, a expectativa de uma guerra com um pas vizinho, a proliferao de notcias falsas em redes sociais, a falta de foco na desigualdade social, o silncio frente ao dio, ao preconceito e violncia, a busca pela paz por meio do armamento, o extermnio dos ndios pelo aumento dos j imensos latifndios. Segundo o telogo, por tudo isso o diabo tem vencido.

O autor que vos escreve no tem como principal caracterstica a espiritualidade, e at pelo fato de ser ?um homem de pouca f?, se pergunta: caso o mal no esteja vencendo, o bem no est sendo muito permissivo...?

E qual o papel de cada um de ns no meio disso tudo?

Gabriel Oliveira - Crnicas do Cotidiano

Gabriel Oliveira - Cr
As Crnicas do Cotidiano se dedicam a vislumbrar o quo surpreendente pode ser aquilo que aparentemente corriqueiro, e que depende de cada um tornar grandioso e significativo para si mesmo o que naturalmente parece trivial e insignificante. Este um espao dedicado reflexo de que todas as aes possuem reaes que afetam a ns e ao mundo em nosso redor, ideia de que somos seres polticos e que exercemos esta caracterstica nas escolhas que fazemos no cotidiano.

Gabriel Oliveira, professor do Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT, Doutorando em Lingustica pela UNICAMP, Mestre em Cincias da Comunicao pela USP e Graduado em Letras pela Federal do Rio Grande - FURG. Concentra suas pesquisas na rea de Anlise do Discurso. membro da diretoria da Associao Brasileira de Estudos da Homocultura - ABEH e possui larga experincia com docncia superior em instituies de MT e de SP, alm de trabalhos e projetos em Comunicao no mundo corporativo.
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