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Artigos / Colunas / Paulo Czar de Souza 3h6w1l

16/05/2025 s 08:41 5pn28

Segunda chance s2a6o

O que crueldade? H muitas maneiras de descrever essa perverso. Aqui trataremos de abandono de animais cujo nmeros continuam a escalar em patamares alarmantes. Mesmo com previso legal como crime e com sua imensa carga de condenao moral pessoas em pleno sculo XXI flertam sistematicamente com esse tipo de maldade

Os mecanismos legais/ticos j deveriam atuar como freio para desencorajar esse resultado, mas infelizmente, um processo errtico nas mentes de algumas poucas pessoas permanece misteriosamente pulsando com um fervor malvolo que desafia os divs da psiquiatria. Em uma poca em que templos e cultos se multiplicam no se vislumbra a generosidade avanar com a mesma velocidade.

Animais que coexistem com os humanos desde a aurora da civilizao, que confiam em nossa benevolncia e virtudes so descartados por quem deveriam proteg-los. Seres indefesos vagueiam por toda parte: sob o escrutnio de nossa vida urbana com seu mosaico complexo de prdios cintilantes e subrbios esquecidos. Esto nos becos, nas rodovias, nas estradas ermas com paisagens hostis. Seus uivos de solido ecoam de muitos lugares. Perambulam em lixes perifricos at a exausto. Confusos e esquelticos ingerem nossos restos degradados. Alguns acorrentados sujeitos s intempries atacados por morbidades erradicadas h muito pela cincia.

Com sorte alguns reencontram paz e conforto em algum lar amoroso ou ganham uma nova chance em abrigo - ao menos tero alimento para no perecerem na inanio. Contudo, uma maioria negligenciada, vista com pacfica indiferena, escorraados, feridos j extinguindo seus ltimos vestgios de dignidade. Adoecem e morrem lentamente enquanto olhares apticos delegam inconscientemente ao outro a reparao dessa realidade deformada.

As pessoas esto muito ocupadas com suas vidas para perceb-los. A grandeza em ver alm de si um exerccio dirio de autocontrole, empatia e compaixo. Aliviar o sofrimento dos seres mais fracos, externalizar bondade e respeito so atributos desejveis nossa civilizao, pois temos a inteligncia, os meios, os recursos e a vasta oportunidade de romper a ncora do narcisismo que nos enjaula em um mundo menor. Uma mirade de pessoas dedicada causa somado ao desaparelhamento pblico no consegue nem longe diminuir a proporo de animais peregrinos.

Para esse pequeno grupo de pessoas para quem a vida deles importa h uma misso diria, uma fora que move cada msculo e pensamento, mas isso no basta porque esse front tem batalhas infinitas. Desenvolve-se lentamente um protagonismo comunitrio que incentiva cidados a se envolverem diretamente na proteo animal. Se organizam para alterar um quadro perverso que aflige nosso ambiente. Em alguns lugares j observamos essas mudanas com solidariedade entre si e com os animais.

Essa histria est se desenrolando agora, tem muitas formas de reescrev-la e reordenar seu curso.

Podemos e devemos intervir no seu roteiro para que possamos ter mais finais felizes. Comecemos [pela origem], difundindo uma cultura que desde o bero reconstrua vnculos entre os humanos com outras formas de vida. itir que esse mundo tem uma interdependncia de conexes invisveis que nos entrelaa ao qual estamos inseparavelmente ligados.

Est em nosso alcance fazer uma adoo, visitar uma ONG, apadrinhar um animal em um gesto de nobreza. “A compaixo para com os animais das mais nobres virtudes da natureza humana. (Charles Darwin). Que possamos ser um raio de luz para seres to amveis que se prope a preencher vazios, se lhes forem concedidas a permisso para faz-lo.

Paulo Czar de Souza

Paulo C
membro da Comisso de Proteo do Direitos dos Animais da OAB/MT
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