A contaminação do novo coronavírus (Covid-19) cresce em Mato Grosso no momento em que a Prefeitura Cuiabá autoriza a reabertura de bares e restaurantes, como reivindicação de parte do setor. Nessa semana, estabelecimentos reabriram as portas na capital, com nova lotação e medidas de segurança, enquanto outros vinham encerrando as atividades de vez.
Alguns, no entanto, preferem repensar a logística e a estrutura de seus negócios para continuar operando em distanciamento social. É o caso do bar Metade Cheio, que por questões de saúde e sustentabilidade, não vê um bom momento para retomar plenamente as atividades.
“Acreditamos que nosso público seja engajado o suficiente para pensar da mesma maneira”, afirmou o proprietário Alexandre Cervi, em vídeo publicado nas redes sociais. É que, para ele, reabrir nas atuais condições, além de expor equipe e público, demanda novos investimentos que ainda não dariam retorno suficiente para manter a casa.
“Por mais que a entrada de grana seja necessária e urgente, reabrir em 50% da nossa capacidade é bem arriscado, uma vez que é preciso readaptar toda estrutura. Pensando que metade da casa é metade de faturamento, fica difícil funcionar com metade de custos”, explicou o empresário.
“A gente sempre trabalhou com uma margem muito justa, então nosso lucro nunca foi suficiente para que a gente montasse um hiper caixa, com sobra pra dar conta de qualquer crise”, complemento. Dessa forma, ele explica que tem utilizado o tempo que sobra para compartilhar planos com a equipe e “pensar naquilo que a gente chama de Metade Cheio possível”.
Alexandre reforçou, portanto, que a reabertura é próxima, mas não será em junho, mês que o bistrô-bar anunciará nova temporada de cardápio. Nesse período, a casa comemoraria três anos e realizaria mais uma edição do já “tradicional” arraiá. “A gente acredita que as duas comemorações vão poder ser feitas independente da data. Vamos fazer festa sim fora de época, quando for possível”.
Desde o início da pandemia, o Metade de Cheio tem operado por sistema delivery, e e pegue e vouchers. As medidas fazem parte do que Alexandre chamou de ‘plano de sobrevivência’.
“A gente sabe que o mundo não é o mesmo, então o funcionamento não vai ser 100% o mesmo. O que não significa que a gente não vai continuar trazendo o que a gente trazia, ou fazer acontecer nesse Centro Histórico como sempre foi o nosso objetivo”.