O etnoturismo vem se destacando em Mato Grosso, com a proposta de vivenciar por alguns dias o modo de vida de uma comunidade, conhecer cachoeiras, histrias mticas, lugares sagrados e tantas outras possibilidades. Essa a proposta do etnoturismo do povo Haliti-Paresi (MT), que ainda oferece o contato com acomunidade indgena, com as aldeias, cachoeiras, jogos tradicionais e cenrios deslumbrantesemCampo Novo do Parecis e Tangar da Serra.
O povo Haliti-Paresi est se preparando para receber viajantes em expedies experimentais que visam estruturar o turismo de base comunitria nas terras indgenas. Os interessados podem realizar a pr-inscrio no site do projeto, onde tambm h informaes detalhadas sobre os dois roteiros disponveis, bem como datas e valores.
Cada roteiro prev a experincia de uma semana nas Terras Indgenas Utiariti e Rio Formoso, sedes das associaes Waymar e Halitin, nos municpios de Campo Novo do Parecis e Tangar da Serra (MT) – regio entre Amaznia, Cerrado e as nascentes do Pantanal.
O etnoturismo uma das diretrizes do Plano de Gesto Territorial e Ambiental Haliti-Paresi, publicado em 2019. As famlias viram no turismo uma oportunidade essencial de valorizao da cultura tradicional e fonte de renda.
“A importncia mostrar ao mahalitihyarenae (no indgena) que o indgena no como ele pensa. importante que conhea como somos, vivemos e pensamos”, explica Rony Walter Azoinayce, cacique da aldeia Wazare.
Turismo de imerso
Em algumas aldeias, o turismo j uma realidade h anos. Porm, com a crescente procura por eios nas cachoeiras, tornou-se necessrio estruturar a atividade. A ideia atingir um pblico que busca, para alm dos atrativos naturais, uma imerso e permanncia de mais tempo no territrio, da a opo pelo turismo de base comunitria.
Trata-se de uma prtica que colabora com a proteo do meio ambiente e com a melhoria de vida das pessoas e a economia local. A principal atrao turstica, nesse contexto, a vivenciar o modo de vida da comunidade. Alis, experincias de turismo indgena demonstram a indissociabilidade entre natureza e cultura, ou seja, entre o ecoturismo e o etnoturismo.
Na proposta, os visitantes ficaro hospedados nas hati (casas tradicionais) ou em locais para acampamento. As refeies sero elaboradas com ingredientes locais, combinando receitas tradicionais e regionais. Haver momentos para apresentar o modo de vida Haliti-Paresi por meio de exposies, conversas e atividades. Tambm esto previstas rodas de conversa de avaliao das vivncias, para que todos possam compartilhar suas observaes e sugestes.
Alm dos anfitries indgenas, tambm estar presente um facilitador, que ir acompanhar os visitantes durante toda a expedio. Ele auxiliar na mediao entre o grupo e as lideranas e costumes locais, alm de dar dicas sobre a programao e ajudar na preparao das atividades.
Caso algum queira levar uma lembrana material da experincia, poder comprar peas do artesanato local, bem como experimentar as artes plumrias e pinturas corporais.
As aldeias tm energia eltrica, banheiros e estrutura de lazer e descanso. No h sinal de celular, mas para emergncias possvel utilizar a conexo wi-fi das escolas.
As expedies experimentais so iniciativas ocorrem por meio da parceria com a The Nature Conservancy (TNC) e Operao Amaznia Nativa (Opan) e recebem consultoria da ONG Garupa.
Haliti-Paresi
De acordo com dados do Instituto Socioambiental (2008), o povo Paresi (autodenominao Haliti) um grupo com pouco mais de 2 mil pessoas. A lngua falada dafamlia Arawak, cujo representante mais prximo o Enawen-Naw, falado em territrio mais ao norte. Os vizinhos mais prximos so os Nambikwara (famlia Nambikwara) em reas indgenas ao norte e sudoeste da poro Paresi.
Segundo a tradio Haliti, a humanidade surgiu quando um grupo de irmos saiu do interior da terra, por uma fenda aberta por Toakaihoreenoharetse, Enor (criador e Deus do Raio) na Ponte de Pedra, formao natural existente no rio Sucuriu-Win, afluente do rio Arinos. Ao sair do interior da pedra onde viviam, descobriram o mundo externo e todos os rios, animais terrestres, pssaros, rvores e paisagens.
Assim como no mito de criao, a histria do povo Haliti-Paresi marcada por encontros com o “mundo exterior”, desde a agem com os bandeirantes at o encontro com a Operao Rondon. Eles sempre tiveram que articular com esses “mundos” para se manterem em suas terras – e o etnoturismo mais uma das estratgias encontradas neste sentido.
Com assessoria
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